Documentário e memória intergeracional das ditaduras do Cone Sul
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://ojs.labcom-ifp.ubi.pt/doc/article/view/510 |
Resumo: | O objeto da pesquisa é o cinema documental contemporâneo ligado aos descendentes de militantes de esquerda vítimas das ditaduras do Cone Sul. Desde fins dos anos 1990, ganha relevo na região a produção de documentários dirigidos ou protagonizados por filho(a)s, sobrinho(a)s ou neto(a)s daqueles que se opuseram aos regimes autoritários vigentes entre as décadas de 1960 e 1980. Nessa filmografia, as histórias de resistência e repressão vividas pela geração anterior são revistas pelas gerações mais jovens pelo enfoque familiar e íntimo. A tendência se manifesta na Argentina, no Chile, no Brasil, no Uruguai e no Paraguai, no âmbito de um fenômeno de memória intergeracional mais vasto, que abrange outras expressões artísticas – além de outras conjunturas traumáticas. Quatro títulos compõem o corpus principal do trabalho: Diário de uma busca (Flavia Castro, Brasil / França, 2010); Los rubios (Albertina Carri, Argentina, 2003); Mi vida con Carlos (Germán Berger-Hertz, Chile / Espanha, 2009); Os dias com ele (Maria Clara Escobar, Brasil / Portugal, 2013). Metodologicamente, a argumentação confronta a análise dessas obras específicas com um corpus fílmico expandido e outros materiais externos, construindo uma abordagem global e nuançada sobre as expressões da memória intergeracional nesse documentarismo. Quatro objetivos centrais guiam as reflexões, desdobrando aspectos salientes nos títulos do corpus principal. Respectivamente: descrever a formação dessa filmografia ao longo dos anos, examinando as dinâmicas transnacionais e temporais em jogo, bem como os influxos exercidos pelos festivais de cinema e pela escrita acadêmica nesse processo; ampliar o debate sobre o circuito de interações entre as gerações, destacando o papel ativo dos descendentes e abarcando vetores de memória que extrapolam a transmissão de um legado traumático; delinear o repertório de formas cinematográficas e narrativas dessa produção, rastreando paralelismos, matizes, contradições estéticas e lugares de enunciação da primeira pessoa; interpretar aquilo que a representação audiovisual testemunha sobre o peso do passado e sua ancoragem em um presente ainda marcado pelo autoritarismo. A investigação indaga as balizas conceituais desse campo de estudos para descortinar um fenômeno denso em sua historicidade, com imagens carregadas de conexões transnacionais, transferências culturais, tensões formais e nexos referenciais. O resultado final é um quadro multifacetado do documentarismo intergeracional do Cone Sul, com perspectivas renovadas pelo prisma da subjetividade e dos afetos, mas no qual também se plasmam novas fórmulas da memória. |
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A tendência se manifesta na Argentina, no Chile, no Brasil, no Uruguai e no Paraguai, no âmbito de um fenômeno de memória intergeracional mais vasto, que abrange outras expressões artísticas – além de outras conjunturas traumáticas. Quatro títulos compõem o corpus principal do trabalho: Diário de uma busca (Flavia Castro, Brasil / França, 2010); Los rubios (Albertina Carri, Argentina, 2003); Mi vida con Carlos (Germán Berger-Hertz, Chile / Espanha, 2009); Os dias com ele (Maria Clara Escobar, Brasil / Portugal, 2013). Metodologicamente, a argumentação confronta a análise dessas obras específicas com um corpus fílmico expandido e outros materiais externos, construindo uma abordagem global e nuançada sobre as expressões da memória intergeracional nesse documentarismo. Quatro objetivos centrais guiam as reflexões, desdobrando aspectos salientes nos títulos do corpus principal. Respectivamente: descrever a formação dessa filmografia ao longo dos anos, examinando as dinâmicas transnacionais e temporais em jogo, bem como os influxos exercidos pelos festivais de cinema e pela escrita acadêmica nesse processo; ampliar o debate sobre o circuito de interações entre as gerações, destacando o papel ativo dos descendentes e abarcando vetores de memória que extrapolam a transmissão de um legado traumático; delinear o repertório de formas cinematográficas e narrativas dessa produção, rastreando paralelismos, matizes, contradições estéticas e lugares de enunciação da primeira pessoa; interpretar aquilo que a representação audiovisual testemunha sobre o peso do passado e sua ancoragem em um presente ainda marcado pelo autoritarismo. A investigação indaga as balizas conceituais desse campo de estudos para descortinar um fenômeno denso em sua historicidade, com imagens carregadas de conexões transnacionais, transferências culturais, tensões formais e nexos referenciais. O resultado