Tratamento médico de cólicas em equinos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Acabado, Beatriz Pastor Guerreiro
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.26/29715
Resumo: A cólica em equinos é caracterizada por uma desordem digestiva de natureza multifatorial e complexa, que se manifesta através da dor abdominal aguda, não se traduzindo numa doença (Worku, Wondimagegn, Aklilu, Assefa, & Gizachew, 2017). É considerada uma urgência da prática clínica, uma vez que é a causa de elevadas taxas de morbilidade e mortalidade em equinos (Curtis et al., 2015). Os equinos são mais predispostos a ter cólicas do que as outras espécies devido a certas caraterísticas anatómicas da espécie: a túnica muscular que funciona como um esfíncter existente entre o esófago e a cárdia e que impede o vómito; o longo mesentério do intestino delgado (ID); o ceco terminar em saco cego; o cólon ascendente livre no abdómen; a diminuição de diâmetro na flexura pélvica (Blikslager, White II, Moore, & Mair, 2017). Muitos casos de cólica podem solucionar-se de forma espontânea ou através de uma resposta ao tratamento médico, no entanto, existe uma percentagem de casos que exigem intervenção cirúrgica (Curtis et al., 2015). Adicionalmente, algumas lesões gastrointestinais provenientes desta síndrome, podem levar a uma deterioração física rápida do animal podendo mesmo ser fatais. Nestes casos, torna-se fundamental o rápido reconhecimento dos sinais clínicos pelos donos e subsequentemente a assistência do veterinário de ambulatório para que seja realizado um bom diagnóstico (Scantlebury, Perkins, Pinchbeck, Archer, & Christley, 2014). Numa primeira abordagem á cólica o passo primordial é perceber se estamos perante um caso critico ou não (Taylor, Brazil, & Hillyer, 2010). Assim, é imprescindível ter-se em conta a intensidade dos sinais de dor, considerando que um animal em estado de cólica vai estar inquieto, constantemente a deitar-se e a levantar-se, rolar no chão, suar, relinchar, olhar para o flanco, pontapear o abdómen e em casos extremos atirar-se ao chão, tendo em atenção que na generalidade estes sinais são acompanhados de anorexia e depressão (Smith, 2015). O diagnóstico é habitualmente elaborado através de um procedimento que segue várias etapas, sendo elas uma anamnese inicial, o exame físico completo, palpação retal, entubação nasogástrica, ecografia e, por vezes, recolha de sangue e abdominocentese. A entubação nasogástrica também permite a realização do tratamento em alguns casos, como por exemplo, impactações de areia (Curtis et al., 2015). O tratamento médico de cólica consiste em atuar no alívio da dor através de aines, opioides, sedativos; de fluidoterapia; uso de laxantes como psílio, óleo mineral, sulfato de magnésio ou combinações destes e anti-helmínticos se houver suspeita de parasitismo (Curtis et al., 2015). Ainda existe uma grande percentagem de mortalidade associada a episódios de cólica, aspeto que pode dever-se a vários fatores, sendo eles, falta de acompanhamento dos casos, fluidoterapia inadequada para resolver a desidratação ou falha no balanço hidrolítico e perceção tardia dos sinais de cólica por parte dos donos. Nesta sequência, surge a pertinência de melhorar o acompanhamento por parte dos veterinários em colaboração com donos (Worku et al., 2017).
id RCAP_d354e32fa53a5533af4e32f3f5c28766
oai_identifier_str oai:comum.rcaap.pt:10400.26/29715
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Tratamento médico de cólicas em equinosCólicaTratamento médicoEquinosGastrointestinalDiagnósticoColicMedical treatmentEquinesGastrointestinalDiagnosisA cólica em equinos é caracterizada por uma desordem digestiva de natureza multifatorial e complexa, que se manifesta através da dor abdominal aguda, não se traduzindo numa doença (Worku, Wondimagegn, Aklilu, Assefa, & Gizachew, 2017). É considerada uma urgência da prática clínica, uma vez que é a causa de elevadas taxas de morbilidade e mortalidade em equinos (Curtis et al., 2015). Os equinos são mais predispostos a ter cólicas do que as outras espécies devido a certas caraterísticas anatómicas da espécie: a túnica muscular que funciona como um esfíncter existente entre o esófago e a cárdia e que impede o vómito; o longo mesentério do intestino delgado (ID); o ceco terminar em saco cego; o cólon ascendente livre no abdómen; a diminuição de diâmetro na flexura pélvica (Blikslager, White II, Moore, & Mair, 2017). Muitos casos de cólica podem solucionar-se de forma espontânea ou através de uma resposta ao tratamento médico, no entanto, existe uma percentagem de casos que exigem intervenção cirúrgica (Curtis et al., 2015). Adicionalmente, algumas lesões gastrointestinais provenientes desta síndrome, podem levar a uma deterioração física rápida do animal podendo mesmo ser fatais. Nestes casos, torna-se fundamental o rápido reconhecimento dos sinais clínicos pelos donos e