Avaliação de um programa baseado em Mindfulness adaptado ao contexto prisional

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sousa, Susana Andreia Gomes
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.1/12194
Resumo: A intervenção com programas baseados em mindfulness, em contexto prisional, tem sido associada, nas últimas décadas, a um aumento do bem-estar físico e psicológico e a uma maior capacidade de regulação emocional nos reclusos (Kabat-Zinn, 1993). Também as evidências têm vindo a demonstrar outros benefícios da prática de meditação mindfulness, tais como diminuição dos níveis de ansiedade (Xu, Jia, Liu, & Hoffmann, 2016) e distresse (Samuelson, Carmody, Kabat-Zinn, & Bratt, 2007), e aumento da autoestima (Himelstein, Saul, & Garcia-Romeu, 2015), na população reclusa. Apesar do aumento de estudos empíricos neste contexto específico, os resultados são pouco significativos, inconclusivos e apresentam algumas limitações metodológicas. Este estudo teve como principal objetivo testar a eficácia de um programa baseado em mindfulness na diminuição de sintomas depressivos, ansiedade e afetos negativos e no aumento de afetos positivos, autoestima e capacidade mindfulness, numa amostra de reclusos do sexo masculino. A amostra foi constituída por 30 reclusos de um estabelecimento prisional português (NGrupo Experimental = 14; NGrupo de Controlo = 16). O programa teve a duração de 16 semanas (sessões semanais de 90 minutos). Todos os participantes completaram o mesmo protocolo nos dois momentos de avaliação (pré e pós-programa): Escala de Ansiedade, Depressão e Stresse (EADS-21 - Lovibond & Lovibond, 1995); Escala de Afeto Positivo e Afeto Negativo (PANAS-VRP - Watson, Clark & Tellegen, 1988); Escala de Autoestima de Rosenberg (EAR - Rosenberg, 1965); Questionário das Cinco Facetas Mindfulness (FFMQ - Baer, Hopkins, Krietemeyer, & Toney, 2006); Inventário de Mindfulness de Freiburg (FMI - Walach, Buchheld, Buttenmüller, Kleinknecht, & Schmidt, 2006). O grupo experimental no final da intervenção respondeu ainda a um questionário de avaliação qualitativa sobre a perceção da utilidade e interesse do programa. Registaram-se diferenças significativas, entre os dois grupos, na capacidade de Observação (FFMQ), apresentando o grupo experimental uma média superior. No grupo experimental, observou-se também um aumento significativo, do momento pré para o momento pós-programa, dos valores da subescala Agir com Consciência (FFMQ). A análise qualitativa mostrou que a maioria dos reclusos que participaram no programa mindfulness avaliaram a intervenção como sendo útil, no dia-a-dia do contexto prisional e no futuro, em contexto não-prisional. Por último, discutem-se as implicações dos resultados da prática de mindfulness em contexto prisional e apresentam-se algumas limitações deste estudo a ser consideradas em futuros desenvolvimentos da investigação.
id RCAP_d38a8f25cb4738e199f42b76ae67a29d
oai_identifier_str oai:sapientia.ualg.pt:10400.1/12194
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Avaliação de um programa baseado em Mindfulness adaptado ao contexto prisionalMindfulnessReclusosEstabelecimento prisionalDomínio/Área Científica::Ciências Sociais::PsicologiaA intervenção com programas baseados em mindfulness, em contexto prisional, tem sido associada, nas últimas décadas, a um aumento do bem-estar físico e psicológico e a uma maior capacidade de regulação emocional nos reclusos (Kabat-Zinn, 1993). Também as evidências têm vindo a demonstrar outros benefícios da prática de meditação mindfulness, tais como diminuição dos níveis de ansiedade (Xu, Jia, Liu, & Hoffmann, 2016) e distresse (Samuelson, Carmody, Kabat-Zinn, & Bratt, 2007), e aumento da autoestima (Himelstein, Saul, & Garcia-Romeu, 2015), na população reclusa. Apesar do aumento de estudos empíricos neste contexto específico, os resultados são pouco significativos, inconclusivos e apresentam algumas limitações metodológicas. Este estudo teve como principal objetivo testar a eficácia de um programa baseado em mindfulness na diminuição de sintomas depressivos, ansiedade e afetos negativos e no aumento de afetos positivos, autoestima e capacidade mindfulness, numa amostra de reclusos do sexo masculino. A amostra foi constituída por 30 reclusos de um estabelecimento prisional português (NGrupo Experimental = 14; NGrupo de Controlo = 16). O programa teve a duração de 16 semanas (sessões semanais de 90 minutos). Todos os participantes completaram o mesmo protocolo nos dois momentos de avaliação (pré e pós-programa): Escala de Ansiedade, Depressão e Stresse (EADS-21 - Lovibond & Lovibond, 1995); Escala de Afeto Positivo e Afeto Negativo (PANAS-VRP - Watson, Clark & Tellegen, 1988); Escala de Autoestima de Rosenberg (EAR - Rosenberg, 1965); Questionário das Cinco Facetas Mindfulness (FFMQ - Baer, Hopkins, Krietemeyer, & Toney, 2006); Inventário de Mindfulness de Freiburg (FMI - Walach, Buchheld, Buttenmüller, Kleinknecht, & Schmidt, 2006). O grupo experimental no final da intervenção respondeu ainda a um questionário de avaliação qualitativa sobre a perceção da utilidade e interesse do programa. Registaram-se diferenças significativas, entre os dois grupos, na capacidade de Observação (FFMQ), apresentando o grupo experimental uma média superior. No