final é um quadro multifacetado do documentarismo intergeracional do Cone Sul, com perspectivas renovadas pelo prisma da subjetividade e dos afetos, mas no qual também se plasmam novas fórmulas da memória.O objeto da pesquisa é o cinema documental contemporâneo ligado aos descendentes de militantes de esquerda vítimas das ditaduras do Cone Sul. Desde fins dos anos 1990, ganha relevo na região a produção de documentários dirigidos ou protagonizados por filho(a)s, sobrinho(a)s ou neto(a)s daqueles que se opuseram aos regimes autoritários vigentes entre as décadas de 1960 e 1980. Nessa filmografia, as histórias de resistência e repressão vividas pela geração anterior são revistas pelas gerações mais jovens pelo enfoque familiar e íntimo. A tendência se manifesta na Argentina, no Chile, no Brasil, no Uruguai e no Paraguai, no âmbito de um fenômeno de memória intergeracional mais vasto, que abrange outras expressões artísticas – além de outras conjunturas traumáticas. 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Respectivamente: descrever a formação dessa filmografia ao longo dos anos, examinando as dinâmicas transnacionais e temporais em jogo, bem como os influxos exercidos pelos festivais de cinema e pela escrita acadêmica nesse processo; ampliar o debate sobre o circuito de interações entre as gerações, destacando o papel ativo dos descendentes e abarcando vetores de memória que extrapolam a transmissão de um legado traumático; delinear o repertório de formas cinematográficas e narrativas dessa produção, rastreando paralelismos, matizes, contradições estéticas e lugares de enunciação da primeira pessoa; interpretar aquilo que a representação audiovisual testemunha sobre o peso do passado e sua ancoragem em um presente ainda marcado pelo autoritarismo. A investigação indaga as balizas conceituais desse campo de estudos para descortinar um fenômeno denso em sua historicidade, com imagens carregadas de conexões transnacionais, transferências culturais, tensões formais e nexos referenciais. O resultado final é um quadro multifacetado do documentarismo intergeracional do Cone Sul, com perspectivas renovadas pelo prisma da subjetividade e dos afetos, mas no qual também se plasmam novas fórmulas da memória.O objeto da pesquisa é o cinema documental contemporâneo ligado aos descendentes de militantes de esquerda vítimas das ditaduras do Cone Sul. Desde fins dos anos 1990, ganha relevo na região a produção de documentários dirigidos ou protagonizados por filho(a)s, sobrinho(a)s ou neto(a)s daqueles que se opuseram aos regimes autoritários vigentes entre as décadas de 1960 e 1980. Nessa filmografia, as histórias de resistência e repressão vividas pela geração anterior são revistas pelas gerações mais jovens pelo enfoque familiar e íntimo. A tendência se manifesta na Argentina, no Chile, no Brasil, no Uruguai e no Paraguai, no âmbito de um fenômeno de memória intergeracional mais vasto, que abrange outras expressões artísticas – além de outras conjunturas traumáticas. Quatro títulos compõem o corpus principal do trabalho: Diário de uma busca (Flavia Castro, Brasil / França, 2010); Los rubios (Albertina Carri, Argentina, 2003); Mi vida con Carlos (Germán Berger-Hertz, Chile / Espanha, 2009); Os dias com ele (Maria Clara Escobar, Brasil / Portugal, 2013). Metodologicamente, a argumentação confronta a análise dessas obras específicas com um corpus fílmico expandido e outros materiais externos, construindo uma abordagem global e nuançada sobre as expressões da memória intergeracional nesse documentarismo. Quatro objetivos centrais guiam as reflexões, desdobrando aspectos salientes nos títulos do corpus principal. 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O resultado final é um quadro multifacetado do documentarismo intergeracional do Cone Sul, com perspectivas renovadas pelo prisma da subjetividade e dos afetos, mas no qual também se plasmam novas fórmulas da memória.O objeto da pesquisa é o cinema documental contemporâneo ligado aos descendentes de militantes de esquerda vítimas das ditaduras do Cone Sul. Desde fins dos anos 1990, ganha relevo na região a produção de documentários dirigidos ou protagonizados por filho(a)s, sobrinho(a)s ou neto(a)s daqueles que se opuseram aos regimes autoritários vigentes entre as décadas de 1960 e 1980. Nessa filmografia, as histórias de resistência e repressão vividas pela geração anterior são revistas pelas gerações mais jovens pelo enfoque familiar e íntimo. A tendência se manifesta na Argentina, no Chile, no Brasil, no Uruguai e no Paraguai, no âmbito de um fenômeno de memória intergeracional mais vasto, que abrange outras expressões artísticas – além de outras conjunturas traumáticas. 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