O Umbundo no poliedro linguístico angolano : a Língua Portuguesa no entrelaçamento do colonialismo e pós-colonialismo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10437/8190 |
Resumo: | A linguagem é um dispositivo de poder. Isto implica sempre manipulação de forças, estratégia dominante, o que provoca constrangimentos, sobreposições, contaminações. Por isso a língua não pode ser analisada fora dos jogos de poder. Neste enquadramento, o problema que se nos deparou foi saber de que modo se verificam empréstimos linguísticos entre o Umbundo e a Língua Portuguesa (LP) e quais os motivos pelos quais perduram em ambos os idiomas essas interferências. Assim, são objectivos deste artigo: analisar a presença do Umbundo no multilinguismo angolano; refletir sobre a importância da Língua Portuguesa no contexto das relações de poder do colonialismo e pós-colonialismo; identificar empréstimos linguísticos para a evolução, renovação e reflorescimento da Língua Portuguesa e do Umbundo. Utilizámos para o nosso trabalho as seguintes fontes: Gramáticas; dicionários; literatura; obras historiográficas; legislação. As fontes utilizadas foram analisadas segundo as seguintes dimensões: a Língua portuguesa e o contexto linguístico angolano; bilinguismo; empréstimos linguísticos na LP e no Umbundo (a nível fonético, lexical e morfossintáctico). Pelo nosso estudo pudemos concluir que a LP, no quadro das relações de poder do colonialismo e pós-colonialismo, mantém o estatuto de língua de referência, sendo relevantes os empréstimos linguísticos do umbundismo na LP e vice-versa. |
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O Umbundo no poliedro linguístico angolano : a Língua Portuguesa no entrelaçamento do colonialismo e pós-colonialismoEDUCAÇÃOLINGUÍSTICALÍNGUA PORTUGUESALÍNGUA UMBUNDUEDUCATIONLINGUISTICSPORTUGUESE LANGUAGEUMBUNDU LANGUAGEANGOLAA linguagem é um dispositivo de poder. Isto implica sempre manipulação de forças, estratégia dominante, o que provoca constrangimentos, sobreposições, contaminações. Por isso a língua não pode ser analisada fora dos jogos de poder. Neste enquadramento, o problema que se nos deparou foi saber de que modo se verificam empréstimos linguísticos entre o Umbundo e a Língua Portuguesa (LP) e quais os motivos pelos quais perduram em ambos os idiomas essas interferências. Assim, são objectivos deste artigo: analisar a presença do Umbundo no multilinguismo angolano; refletir sobre a importância da Língua Portuguesa no contexto das relações de poder do colonialismo e pós-colonialismo; identificar empréstimos linguísticos para a evolução, renovação e reflorescimento da Língua Portuguesa e do Umbundo. Utilizámos para o nosso trabalho as seguintes fontes: Gramáticas; dicionários; literatura; obras historiográficas; legislação. As fontes utilizadas foram analisadas segundo as seguintes dimensões: a Língua portuguesa e o contexto linguístico angolano; bilinguismo; empréstimos linguísticos na LP e no Umbundo (a nível fonético, lexical e morfossintáctico). Pelo nosso estudo pudemos concluir que a LP, no quadro das relações de poder do colonialismo e pós-colonialismo, mantém o estatuto de língua de referência, sendo relevantes os empréstimos linguísticos do umbundismo na LP e vice-versa.Language is a power device. This always implies the manipulation of forces, dominant strategy, which causes constraints, overlaps, contaminations. Therefore, language cannot be analysed outside the games of power. In this framework, the issue we faced was knowing how language borrowing between Umbundu and Portuguese happens, and why these interferences linger in both languages. Thus, the purposes of this paper are: to examine the presence of Umbundu in the Angolan multilinguism; to reflect on the importance of Portuguese in the context of colonialism and post-colonialism power relations; to identify language borrowing in the evolution, renovation and revival of Portuguese and Umbundu. For this study, we used the following sources: grammars; dictionaries; literature; historiographic works; legislation. The sources used were analysed along the following lines: Portuguese and the Angolan linguistic context; bilinguism; language borrowing in Portuguese and Umbundu (phonetically, lexically and morpho-syntactically). From our study, we were able to conclude that, within the context of colonialism and post-colonialism power relations, Portuguese still holds the position of reference language, and language borrowing from Umbundu into Portuguese and vice versa is relevant.La langue est un dispositif de pouvoir. Cela implique toujours manipulation des forces, cela veut dite, stratégie dominante, ce qui provoque des contraintes, des superpositions, des contaminations. C’est pourquoi la langue ne peut pas être analysée en dehors des jeux de pouvoir. Dans ce cadre, le problème que nous avons posé c’est de savoir comment on vérifie des prêts linguistiques entre l’Umbundo et la langue portugaise (LP) et quelles sont les raisons pourquoi dans les deux langues cette interférence se manifeste et se maintient. Ainsi, les objectifs de cet article sont: analyser la présence de l’Umbundo dans le multilinguisme d’Angola; réfléchir sur l’importance de la langue portugaise dans le contexte des relations de pouvoir du colonialisme et pos colonialisme; identifier les prêts linguistiques pour l’évolution et le renouvellement de la langue portugaise et d l’Umbundu. Nous avons utilisé pour notre travail, les sources suivantes: grammaires, dictionnaires, littérature; travaux historiographiques et académiques; législation. Les sources utilisées ont été analysées selon les dimensions suivantes: la langue portugaise et le contexte linguistique en Angola; le bilinguisme; et les prêts linguistiques en LP et en Umbundu (au niveau phonétique, lexical et morfosyntaxique). Pour notre étude, nous avons pu conclure que la LP, dans le cadre des relations entre les puissances du colonialisme et pos colonialisme, maintient l’état de la référence, bien qu’étant relevants les prêts linguistiques de d l’umbundismo sur la langue portugaise et vice versa.El lenguaje es un dispositivo de poder. Esto siempre implica manipulación de fuerzas, estrategia dominante, lo que da lugar a restricciones, superposiciones, contaminaciones. Por eso, la lengua no puede ser analizada fuera de los juegos de poder. En esto marco, la cuestión que nos enfrentamos fue saber de qué modo se verifican prestamos lingüísticos entre el umbundu y el portugués, e por qué motivos esas interferencias perduran en ambos idiomas. Así, los propósitos de este artículo son: analizar la presencia del umbundu en el multilingüismo de Angola; reflexionar sobre la importancia del portugués en el contexto de las relaciones de poder del colonialismo y postcolonialismo; identificar prestamos lingüísticos para la evolución, renovación y revitalización de la lengua portuguesa y del umbundu. Para nuestro estudio, hemos usado las siguientes fuentes: gramáticas; diccionarios; literatura; obras historiográficas; legislación. Las fuentes utilizadas fueron analizadas según los siguientes aspectos: la lengua portuguesa y el contexto lingüístico de Angola; bilinguismo; prestamos lingüísticos en el portugués y el umbundu (a nivel fonético, lexical e morfosintáctico). De nuestro estudio, podemos concluir que, en el marco de las relaciones de poder del colonialismo y postcolonialismo, el portugués mantiene el estatuto de idioma de referencia, y los prestamos lingüísticos del umbundu en portugués y viceversa son relevantes.Edições Universitárias Lusófonas2017-08-23T11:53:31Z2017-01-01T00:00:00Z2017info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10437/8190por1646-401XQuinta, JoanaBrás, José Gregório ViegasGonçalves, Maria Neves L.info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T01:33:36Zoai:recil.ensinolusofona.pt:10437/8190Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:16:25.134828Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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