Quisto Epidermoide do Clitóris
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/5368 |
Resumo: | Introdução A clitoromegalia é definida como um clitóris de índice clitorial maior que 35mm2, é rara (1) e pode ser congénita ou adquirida.(2)(3) Pode ter origem em diversos quistos,(1)(6)(7) incluindo o quisto epidermoide.(3)(4)(5) Este resulta da implantação de fragmentos da epiderme no interior da derme, pode ocorrer durante o desenvolvimento embrionário ou por indução traumática.(6) Esta implantação é mais frequentemente originada por trauma, mais precisamente pela mutilação genital feminina (MGF).(7) Objectivos - Reportar um caso clínico ocorrido no Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB); - Pesquisar e analisar a informação clínica disponível na literatura acerca desta patologia; - Compreender a sua fisiopatologia; - Comparar o caso do CHCB com os existentes na literatura; - Produzir a primeira revisão da literatura; - Propor uma abordagem padronizada para o diagnóstico e terapêutica de futuros novos casos. Métodos Foi efectuada uma pesquisa durante o mês Novembro 2015 na Pubmed, utilizando as palavras-chave: clitoris, clitorial, quisto, quisto de inclusão, epidermoide, epidermal. Depois de aplicados critérios de exclusão previamente estabelecidos, foram analisados 25 artigos. Resultados Caso clínico: Mulher de 29 anos, com formação nodular de grandes dimensões no clitóris (50x30 mm), dolorosa. Após antibioterapia, tornou-se indolor e não regrediu. Teve um parto 4 meses antes e encontrava-se a amamentar. Excisou-se cirurgicamente a lesão. A análise patológica revelou a presença dum quisto epidermoide do clitóris. Dois meses depois, a doente apresentava boa satisfação sexual. Casos publicados: Dos 106 casos de quisto epidermoide do clitóris, 88 surgiram em contexto de MGF e 18 em contexto de não MGF. Nos casos não MGF, a média de idades é 20.98 anos. Houve 1 caso não MGF com história de trauma, 5 tomavam medicação contendo estradiol, 4 tinham história de gestação. Dos 106 casos, 4 referiram dor, 14 sentiram receio de estigmatização, 16 referiram dispareunia, 36 queixaram-se da protuberância perineal; 11 referiram ansiedade pelo quisto; 15 com queixa de interferência com o movimento; 15 tiveram clitoridectomia total para excisão do quisto. Apenas foram relatadas complicações em 3 casos; Conclusão 83% dos casos resultaram da MGF. Considerando que existem mais de 125 milhões de vítimas de MGF,(17) é provável que a prevalência destes quistos seja maior. Este pode surgir em qualquer idade, habitualmente é indolor e pode estar associado a dispareunia. Pode apresentar grande variabilidade de índice clitorial; Parece que aqueles que surgem em consequência da MGF crescem mais lentamente. Diversos diagnósticos diferencias podem ser ponderados. Independentemente da técnica cirúrgica utilizada, não houve registos de recorrência do quisto. |
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Quisto Epidermoide do ClitórisCaso clínico e revisão da literaturaCaso ClínicoClitórisClitoromegaliaQuisto EpidermoideRevisão da Literatura.Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução A clitoromegalia é definida como um clitóris de índice clitorial maior que 35mm2, é rara (1) e pode ser congénita ou adquirida.(2)(3) Pode ter origem em diversos quistos,(1)(6)(7) incluindo o quisto epidermoide.(3)(4)(5) Este resulta da implantação de fragmentos da epiderme no interior da derme, pode ocorrer durante o desenvolvimento embrionário ou por indução traumática.(6) Esta implantação é mais frequentemente originada por trauma, mais precisamente pela mutilação genital feminina (MGF).(7) Objectivos - Reportar um caso clínico ocorrido no Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB); - Pesquisar e analisar a informação clínica disponível na literatura acerca desta patologia; - Compreender a sua fisiopatologia; - Comparar o caso do CHCB com os existentes na literatura; - Produzir a primeira revisão da literatura; - Propor uma abordagem padronizada para o diagnóstico e terapêutica de futuros novos casos. Métodos Foi efectuada uma pesquisa durante o mês Novembro 2015 na Pubmed, utilizando as palavras-chave: clitoris, clitorial, quisto, quisto de inclusão, epidermoide, epidermal. Depois de aplicados critérios de exclusão previamente estabelecidos, foram analisados 25 artigos. Resultados Caso clínico: Mulher de 29 anos, com formação nodular de grandes dimensões no clitóris (50x30 mm), dolorosa. Após antibioterapia, tornou-se indolor e não regrediu. Teve um parto 4 meses antes e encontrava-se a amamentar. Excisou-se