Efeito da pressão da antibioterapia na selecção de estirpes bacterianas resistentes/multirresistentes
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/20.500.11816/2624 |
Resumo: | Logo que a Penicilina começou a ser utilizada como terapêutica, na década de 40 apareceram as primeiras estirpes com resistência adquirida a este antibiótico e o mesmo veio a acontecer com outros antibióticos que foram entretanto desenvolvidos e dirigidos contra diferentes alvos bacterianos e com diferentes mecanismos de acção. As bactérias têm manifestado uma capacidade adaptativa notável, com rápida difusão de armamento genético em populações bacterianas expostas à pressão antibiótica. Embora o desenvolvimento de antibióticos com mecanismos de ação distintos permita ultrapassar resistências previamente seleccionadas, a utilização de múltiplos antibióticos sem uma planificação otimizada comporta o risco de conduzir à aquisição sequencial de genes de resistência por estirpes potencialmente patogénicas, com capacidade de ocasionar infeções virtualmente intratáveis. Embora as interações sejam complexas, estudos epidemiológicos e ecológicos têm demonstrado, a associação do uso de antibióticos ao aparecimento de resistências, em especial em locais onde a utilização de antibióticos é efetuada de forma massiva como é o caso das Unidades Hospitalares. Para a resolução deste problema, foram criadas organizações, comissões, programas, que visam utilização de, essencialmente, duas medidas na prevenção da infeção por bactérias resistentes. Uma é a correta utilização dos antibióticos e a outra é a prevenção da aquisição e transmissão de bactérias resistentes. A prevenção de infecções por bactérias resistentes pode ser monitorizada com recurso a estudos de perfis de susceptibilidade aos antibióticos, ecologia bacteriana e evolução de resistências. Os microorganismos resistentes, actualmente mais problemáticos em Portugal são os Staphylococcus aureus resistentes à meticilina, enterococos resistentes à vancomicina, Streptococcus pneumoniae resistentes à penicilina, enterobacteriáceas produtoras de beta-lactamases de espetro alargado ou de carbapenemases, Pseudomonas aerutginosa e Acinetobacter baumanii resistentes aos carbapenemos, sendo também de realçar o aumento de infecções por Clostridium difficile. O conhecimento da antibioterapia prévia ao isolamento destas estirpes pode permitir fazer a monitorização da prescrição e toma de antibióticos e analisar uma eventual correlação entre a pressão exercida pela referida antibioterapia e a selecão destas resistências. Mediante um estudo observacional retrospectivo pretendeu-se conhecer, na população de doentes do CHTS dos quais foram isoladas bactérias resistentes no período em estudo, a eventual antibioterapia prévia, em cada um desses doentes, com o objectivo de avaliar o possível efeito da pressão antibiótica no surgimento de infecções causadas por estas bactérias. |
id |
RCAP_d925ef65432780337b9922e122964024 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.cespu.pt:20.500.11816/2624 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Efeito da pressão da antibioterapia na selecção de estirpes bacterianas resistentes/multirresistentesAntibioterapiaEstpirpes MultiresistentesInfecões HospitalaresLogo que a Penicilina começou a ser utilizada como terapêutica, na década de 40 apareceram as primeiras estirpes com resistência adquirida a este antibiótico e o mesmo veio a acontecer com outros antibióticos que foram entretanto desenvolvidos e dirigidos contra diferentes alvos bacterianos e com diferentes mecanismos de acção. As bactérias têm manifestado uma capacidade adaptativa notável, com rápida difusão de armamento genético em populações bacterianas expostas à pressão antibiótica. Embora o desenvolvimento de antibióticos com mecanismos de ação distintos permita ultrapassar resistências previamente seleccionadas, a utilização de múltiplos antibióticos sem uma planificação otimizada comporta o risco de conduzir à aquisição sequencial de genes de resistência por estirpes potencialmente patogénicas, com capacidade de ocasionar infeções virtualmente intratáveis. Embora as interações sejam complexas, estudos epidemiológicos e ecológicos têm demonstrado, a associação do uso de antibióticos ao aparecimento de resistências, em especial em locais onde a utilização de antibióticos é efetuada de forma massiva como é o caso das Unidades Hospitalares. Para a resolução deste problema, foram criadas organizações, comissões, programas, que visam utilização de, essencialmente, duas medidas na prevenção da infeção por bactérias resistentes. Uma é a correta utilização dos antibióticos e a outra é a prevenção da aquisição e transmissão de bactérias resistentes. A prevenção de infecções por bactérias resistentes pode ser monitorizada com recurso a estudos de perfis de susceptibilidade aos antibióticos, ecologia bacteriana e evolução de resistências. Os microorganismos resistentes, actualmente mais problemáticos em Portugal são os Staphylococcus aureus resistentes à meticilina, enterococos resistentes à vancomicina, Streptococcus pneumoniae resistentes à penicilina, enterobacteriáceas produtoras de beta-lactamases de espetro alargado ou de carbapenemases, Pseudomonas aerutginosa e Acinetobacter baumanii resistentes aos carbapenemos, sendo também de realçar o aumento de infecções por Clostridium difficile. O conhecimento da antibioterapia prévia ao isolamento destas estirpes