subsequentemente a assistência do veterinário de ambulatório para que seja realizado um bom diagnóstico (Scantlebury, Perkins, Pinchbeck, Archer, & Christley, 2014). Numa primeira abordagem á cólica o passo primordial é perceber se estamos perante um caso critico ou não (Taylor, Brazil, & Hillyer, 2010). Assim, é imprescindível ter-se em conta a intensidade dos sinais de dor, considerando que um animal em estado de cólica vai estar inquieto, constantemente a deitar-se e a levantar-se, rolar no chão, suar, relinchar, olhar para o flanco, pontapear o abdómen e em casos extremos atirar-se ao chão, tendo em atenção que na generalidade estes sinais são acompanhados de anorexia e depressão (Smith, 2015). O diagnóstico é habitualmente elaborado através de um procedimento que segue várias etapas, sendo elas uma anamnese inicial, o exame físico completo, palpação retal, entubação nasogástrica, ecografia e, por vezes, recolha de sangue e abdominocentese. A entubação nasogástrica também permite a realização do tratamento em alguns casos, como por exemplo, impactações de areia (Curtis et al., 2015). O tratamento médico de cólica consiste em atuar no alívio da dor através de aines, opioides, sedativos; de fluidoterapia; uso de laxantes como psílio, óleo mineral, sulfato de magnésio ou combinações destes e anti-helmínticos se houver suspeita de parasitismo (Curtis et al., 2015). Ainda existe uma grande percentagem de mortalidade associada a episódios de cólica, aspeto que pode dever-se a vários fatores, sendo eles, falta de acompanhamento dos casos, fluidoterapia inadequada para resolver a desidratação ou falha no balanço hidrolítico e perceção tardia dos sinais de cólica por parte dos donos. Nesta sequência, surge a pertinência de melhorar o acompanhamento por parte dos veterinários em colaboração com donos (Worku et al., 2017).Colic in horses is characterized by a multifactorial and complex digestive disorder that manifests itself through acute abdominal pain and does not translate into disease (Worku et al., 2017). It is considered an urgency of clinical practice, since it is the cause of high rates of morbidity and mortality in horses (Curtis et al., 2015). Equines are more prone to colic than other species due to certain anatomical characteristics of the species: the muscular tunica that functions as a sphincter between the esophagus and cardia and prevents vomiting; the long mesentery of the small intestine; the cecum finishes in a blind sack; the free ascending cólon in the abdomen; the diameter decrease in the pelvic flexure (Blikslager et al., 2017). Many cases of colic can be solved spontaneously or through a response to medical treatment, however, there is a percentage of cases requiring surgical intervention (Curtis et al., 2015). In addition, some gastrointestinal lesions from this syndrome can lead to a rapid physical deterioration of the animal and may even be fatal. In these cases, rapid recognition of clinical signs by the owners and subsequent outpatient veterinarian assistance is essential for a good diagnosis (Scantlebury et al., 2014). In a first approach to colic, the first step is to realize if we are dealing with a critical case or not (Taylor et al., 2010). Thus, it is essential to take into account the intensity of the signs of pain, considering that an animal in colic will be restless, constantly lying down and rising, rolling on the floor, sweating, neighing, looking at the flank, kick the abdomen and in extreme cases throw themselves to the ground, taking into account that in general these signs are accompanied by anorexia and depression (Smith, 2015). Diagnosis is usually performed through a procedure that follows several steps, such as an initial anamnesis, complete physical examination, rectal palpation, nasogastric intubation, echography, and sometimes blood collection and abdominocentesis. Nasogastric intubation also allows the treatment to be performed in some cases, such as sand impaction (Curtis et al., 2015). The medical treatment of colic consists of acting in the relief of pain through aines, opioids, sedatives; of fluid therapy; use of laxatives such as psyllium, mineral oil, magnesium sulfate or combinations thereof and anthelmintics if parasitism is suspected (Curtis et al., 2015). There is still a large percentage of mortality associated with episodes of colic, which may be due to several factors, such as lack of follow-up of cases, inadequate fluid therapy to resolve dehydration or failure of the hydrolytic balance, and late perception of colic signs by the owners. In this sequence, the relevance of improving the follow-up by veterinarians in collaboration with owners arises (Worku et al., 2017).Crespo, Ana Inês RebeloRepositório ComumAcabado, Beatriz Pastor Guerreiro2019-09-17T09:42:32Z2019-07-23T00:00:00Z2019-07-23T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.26/29715202281140pormetadata only accessinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-05T13:56:53Zoai:comum.rcaap.pt:10400.26/29715Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:11:25.165326Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Tratamento médico de cólicas em equinos