cirurgicamente a lesão. A análise patológica revelou a presença dum quisto epidermoide do clitóris. Dois meses depois, a doente apresentava boa satisfação sexual. Casos publicados: Dos 106 casos de quisto epidermoide do clitóris, 88 surgiram em contexto de MGF e 18 em contexto de não MGF. Nos casos não MGF, a média de idades é 20.98 anos. Houve 1 caso não MGF com história de trauma, 5 tomavam medicação contendo estradiol, 4 tinham história de gestação. Dos 106 casos, 4 referiram dor, 14 sentiram receio de estigmatização, 16 referiram dispareunia, 36 queixaram-se da protuberância perineal; 11 referiram ansiedade pelo quisto; 15 com queixa de interferência com o movimento; 15 tiveram clitoridectomia total para excisão do quisto. Apenas foram relatadas complicações em 3 casos; Conclusão 83% dos casos resultaram da MGF. Considerando que existem mais de 125 milhões de vítimas de MGF,(17) é provável que a prevalência destes quistos seja maior. Este pode surgir em qualquer idade, habitualmente é indolor e pode estar associado a dispareunia. Pode apresentar grande variabilidade de índice clitorial; Parece que aqueles que surgem em consequência da MGF crescem mais lentamente. Diversos diagnósticos diferencias podem ser ponderados. Independentemente da técnica cirúrgica utilizada, não houve registos de recorrência do quisto.Introduction Clitoromegaly is defined has a clitoris with a clitoral index larger than 35mm2, it is rare, (1) and can be congenital or acquired. (2)(3) It can occur as a result from various cysts,(1)(6)(7) including the epidermoid cyst. (3)(4)(5) This results from the epidermal fragments implantation within the dermis, and it can occur during the embryonic development or by traumatic induction. (6) This implantation is more often induced by trauma, precisely by female genital mutilation (FGM). (7) Objectives - To report an occurred case in the Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB); - To search and analyze for available clinical data in the literature, related with this pathology; - To understand the pathophysiology; - To compare the CHCB case report with the existing literature; - To produce the first literature review around this issue; - To propose a standardized approach to do the diagnose and therapy for future cases. Methods A research was carried out during November 2015 on the Pubmed data base, using the keywords: clitoris, clitoral, cyst, inclusion cyst, epidermoid, epidermal. After applied the established exclusion criteria, were analyzed 25 articles. Results Case Report: 29 years old woman, with large clitoral nodular mass (50x30mm), painful. After antibiotherapy, became painless and did not decreased in size. This woman had a delivery 4 months before and was breastfeeding. The lesion was surgically dissected. The pathological examination revealed a clitoral epidermoid cyst. Two months later, the patient revealed a good sexual satisfaction. Published Cases: Of the 106 clitoral epidermal cyst cases, 88 are related with female genital mutilation (FGM) and 18 with non female genital mutilation (non FGM). In the non FGM cases, the average age is 20.98 years old. There was one non FGM case with history of trauma, 5 of them were taking medication containing estradiol and 4 had history of previous pregnancy. Of the 106 cases, 4 reported pain, 14 felt fear of stigmatization, 16 stated dyspareunia, 36 complained of perineal bulge; 11 mentioned anxiety related with the cyst; 15 complained of interference with the movement; 15 had total complete clitoridectomy for the cyst excision. Complications were reported only in 3 of the cases. Conclusion 83% of the cases are a FGM consequence. Considering that, there are more than 125 million victims of FGM,(17) it is likely that the cysts prevalence is greater. This can occur at any age, it is usually painless and may be associated to dyspareunia. Can present great variability of the clitoral index. It seems that those that appear as a result of FGM grow up slower. Several other diagnosis can be considered. Regardless of the surgical technique used, there was no records of the cyst recurrence.Gomes, Carlos Alberto MartinsuBibliorumCruz, João Eduardo Oliveira2018-07-23T15:21:01Z2016-5-22016-06-272016-06-27T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/5368TID:201774259porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:43:13Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/5368Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:46:17.946205Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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