pode permitir fazer a monitorização da prescrição e toma de antibióticos e analisar uma eventual correlação entre a pressão exercida pela referida antibioterapia e a selecão destas resistências. Mediante um estudo observacional retrospectivo pretendeu-se conhecer, na população de doentes do CHTS dos quais foram isoladas bactérias resistentes no período em estudo, a eventual antibioterapia prévia, em cada um desses doentes, com o objectivo de avaliar o possível efeito da pressão antibiótica no surgimento de infecções causadas por estas bactérias.2017-01-25T15:55:49Z2015-01-01T00:00:00Z2015info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/20.500.11816/2624TID:201405725porPinto, Maria Manuela Monteiroinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-05-31T14:01:50Zoai:repositorio.cespu.pt:20.500.11816/2624Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:57:56.815897Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Efeito da pressão da antibioterapia na selecção de estirpes bacterianas resistentes/multirresistentes |
title |
Efeito da pressão da antibioterapia na selecção de estirpes bacterianas resistentes/multirresistentes |
spellingShingle |
Efeito da pressão da antibioterapia na selecção de estirpes bacterianas resistentes/multirresistentes Pinto, Maria Manuela Monteiro Antibioterapia Estpirpes Multiresistentes Infecões Hospitalares |
title_short |
Efeito da pressão da antibioterapia na selecção de estirpes bacterianas resistentes/multirresistentes |
title_full |
Efeito da pressão da antibioterapia na selecção de estirpes bacterianas resistentes/multirresistentes |
title_fullStr |
Efeito da pressão da antibioterapia na selecção de estirpes bacterianas resistentes/multirresistentes |
title_full_unstemmed |
Efeito da pressão da antibioterapia na selecção de estirpes bacterianas resistentes/multirresistentes |
title_sort |
Efeito da pressão da antibioterapia na selecção de estirpes bacterianas resistentes/multirresistentes |
author |
Pinto, Maria Manuela Monteiro |
author_facet |
Pinto, Maria Manuela Monteiro |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Pinto, Maria Manuela Monteiro |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Antibioterapia Estpirpes Multiresistentes Infecões Hospitalares |
topic |
Antibioterapia Estpirpes Multiresistentes Infecões Hospitalares |
description |
Logo que a Penicilina começou a ser utilizada como terapêutica, na década de 40 apareceram as primeiras estirpes com resistência adquirida a este antibiótico e o mesmo veio a acontecer com outros antibióticos que foram entretanto desenvolvidos e dirigidos contra diferentes alvos bacterianos e com diferentes mecanismos de acção. As bactérias têm manifestado uma capacidade adaptativa notável, com rápida difusão de armamento genético em populações bacterianas expostas à pressão antibiótica. Embora o desenvolvimento de antibióticos com mecanismos de ação distintos permita ultrapassar resistências previamente seleccionadas, a utilização de múltiplos antibióticos sem uma planificação otimizada comporta o risco de conduzir à aquisição sequencial de genes de resistência por estirpes potencialmente patogénicas, com capacidade de ocasionar infeções virtualmente intratáveis. Embora as interações sejam complexas, estudos epidemiológicos e ecológicos têm demonstrado, a associação do uso de antibióticos ao aparecimento de resistências, em especial em locais onde a utilização de antibióticos é efetuada de forma massiva como é o caso das Unidades Hospitalares. Para a resolução deste problema, foram criadas organizações, comissões, programas, que visam utilização de, essencialmente, duas medidas na prevenção da infeção por bactérias resistentes. Uma é a correta utilização dos antibióticos e a outra é a prevenção da aquisição e transmissão de bactérias resistentes. A prevenção de infecções por bactérias resistentes pode ser monitorizada com recurso a estudos de perfis de susceptibilidade aos antibióticos, ecologia bacteriana e evolução de resistências. Os microorganismos resistentes, actualmente mais problemáticos em Portugal são os Staphylococcus aureus resistentes à meticilina, enterococos resistentes à vancomicina, Streptococcus pneumoniae resistentes à penicilina, enterobacteriáceas produtoras de beta-lactamases de espetro alargado ou de carbapenemases, Pseudomonas aerutginosa e Acinetobacter baumanii resistentes aos carbapenemos, sendo também de realçar o aumento de infecções por Clostridium difficile. O conhecimento da antibioterapia prévia ao isolamento destas estirpes pode permitir fazer a monitorização da prescrição e toma de antibióticos e analisar uma eventual correlação entre a pressão exercida pela referida antibioterapia e a selecão destas resistências. Mediante um estudo observacional retrospectivo pretendeu-se conhecer, na população de doentes do CHTS dos quais foram isoladas bactérias resistentes no período em estudo, a eventual antibioterapia prévia, em cada um desses doentes, com o objectivo de avaliar o possível efeito da pressão antibiótica no surgimento de infecções causadas por estas bactérias. |
publishDate |
2015 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2015-01-01T00:00:00Z 2015 2017-01-25T15:55:49Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/20.500.11816/2624 TID:201405725 |
url |
http://hdl.handle.net/20.500.11816/2624 |
identifier_str_mv |
TID:201405725 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799131651482058752 |