title Tratamento médico de cólicas em equinos
spellingShingle Tratamento médico de cólicas em equinos
Acabado, Beatriz Pastor Guerreiro
Cólica
Tratamento médico
Equinos
Gastrointestinal
Diagnóstico
Colic
Medical treatment
Equines
Gastrointestinal
Diagnosis
title_short Tratamento médico de cólicas em equinos
title_full Tratamento médico de cólicas em equinos
title_fullStr Tratamento médico de cólicas em equinos
title_full_unstemmed Tratamento médico de cólicas em equinos
title_sort Tratamento médico de cólicas em equinos
author Acabado, Beatriz Pastor Guerreiro
author_facet Acabado, Beatriz Pastor Guerreiro
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Crespo, Ana Inês Rebelo
Repositório Comum
dc.contributor.author.fl_str_mv Acabado, Beatriz Pastor Guerreiro
dc.subject.por.fl_str_mv Cólica
Tratamento médico
Equinos
Gastrointestinal
Diagnóstico
Colic
Medical treatment
Equines
Gastrointestinal
Diagnosis
topic Cólica
Tratamento médico
Equinos
Gastrointestinal
Diagnóstico
Colic
Medical treatment
Equines
Gastrointestinal
Diagnosis
description A cólica em equinos é caracterizada por uma desordem digestiva de natureza multifatorial e complexa, que se manifesta através da dor abdominal aguda, não se traduzindo numa doença (Worku, Wondimagegn, Aklilu, Assefa, & Gizachew, 2017). É considerada uma urgência da prática clínica, uma vez que é a causa de elevadas taxas de morbilidade e mortalidade em equinos (Curtis et al., 2015). Os equinos são mais predispostos a ter cólicas do que as outras espécies devido a certas caraterísticas anatómicas da espécie: a túnica muscular que funciona como um esfíncter existente entre o esófago e a cárdia e que impede o vómito; o longo mesentério do intestino delgado (ID); o ceco terminar em saco cego; o cólon ascendente livre no abdómen; a diminuição de diâmetro na flexura pélvica (Blikslager, White II, Moore, & Mair, 2017). Muitos casos de cólica podem solucionar-se de forma espontânea ou através de uma resposta ao tratamento médico, no entanto, existe uma percentagem de casos que exigem intervenção cirúrgica (Curtis et al., 2015). Adicionalmente, algumas lesões gastrointestinais provenientes desta síndrome, podem levar a uma deterioração física rápida do animal podendo mesmo ser fatais. Nestes casos, torna-se fundamental o rápido reconhecimento dos sinais clínicos pelos donos e subsequentemente a assistência do veterinário de ambulatório para que seja realizado um bom diagnóstico (Scantlebury, Perkins, Pinchbeck, Archer, & Christley, 2014). Numa primeira abordagem á cólica o passo primordial é perceber se estamos perante um caso critico ou não (Taylor, Brazil, & Hillyer, 2010). Assim, é imprescindível ter-se em conta a intensidade dos sinais de dor, considerando que um animal em estado de cólica vai estar inquieto, constantemente a deitar-se e a levantar-se, rolar no chão, suar, relinchar, olhar para o flanco, pontapear o abdómen e em casos extremos atirar-se ao chão, tendo em atenção que na generalidade estes sinais são acompanhados de anorexia e depressão (Smith, 2015). O diagnóstico é habitualmente elaborado através de um procedimento que segue várias etapas, sendo elas uma anamnese inicial, o exame físico completo, palpação retal, entubação nasogástrica, ecografia e, por vezes, recolha de sangue e abdominocentese. A entubação nasogástrica também permite a realização do tratamento em alguns casos, como por exemplo, impactações de areia (Curtis et al., 2015). O tratamento médico de cólica consiste em atuar no alívio da dor através de aines, opioides, sedativos; de fluidoterapia; uso de laxantes como psílio, óleo mineral, sulfato de magnésio ou combinações destes e anti-helmínticos se houver suspeita de parasitismo (Curtis et al., 2015). Ainda existe uma grande percentagem de mortalidade associada a episódios de cólica, aspeto que pode dever-se a vários fatores, sendo eles, falta de acompanhamento dos casos, fluidoterapia inadequada para resolver a desidratação ou falha no balanço hidrolítico e perceção tardia dos sinais de cólica por parte dos donos. Nesta sequência, surge a pertinência de melhorar o acompanhamento por parte dos veterinários em colaboração com donos (Worku et al., 2017).
publishDate 2019
dc.date.none.fl_str_mv 2019-09-17T09:42:32Z
2019-07-23T00:00:00Z
2019-07-23T00:00:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.26/29715
202281140
url http://hdl.handle.net/10400.26/29715
identifier_str_mv 202281140
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv metadata only access
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv metadata only access
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799129984648871936