1383 no alvorecer da pátria

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Alcino Joaquim Marques da
Data de Publicação: 2004
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10216/29103
Resumo: A segunda metade de Trezentos vai encontrar um Portugal à procura de novos rumos, convulsionado, desagregando-se, combatendo, forjando o novo no interior do que se desintegrava por força do tempo e da evolução natural. Não havia forma de evitar o que a natureza social impunha. O passado tinha cumprido o seu papel e a sociedade enquanto conjunto agregador de grupos humanos exigia novas respostas face aos novos desafios. Forjada a nação, com território definido, espaço humano homogéneo ocupado, identificado o elemento de direcção e em seu redor aperfeiçoando-se o instrumento de governação, o novo que surgia em breve lhe acrescentaria os simbolos e valores que lhe dariam consistência espiritual aglutinadora e identificativa como pátria. A revolução de 1383 que se prolongou até 1385 foi o resultado de uma crise estrutural da sociedade medieval que exigiu novas formas de poder. Nascerá desse parto uma geração de poder que impulsionará Portugal para outros horizontes, para outras dimensões, outros destinos. Burgueses-mercadores e cavaleiros-vilãos, senhores opulentos da riqueza instalada nas cidades com Lisboa à cabeça, vão ser a direcção dessa vontade de mudança, impelidos e arrastados por toda uma massa do mesmo terceiro estado donde provinham e que também reclamava a sua parte na partilha. Os avanços e direcções que então ocorreram foram no sentido da nação e da pátria. Vislumbram-se batalhas por uma causa. Ora só a pátria podia justificar uma causa, pois até então, lutava-se apenas pelos interesses deste ou daquele senhor, mesmo que rei e daqui em diante, passa alutar-se por uma comunidade de interesses, por um espaço territorial que engloba todo um colectivo humano. Em Aljubarrota caiu a nata do exército feudal castelhano e um mundo de senhores portugueses, mas por sobre a morte surgiu um novo mundo, de interesses e vontades diferentes.
id RCAP_d87ef3b1421059412a40b0bd181ffe30
oai_identifier_str oai:repositorio-aberto.up.pt:10216/29103
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling 1383 no alvorecer da pátriaHistória de Portugal - séc. 14A segunda metade de Trezentos vai encontrar um Portugal à procura de novos rumos, convulsionado, desagregando-se, combatendo, forjando o novo no interior do que se desintegrava por força do tempo e da evolução natural. Não havia forma de evitar o que a natureza social impunha. O passado tinha cumprido o seu papel e a sociedade enquanto conjunto agregador de grupos humanos exigia novas respostas face aos novos desafios. Forjada a nação, com território definido, espaço humano homogéneo ocupado, identificado o elemento de direcção e em seu redor aperfeiçoando-se o instrumento de governação, o novo que surgia em breve lhe acrescentaria os simbolos e valores que lhe dariam consistência espiritual aglutinadora e identificativa como pátria. A revolução de 1383 que se prolongou até 1385 foi o resultado de uma crise estrutural da sociedade medieval que exigiu novas formas de poder. Nascerá desse parto uma geração de poder que impulsionará Portugal para outros horizontes, para outras dimensões, outros destinos. Burgueses-mercadores e cavaleiros-vilãos, senhores opulentos da riqueza instalada nas cidades com Lisboa à cabeça, vão ser a direcção dessa vontade de mudança, impelidos e arrastados por toda uma massa do mesmo terceiro estado donde provinham e que também reclamava a sua parte na partilha. Os avanços e direcções que então ocorreram foram no sentido da nação e da pátria. Vislumbram-se batalhas por uma causa. Ora só a pátria podia justificar uma causa, pois até então, lutava-se apenas pelos interesses deste ou daquele senhor, mesmo que rei e daqui em diante, passa alutar-se por uma comunidade de interesses, por um espaço territorial que engloba todo um colectivo humano. Em Aljubarrota caiu a nata do exército feudal castelhano e um mundo de senhores portugueses, mas por sobre a morte surgiu um novo mundo, de interesses e vontades diferentes.Porto : [Edição do Autor]20042004-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10216/29103porSilva, Alcino Joaquim Marques dainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-29T12:48:07Zoai:repositorio-aberto.up.pt:10216/29103Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T23:27:07.336960Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv 1383 no alvorecer da pátria
title 1383 no alvorecer da pátria
spellingShingle 1383 no alvorecer da pátria
Silva, Alcino Joaquim Marques da
História de Portugal - séc. 14
title_short 1383 no alvorecer da pátria
title_full 1383 no alvorecer da pátria
title_fullStr 1383 no alvorecer da pátria
title_full_unstemmed 1383 no alvorecer da pátria
title_sort 1383 no alvorecer da pátria
author Silva, Alcino Joaquim Marques da
author_facet Silva, Alcino Joaquim Marques da
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Silva, Alcino Joaquim Marques da
dc.subject.por.fl_str_mv História de Portugal - séc. 14
topic História de Portugal - séc. 14
description A segunda metade de Trezentos vai encontrar um Portugal à procura de novos rumos, convulsionado, desagregando-se, combatendo, forjando o novo no interior do que se desintegrava por força do tempo e da evolução natural. Não havia forma de evitar o que a natureza social impunha. O passado tinha cumprido o seu papel e a sociedade enquanto conjunto agregador de grupos humanos exigia novas respostas face aos novos desafios. Forjada a nação, com território definido, espaço humano homogéneo ocupado, identificado o elemento de direcção e em seu redor aperfeiçoando-se o instrumento de governação, o novo que surgia em breve lhe acrescentaria os simbolos e valores que lhe dariam consistência espiritual aglutinadora e identificativa como pátria. A revolução de 1383 que se prolongou até 1385 foi o resultado de uma crise estrutural da sociedade medieval que exigiu novas formas de poder. Nascerá desse parto uma geração de poder que impulsionará Portugal para outros horizontes, para outras dimensões, outros destinos. Burgueses-mercadores e cavaleiros-vilãos, senhores opulentos da riqueza instalada nas cidades com Lisboa à cabeça, vão ser a direcção dessa vontade de mudança, impelidos e arrastados por toda uma massa do mesmo terceiro estado donde provinham e que também reclamava a sua parte na partilha. Os avanços e direcções que então ocorreram foram no sentido da nação e da pátria. Vislumbram-se batalhas por uma causa. Ora só a pátria podia justificar uma causa, pois até então, lutava-se apenas pelos interesses deste ou daquele senhor, mesmo que rei e daqui em diante, passa alutar-se por uma comunidade de interesses, por um espaço territorial que engloba todo um colectivo humano. Em Aljubarrota caiu a nata do exército feudal castelhano e um mundo de senhores portugueses, mas por sobre a morte surgiu um novo mundo, de interesses e vontades diferentes.
publishDate 2004
dc.date.none.fl_str_mv 2004
2004-01-01T00:00:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10216/29103
url http://hdl.handle.net/10216/29103
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Porto : [Edição do Autor]
publisher.none.fl_str_mv Porto : [Edição do Autor]
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799135577032884224