Estimulação Cerebral Profunda no Controlo da Dor
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.25751/rspa.3380 |
Resumo: | A estimulação cerebral profunda consiste na aplicação de estímulos elétricos em alvos neuronais subcorticais (através de elétrodos de estimulação parenquimatosos intracranianos) e tem tido uma aplicação crescente no controlo da dor. Constituem objetivos deste trabalho, uma revisão sobre os fundamentos da técnica, suas indicações e seleção de doentes e uma análise sobre a abordagem anestésica perioperatória. Procedeu-se a uma pesquisa online (PubMed) e as referências consideradas relevantes foram selecionadas e revistas. A estimulação cerebral profunda induz uma modulação descendente inibitória e diminui a hiperexcitabilidade neuronal. Está indicada em doentes cuja sintomatologia álgica é refretária à terapêutica convencional ou na presença de efeitos farmacológicos adversos graves. A seleção de doentes deve ser multidisciplinar. A colocação dos elétrodos intracranianos realiza-se por craniotomia com técnica estereotáxica e a maioria dos casos é feita com o doente acordado, durante todo o procedimento ou parcialmente, com o intuito de usar a monitorização clínica para obter maior exatidão na localização dos alvos terapêuticos e para vigilância de complicações. Não existe, porém, evidência de superioridade de nenhuma técnica anestésica. A utilização de target controlled infusion com propofol e/ou remifentanilo, pela titulação mais exata do efeito sedativo, e a dexmedetomidina, pelo seu perfil farmacodinâmico, são conceptualmente promissores na abordagem intraoperatória destes doentes. A taxa de sucesso varia entre 19% e 79% e a incidência de complicações perioperatórias entre 12% e 16%. O anestesiologista deve proporcionar condições cirúrgicas ótimas com conforto para o doente, facilitar a monitorização e diagnosticar e tratar precocemente complicações. |
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Estimulação Cerebral Profunda no Controlo da DorEstimulação Cerebral Profunda no Controlo da DorArtigo de Revisão NarrativaA estimulação cerebral profunda consiste na aplicação de estímulos elétricos em alvos neuronais subcorticais (através de elétrodos de estimulação parenquimatosos intracranianos) e tem tido uma aplicação crescente no controlo da dor. Constituem objetivos deste trabalho, uma revisão sobre os fundamentos da técnica, suas indicações e seleção de doentes e uma análise sobre a abordagem anestésica perioperatória. Procedeu-se a uma pesquisa online (PubMed) e as referências consideradas relevantes foram selecionadas e revistas. A estimulação cerebral profunda induz uma modulação descendente inibitória e diminui a hiperexcitabilidade neuronal. Está indicada em doentes cuja sintomatologia álgica é refretária à terapêutica convencional ou na presença de efeitos farmacológicos adversos graves. A seleção de doentes deve ser multidisciplinar. A colocação dos elétrodos intracranianos realiza-se por craniotomia com técnica estereotáxica e a maioria dos casos é feita com o doente acordado, durante todo o procedimento ou parcialmente, com o intuito de usar a monitorização clínica para obter maior exatidão na localização dos alvos terapêuticos e para vigilância de complicações. Não existe, porém, evidência de superioridade de nenhuma técnica anestésica. A utilização de target controlled infusion com propofol e/ou remifentanilo, pela titulação mais exata do efeito sedativo, e a dexmedetomidina, pelo seu perfil farmacodinâmico, são conceptualmente promissores na abordagem intraoperatória destes doentes. A taxa de sucesso varia entre 19% e 79% e a incidência de complicações perioperatórias entre 12% e 16%. O anestesiologista deve proporcionar condições cirúrgicas ótimas com conforto para o doente, facilitar a monitorização e diagnosticar e tratar precocemente complicações.Deep brain stimulation applies electrical stimuli to subcortical targets (through intracranial parenchyma pacing) and it has been increasingly used for pain control. The purpose of this study is to review the fundamentals of the technique, its indications and patient selection and perform an analysis on the perioperative anesthetic management. An online search (PubMed) was conducted. Relevant references were selected and reviewed. Deep brain stimulation induces a descending inhibitory modulation pathway and decreases neuronal hyperexcitability. It is indicated in patients whose symptomatology is refractory to conventional therapy or in presence of serious adverse pharmacological effects. The selection of patients should be multidisciplinary. Intracranial electrodes placement is performed by craniotomy using a stereotactic technique. Most cases are undergone with an awake patient, during the whole procedure or partly, with the intention of using clinical monitoring for greater accuracy in the localization of therapeutic targets as well as for detecting potential complications. There is, however, no evidence of superiority of any anesthetic technique. The use of target controlled infusion with propofol and/or remifentanil, which allows a more accurate titration of sedation, and dexmedetomidine, due to its pharmacodynamic profile, are conceptually promising for intraoperative management. The success rate varies between 19% and 79% and the incidence of perioperative complications between 12% and 16%. The anesthesiologist should simultaneously provide optimal surgical conditions and comfort to the patient, minimize interference with monitoring and diagnose and promptly treat complications.Sociedade Portuguesa de Anestesiologia2014-01-10T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.25751/rspa.3380por0871-6099Nora, DavidAndré, AnaMira, FernandaFerreira, Cristinainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-23T15:34:34Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/3380Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T16:04:05.485990Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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