grupo experimental, observou-se também um aumento significativo, do momento pré para o momento pós-programa, dos valores da subescala Agir com Consciência (FFMQ). A análise qualitativa mostrou que a maioria dos reclusos que participaram no programa mindfulness avaliaram a intervenção como sendo útil, no dia-a-dia do contexto prisional e no futuro, em contexto não-prisional. Por último, discutem-se as implicações dos resultados da prática de mindfulness em contexto prisional e apresentam-se algumas limitações deste estudo a ser consideradas em futuros desenvolvimentos da investigação.Carmo, CláudiaSapientiaSousa, Susana Andreia Gomes2018-12-17T14:15:06Z2018-03-2120172018-03-21T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.1/12194TID:202023915porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-24T10:24:08Zoai:sapientia.ualg.pt:10400.1/12194Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:03:34.323010Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Avaliação de um programa baseado em Mindfulness adaptado ao contexto prisional
title Avaliação de um programa baseado em Mindfulness adaptado ao contexto prisional
spellingShingle Avaliação de um programa baseado em Mindfulness adaptado ao contexto prisional
Sousa, Susana Andreia Gomes
Mindfulness
Reclusos
Estabelecimento prisional
Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Psicologia
title_short Avaliação de um programa baseado em Mindfulness adaptado ao contexto prisional
title_full Avaliação de um programa baseado em Mindfulness adaptado ao contexto prisional
title_fullStr Avaliação de um programa baseado em Mindfulness adaptado ao contexto prisional
title_full_unstemmed Avaliação de um programa baseado em Mindfulness adaptado ao contexto prisional
title_sort Avaliação de um programa baseado em Mindfulness adaptado ao contexto prisional
author Sousa, Susana Andreia Gomes
author_facet Sousa, Susana Andreia Gomes
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Carmo, Cláudia
Sapientia
dc.contributor.author.fl_str_mv Sousa, Susana Andreia Gomes
dc.subject.por.fl_str_mv Mindfulness
Reclusos
Estabelecimento prisional
Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Psicologia
topic Mindfulness
Reclusos
Estabelecimento prisional
Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Psicologia
description A intervenção com programas baseados em mindfulness, em contexto prisional, tem sido associada, nas últimas décadas, a um aumento do bem-estar físico e psicológico e a uma maior capacidade de regulação emocional nos reclusos (Kabat-Zinn, 1993). Também as evidências têm vindo a demonstrar outros benefícios da prática de meditação mindfulness, tais como diminuição dos níveis de ansiedade (Xu, Jia, Liu, & Hoffmann, 2016) e distresse (Samuelson, Carmody, Kabat-Zinn, & Bratt, 2007), e aumento da autoestima (Himelstein, Saul, & Garcia-Romeu, 2015), na população reclusa. Apesar do aumento de estudos empíricos neste contexto específico, os resultados são pouco significativos, inconclusivos e apresentam algumas limitações metodológicas. Este estudo teve como principal objetivo testar a eficácia de um programa baseado em mindfulness na diminuição de sintomas depressivos, ansiedade e afetos negativos e no aumento de afetos positivos, autoestima e capacidade mindfulness, numa amostra de reclusos do sexo masculino. A amostra foi constituída por 30 reclusos de um estabelecimento prisional português (NGrupo Experimental = 14; NGrupo de Controlo = 16). O programa teve a duração de 16 semanas (sessões semanais de 90 minutos). Todos os participantes completaram o mesmo protocolo nos dois momentos de avaliação (pré e pós-programa): Escala de Ansiedade, Depressão e Stresse (EADS-21 - Lovibond & Lovibond, 1995); Escala de Afeto Positivo e Afeto Negativo (PANAS-VRP - Watson, Clark & Tellegen, 1988); Escala de Autoestima de Rosenberg (EAR - Rosenberg, 1965); Questionário das Cinco Facetas Mindfulness (FFMQ - Baer, Hopkins, Krietemeyer, & Toney, 2006); Inventário de Mindfulness de Freiburg (FMI - Walach, Buchheld, Buttenmüller, Kleinknecht, & Schmidt, 2006). O grupo experimental no final da intervenção respondeu ainda a um questionário de avaliação qualitativa sobre a perceção da utilidade e interesse do programa. Registaram-se diferenças significativas, entre os dois grupos, na capacidade de Observação (FFMQ), apresentando o grupo experimental uma média superior. No grupo experimental, observou-se também um aumento significativo, do momento pré para o momento pós-programa, dos valores da subescala Agir com Consciência (FFMQ). A análise qualitativa mostrou que a maioria dos reclusos que participaram no programa mindfulness avaliaram a intervenção como sendo útil, no dia-a-dia do contexto prisional e no futuro, em contexto não-prisional. Por último, discutem-se as implicações dos resultados da prática de mindfulness em contexto prisional e apresentam-se algumas limitações deste estudo a ser consideradas em futuros desenvolvimentos da investigação.
publishDate 2017
dc.date.none.fl_str_mv 2017
2018-12-17T14:15:06Z
2018-03-21
2018-03-21T00:00:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.1/12194
TID:202023915
url http://hdl.handle.net/10400.1/12194
identifier_str_mv TID:202023915
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799133269927657472