Avaliação dos efeitos da enxertia na produtividade e qualidade das vagens de feijão-verde com recurso a diferentes porta-enxertos na Região Litoral Norte
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/20.500.11960/1871 |
Resumo: | A cultura de feijão-verde é produzida predominantemente em estufa e de forma intensiva. A intensificação com o recurso a fertilizantes de síntese e pesticidas, associados à repetida sucessão das mesmas culturas tem aumentado os problemas de salinidade e incidência de doenças no solo, tais como Fusarium spp. e Meloidogyne spp.. O uso de alternativas como a enxertia permite superar os referidos problemas, através de processos de tolerância/resistência apresentando-se com uma técnica limpa e económica adequada à produção biológica. O presente estudo foi realizado numa estufa em Esposende, utilizando-se duas cultivares de feijão-verde, Oriente (O) e Rajado (R) (Phaseolus vulgaris L.), enxertadas em porta-enxertos das espécies P. coccineus L. (cv. Aintree, P1 e cv. Feijão de 7 anos, P3) e P. vulgaris L. (cv. Bencanta, P2), com o objetivo de determinar os efeitos da enxertia na produtividade e qualidade das vagens. A densidade da cultura foi de 3,3 hastes m-2 e o delineamento experimental foi de blocos casualizados com 3 repetições, incluindo para a cv. Oriente as plantas não enxertadas (cv), enxertadas em si próprias (cv/cv) e enxertadas em P1 e P2 e, para a cv. Rajado, as plantas enxertadas nos três porta-enxertos. A plantação realizou-se a 15/05/2016 e a colheita das vagens comerciais decorreu entre 26/06 e 5/09, num total de 21 colheitas, tendo-se registado o número, comprimento, peso fresco, matéria seca e deformações das vagens. A produtividade foi superior nas plantas O e OO (média 2,5 kg m-2) e não foi significativamente diferente da produtividade das plantas enxertadas em P1 (1,5 kg m-2). No entanto, a produtividade em P2 (1,4 kg m-2) foi inferior em comparação com as plantas OO. Na cv. Oriente a matéria seca (MS) das vagens foi inferior nas plantas enxertadas em P1 (9,3%) em comparação com as plantas não enxertadas (10,5%). Para a cv. Rajado a produtividade e a MS das vagens foram semelhantes nas plantas enxertadas nos três porta-enxertos, em média, respetivamente 1,2 kg m-2 e 9,3%. Os defeitos ligeiros nas vagens foram mais numerosos na cv. Oriente em P1 e P2 (49,7%) e menor em O e OO (42.3%), não tendo ocorrido diferenças nos defeitos graves (média 21,0%). Na cv. Rajado a percentagem de defeitos foi semelhante em todos os tratamentos, em média 35,0% de defeitos ligeiros e 21,9% graves. A baixa produtividade e a grande percentagem de defeitos nas vagens podem ser explicados pelos elevados valores da temperatura do ar. Durante o período experimental a temperatura diária máxima foi em média de 31,2°C e variou entre 22,4°C e 43,7°C. Estes valores situam-se acima dos valores de temperatura máxima para a espécie e, entre outros efeitos, causam a queda das flores. Em síntese, para as condições em que decorreu o ensaio, nomeadamente, com incidência de elevadas temperaturas do ar, a enxertia das plantas de feijoeiro da cv. Oriente aparentemente não é recomendável. |
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Aintree, P1 e cv. Feijão de 7 anos, P3) e P. vulgaris L. (cv. Bencanta, P2), com o objetivo de determinar os efeitos da enxertia na produtividade e qualidade das vagens. A densidade da cultura foi de 3,3 hastes m-2 e o delineamento experimental foi de blocos casualizados com 3 repetições, incluindo para a cv. Oriente as plantas não enxertadas (cv), enxertadas em si próprias (cv/cv) e enxertadas em P1 e P2 e, para a cv. Rajado, as plantas enxertadas nos três porta-enxertos. A plantação realizou-se a 15/05/2016 e a colheita das vagens comerciais decorreu entre 26/06 e 5/09, num total de 21 colheitas, tendo-se registado o número, comprimento, peso fresco, matéria seca e deformações das vagens. A produtividade foi superior nas plantas O e OO (média 2,5 kg m-2) e não foi significativamente diferente da produtividade das plantas enxertadas em P1 (1,5 kg m-2). No entanto, a produtividade em P2 (1,4 kg m-2) foi inferior em comparação com as plantas OO. Na cv. 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Em síntese, para as condições em que decorreu o ensaio, nomeadamente, com incidência de elevadas temperaturas do ar, a enxertia das plantas de feijoeiro da cv. Oriente aparentemente não é recomendável.The green-beans crop is produced predominantly in greenhouses under intensive use of synthetic fertilizers and pesticides, associated with repeated succession of the same crops. These crop management conditions led to increased problems of salinity and incidence of soilborne diseases, such as Fusarium spp. and Meloidogyne spp., which affect crop yields. The use of alternatives such as grafting can overcome these problems, through processes of tolerance/resistance and greater nutrient uptake, among others, presenting a clean and economical technique suitable for organic production. The present study was carried out in a greenhouse in Esposende, using two commercial cultivars of green beans, Oriente and Rajado (Phaseolus vulgaris L.), grafted onto P. coccineus L. (cv. Aintree, P1 and cv. Feijão de 