Xantomatose cerebrotendinosa: casuística da consulta de Doenças Metabólicas e revisão da literatura

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Araújo, R
Data de Publicação: 2015
Outros Autores: Batista, S, Ribeiro, A, Valongo, C, Quelhas, D, Vilarinho, L, Macário, MC
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.18/4916
Resumo: Introdução: A xantomatose cerebrotendinosa (CTX) é uma doença metabólica rara, classificada como um defeito na síntese dos ácidos biliares, de transmissão autossómica-recessiva, causada por mutações no gene CYP27A1, que codifica a enzima esterol 27-hidrolase. Estão descritas mais de 50 mutações, originando/causando elevada heterogeneidade molecular e fenotípica. Os achados clínicos mais descritos incluem cataratas juvenis, paraparésia espástica, deterioração cognitiva e sinais cerebelosos. A clínica diversa e a raridade da doença aumentam o intervalo de tempo que decorre entre as primeiras manifestações e o diagnóstico final. Objetivos: Caracterizar os doentes com CTX seguidos em consulta de Doenças Metabólicas do Serviço de Neurologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e apresentar uma breve revisão da literatura.Metodologia: Revisão dos processos clínicos dos nossos doentes; revisão da literatura através de pesquisa na base de dados MEDLINE de 1980-2015 usando as palavras-chave “cerebrotendinous xanthomatosis”. Resultados: Apresentamos três casos com manifestações clínicas heterogéneas mas universalmente com paraparésia espástica e cataratas juvenis. Um dos casos não apresentava alterações imagiológicas, em exame de rotina, sugestivas de paraparésia espástica. Todos os nossos casos apresentam doseamento de colestanol elevado e mutação no gene CYP27A1, destacando-se a presença de duas variantes previamente não descritas em heterozigotia composta. A introdução de ácido quenodesoxicólico levou a melhoria clínica e funcional nos três casos descritos.Conclusões: A CTX é uma doença rara, habitualmente apresentando-se sob a forma de uma paraparésia espástica, possivelmente com uma ressonância magnética cerebral (RMCE) normal. Deverá considerar-se este diagnóstico na presença de cataratas juvenis, sinais cerebelosos, e a presença de xantomas tendinosos, por si, justifica o doseamento sérico de colestanol. A importância da confirmação atempada de CTX prende-se essencialmente com a existência de tratamento específico o qual corrige as alterações bioquímicas e impede a progressão da doença.
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