Jovens e política: o papel da socialização na participação política

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Varela, Alexandre Manuel Rosa
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/1804
Resumo: Considerado um elemento fundamental da democracia representativa, o sufrágio universal é o meio que os cidadãos têm ao dispor para intervir directamente na escolha dos seus representantes nas instituições democráticas e, assim, expressar o seu apoio ou desacordo com as propostas políticas em «concurso». O decréscimo dos níveis de participação eleitoral observado nos últimos anos, independentemente da fase de consolidação democrática, é fonte de naturais preocupações para a própria legitimidade da democracia. Em particular, o tradicional e elevado abstencionismo observado entre os mais jovens suscita dois tipos de inquietações. Em primeiro lugar, a desmobilização geracional, um arrefecimento geral na participação eleitoral observado de geração em geração. Em segundo lugar, as especificidades próprias de uma fase de vida em que a política não parece ser particularmente entusiasmante. As explicações do efeito geracional e do efeito dos ciclos de vida respondem muito bem a uma e outra inquietação, serenando alguns temores de crise: de um lado, a adesão a formas alternativas de participação política e, de outro, a convicção de a integração social com a entrada numa nova fase de vida [e o pacote de responsabilidades que a acompanha] favorecer um maior envolvimento político. Porém, interessa também identificar as diferenças que existem entre elementos pertencentes a um mesmo segmento etário. Para isso foram entrevistados onze jovens com vários perfis de integração e relacionamento com a política, interessando em particular, mapear os respectivos trajectos de vida, tendo como grande referência os mecanismos de transmissão de referências políticas. Neste caso, privilegiou-se o enfoque a partir da socialização política, esperando compreender o impacto que a socialização política pode ter na configuração de uma cultura política de participação e envolvimento políticos. As diferenças observadas estão na base de tipos-ideais ou perfis de indivíduos construídos para dar expressão a diferenças fundamentais identificadas nos relacionamentos mantidos com a política. Desde logo, ao nível da participação política (convencional e não convencional) mas também ao nível do envolvimento e interesse pela política.
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Em segundo lugar, as especificidades próprias de uma fase de vida em que a política não parece ser particularmente entusiasmante. As explicações do efeito geracional e do efeito dos ciclos de vida respondem muito bem a uma e outra inquietação, serenando alguns temores de crise: de um lado, a adesão a formas alternativas de participação política e, de outro, a convicção de a integração social com a entrada numa nova fase de vida [e o pacote de responsabilidades que a acompanha] favorecer um maior envolvimento político. Porém, interessa também identificar as diferenças que existem entre elementos pertencentes a um mesmo segmento etário. Para isso foram entrevistados onze jovens com vários perfis de integração e relacionamento com a política, interessando em particular, mapear os respectivos trajectos de vida, tendo como grande referência os mecanismos de transmissão de referências políticas. Neste caso, privilegiou-se o enfoque a partir da socialização política, esperando compreender o impacto que a socialização política pode ter na configuração de uma cultura política de participação e envolvimento políticos. As diferenças observadas estão na base de tipos-ideais ou perfis de indivíduos construídos para dar expressão a diferenças fundamentais identificadas nos relacionamentos mantidos com a política. Desde logo, ao nível da participação política (convencional e não convencional) mas também ao nível do envolvimento e interesse pela política.Universal suffrage, considered a basic element of representative democracy, is an instrument at the disposal of citizens to enable them to intervene directly in the choice of their representatives in democratic institutions and to express their support for or disagree with the “competing” political proposals. The decreasing levels of electoral participation observed during recent years, regardless of the stage of democratic consolidation, is a natural source of concern in relation to the legitimacy of democracy itself. The traditionally high level of abstention observed among young people in particular raises two kinds of questions: in the first place, ‘generational demobilization’, a general growing indifference towards electoral participation noticed from generation to generation; in the second place, specific conditions observed at a time when politics does not seem particularly interesting. ‘Generational-effect’ as well as ‘life-cycle’ based explanations may be the answer to both questions, lessening some of the fear of a ‘crisis’ that exists: on the one hand there is the idea of sticking to alternative forms of political participation; on the other hand there is the belief that social integration, at the beginning of a new life cycle [and the arrival new responsibilities], can lead to stronger political involvement. It is also important to identify the existing differences between elements belonging the same age-group. In order to fulfil the objectives of this study, interviews were held to eleven young people from different political backgrounds, with the particular purpose of trying to ‘map’ their life courses, with reference to the transmission mechanisms of political reference. In the case of this study, we focused on political socialization, aiming to understand its impact on the configuration of a culture of political participation and involvement. The differences observed are based on ‘ideal types’ or individual profiles constructed to express the major differences which were identified when looking at their relationship with politics, starting at the level of political participation (conventional or non-conventional), and continuing at the level of political involvement and interest in politically related issues.2010-05-18T10:54:27Z2009-01-01T00:00:00Z20092009-04info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/octet-streamhttp://hdl.handle.net/10071/1804porVarela, Alexandre Manuel Rosainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-09T18:00:02Zoai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/1804Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:31:42.431676Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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