Validação de metodologias de diferenciação clínica entre luto saudável e luto complicado
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/176 http://hdl.handle.net/20.500.11816/176 |
Resumo: | O processo de Luto Saudável é um processo natural, saudável, inerente à perda de alguém significativo e consiste na capacidade de lidar com as diversas manifestações do processo de luto, sem que este influencie negativamente o percurso de vida e não seja necessária ajuda profissional especializada (Golden & Dalgleish, 2010; Stroebe, Schult & Finkenauer, 2001). Contrariamente, o Luto Complicado implica a afectação das capacidades funcionais do indivíduo, impedindo-o de regressar ao seu estado de funcionamento anterior à perda. Este fenómeno encontra-se presente quando o processo de luto diverge do que é culturalmente normativo, quanto à duração, sintomas e intensidade do luto (Prigerson et al.,1995). Apesar da existência de várias definições e características para o luto saudável e complicado, não existe um consenso na literatura. Neste sentido surge a necessidade de criar metodologias de diferenciação clínica entre o luto saudável e complicado. Esta investigação tem três estudos distintos: 1) cálculo do ponto de corte do Inventário de Luto Complicado (ICG) (Frade, 2009) para Luto Complicado; 2) validação convergente da narrativa protótipo do luto complicado (Moreira, 2010); 3) validação divergente da narrativa protótipo do luto complicado numa amostra de pessoas com luto complicado (Moreira, 2010). A amostra do primeiro e segundo estudo é constituída por 73 participantes, 62 mulheres, 11 homens, com idade média de 23,00 (dp=25,8). Para a avaliação da amostra foi utilizado o Questionário Sociodemográfico (QSD), o ICG e a Entrevista de Diagnóstico Clínico de Luto complicado (EDCLC) construída para esta investigação. Para o primeiro estudo, os resultados da EDCLC permitem categorizar os participantes face ao Luto Complicado para posterior realização de curva ROC. No segundo estudo foi utilizado o questionário de validação convergente da narrativa protótipo de luto complicado e verificou-se o nível de identificação com esta narrativa entre participantes com e sem diagnóstico de Luto Complicado. A amostra do estudo de validação divergente foi constituída por 28 participantes, 24 mulheres, 4 homens, com idade média de 74,15 (dp=22,0). Os instrumentos utilizados foram o QSD, a EDCLC e o questionário de validação divergente da narrativa protótipo de luto complicado. Comparando várias narrativas protótipo, é possível verificar se os participantes com Luto Complicado se identificam mais com a narrativa de luto complicado em detrimento de outras narrativas protótipo. Os resultados obtidos foram, 1) o ponto de corte do ICG é ≥ 30 para Luto Complicado com 100% de sensibilidade e 2,2% de especificidade; 2) os participantes com luto complicado identificam-se significativamente mais com a narrativa protótipo do luto complicado, comparativamente com aqueles sem luto complicado; 3) a narrativa protótipo de luto complicado é aquela com que, os participantes com luto complicado, mais se identificaram comparativamente às outras narrativas. A pertinência da validação das metodologias de diferenciação revelou-se através dos dados obtidos. Deste modo, espera-se que os resultados aumentem o conhecimento sobre as metodologias de diferenciação entre o luto saudável e o luto complicado, contribuindo para o surgimento de novos conhecimentos de compreensão da perturbação do Luto Complicado e integração nos manuais de doença mental. |
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