7 anos, P3) and P. vulgaris L. (cv. Bencanta, P2), with the objective of determining the effects of grafting on crop yield and pod quality. Plant density was 3.3 stems per m2 and the experimental design was of randomized blocks with 3 replicates, including for cv. Oriente the ungrafted plants (cv), selfgrafted (cv / cv) and grafted on P1 and P2 and for cv. Rajado the grafted plants on the three rootstocks. Planting took place on May 15, 2016 and harvesting was performed between June 26 and September 5, in a total of 21 harvests, recording the number of pods, their length, fresh and dry weight, and the presence of defects in the pods. The total dry weight of the bean pods of ungrafted and selgrafted plants of cv. Oriente (O and OO) were higher compared to plants grafted onto P1 and P2 rootstocks, but yield was also higher in the O and OO plants (mean 2.5 kg m-2), but differences between these treatments and grafted plants onto P1 rootstock (1.5 kg m-2) were not significant. Yield of P2-grafted plants (1.4 kg m-2) was lower in comparison to OO plants. The dry matter (DM) of the pods was lower in the P1 grafted plants (9.3%) compared to the ungrafted plants (10.5%). For cv. Rajado the productivity and DM of the pods were similar in plants grafted onto the three rootstocks, on average, respectively 1.2 kg m-2 and 9.3%. The minor defects in the pods were higher in plants of cv. Oriente grafted onto P1 and P2 rootstocks (49.7%) and lower in O and OO plants (42.3%) and there were no differences in severe defects (mean 21.0%). In cv. Rajado the percentage of defects was similar in all treatments, on average 35.0% for minor defects and 21.9% for severe defects. The low yield and the large percentage of defects in the pods can be explained by the high values of the air temperature. During the experimental period (from 14/05 a 05/09) the maximum daily temperature was on average 31.5°C and varied between 20.1°C and 43.7°C. These values were above the maximum temperature values for the species and, among other effects, cause abscission of the flowers. In summary, for the conditions under which the experiment was carried out, with high air temperatures grafting of green beans plants cv. 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A cultura de feijão-verde é produzida predominantemente em estufa e de forma intensiva. A intensificação com o recurso a fertilizantes de síntese e pesticidas, associados à repetida sucessão das mesmas culturas tem aumentado os problemas de salinidade e incidência de doenças no solo, tais como Fusarium spp. e Meloidogyne spp.. O uso de alternativas como a enxertia permite superar os referidos problemas, através de processos de tolerância/resistência apresentando-se com uma técnica limpa e económica adequada à produção biológica. O presente estudo foi realizado numa estufa em Esposende, utilizando-se duas cultivares de feijão-verde, Oriente (O) e Rajado (R) (Phaseolus vulgaris L.), enxertadas em porta-enxertos das espécies P. coccineus L. (cv. Aintree, P1 e cv. Feijão de 7 anos, P3) e P. vulgaris L. (cv. Bencanta, P2), com o objetivo de determinar os efeitos da enxertia na produtividade e qualidade das vagens. A densidade da cultura foi de 3,3 hastes m-2 e o delineamento experimental foi de blocos casualizados com 3 repetições, incluindo para a cv. Oriente as plantas não enxertadas (cv), enxertadas em si próprias (cv/cv) e enxertadas em P1 e P2 e, para a cv. Rajado, as plantas enxertadas nos três porta-enxertos. A plantação realizou-se a 15/05/2016 e a colheita das vagens comerciais decorreu entre 26/06 e 5/09, num total de 21 colheitas, tendo-se registado o número, comprimento, peso fresco, matéria seca e deformações das vagens. A produtividade foi superior nas plantas O e OO (média 2,5 kg m-2) e não foi significativamente diferente da produtividade das plantas enxertadas em P1 (1,5 kg m-2). No entanto, a produtividade em P2 (1,4 kg m-2) foi inferior em comparação com as plantas OO. Na cv. Oriente a matéria seca (MS) das vagens foi inferior nas plantas enxertadas em P1 (9,3%) em comparação com as plantas não enxertadas (10,5%). Para a cv. Rajado a produtividade e a MS das vagens foram semelhantes nas plantas enxertadas nos três porta-enxertos, em média, respetivamente 1,2 kg m-2 e 9,3%. Os defeitos ligeiros nas vagens foram mais numerosos na cv. Oriente em P1 e P2 (49,7%) e menor em O e OO (42.3%), não tendo ocorrido diferenças nos defeitos graves (média 21,0%). Na cv. Rajado a percentagem de defeitos foi semelhante em todos os tratamentos, em média 35,0% de defeitos ligeiros e 21,9% graves. A baixa produtividade e a grande percentagem de defeitos nas vagens podem ser explicados pelos elevados valores da temperatura do ar. Durante o período experimental a temperatura diária máxima foi em média de 31,2°C e variou entre 22,4°C e 43,7°C. Estes valores situam-se acima dos valores de temperatura máxima para a espécie e, entre outros efeitos, causam a queda das flores. Em síntese, para as condições em que decorreu o ensaio, nomeadamente, com incidência de elevadas temperaturas do ar, a enxertia das plantas de feijoeiro da cv. Oriente aparentemente não é recomendável. |
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