Cidade em marcha: imaginário urbano e geossimbolismo nas letras das grandes marchas de Lisboa (1935-2015)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gonçalves, Ana
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/12462
Resumo: A intenção geral desta dissertação é a de analisar as relações entre imaginários urbanos, símbolos de lugar, curso histórico e expressões musicais populares. Para fins ilustrativos propõe-se a análise de uma emblemática canção de Lisboa. A Grande Marcha de Lisboa pode ser considerada uma variante de folclore de cidade, um espécime poético-musical-coreográfico de origem e motivo urbanos criado por iniciativa municipal em 1935, no quadro ideológico do salazarismo e em articulação com a política cultural do poder estatal central. Porém, no lapso de tempo entre 1935 e 2015, sensivelmente metade dos anos foram passados em ditadura e metade em democracia. Como ecoa esta viragem na canção? No volte-face em que se traduziu o 25 de Abril, assistiu-se a uma expurgação crítica do imaginário salazarista, como necessário ato de redenção e sublimação em democracia, a uma acomodação pacífica à nova condição urbana, a uma crise identitária, ou simplesmente a um evitamento estratégico da questão? Através da análise contextual e textual das cinquenta letras de canções — coligidas a partir de publicações municipais depositadas em bibliotecas e arquivos públicos —, conclui-se que, apesar das profundas alterações inerentes à passagem de um regime político a outro, de um arquétipo urbano a outro, os imaginários da cidade de ontem e da cidade de hoje não parecem distanciar-se dramaticamente. Estas inquietantes questões serão devidamente aclaradas e discutidas em maior detalhe ao longo do texto.
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