#16. Leucoplasia: caso clínico
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2015 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.14/34637 |
Resumo: | Introdução: A leucoplasia oral é das enfermidades com maior potencial de malignização que afeta o epitélio oral. A evolução clínica deste tipo de lesão é de certa forma indefinida, sofrendo alterações patológicas que variam de hiperplasia até displasia no sentido da malignização da lesão, sendo determinada pela acumulação de uma série de eventos genéticos e epigenéticos. Ainda assim, apesar de ter sido definida pela OMS como «uma mancha ou placa branca, não removível à raspagem e que não pode ser classificada clínica ou patologicamente como outra enfermidade», existem fatores predisponentes clinicopatológicos e moleculares fiáveis de possível evolução para a malignização. Descrição do caso clínico: Homem, 43 anos de idade, com historial de alcoolismo e atual fumador pesado (cerca de 40 cigarros/dia), foi encaminhado à consulta de medicina oral da Universidade Católica Portuguesa pelo seu dentista, com a queixa de uma lesão branca junto à base da língua. Considerando a apresentação clínica e os fatores de risco associados, foi realizada uma biópsia, confirmando o diagnóstico de leucoplasia. Discussão e conclusão: A mancha, de tamanho considerável, apresentava características típicas de leucoplasia; sabe‐se que este tipo de lesão ocorre mais na meia‐idade e em pacientes do sexo masculino. O caso chama especial atenção devido à localização, visto que casos localizados na língua, vermelhão dos lábios e pavimento oral, mais de 90% exibem displasia ou carcinoma; e aos fatores de risco do paciente, já que existe uma forte correlação entre leucoplasia e consumo de tabaco, presente em 80% dos casos. Após 3 meses da biópsia, o controlo mostrou diminuição considerável de tamanho e, por esta altura, o paciente tinha reduzido para metade o número de cigarros por dia. Aos 4 meses, a lesão tinha estabilizado; foi prescrito isotrexin que resultou, após uma semana, no desaparecimento quase completo da lesão. Novo controlo foi realizado passados 3 meses, com uma regressão para o estádio inicial da lesão, com o paciente a admitir o regresso aos velhos hábitos tabágicos. No último controlo, realizado 8 meses após a biópsia, a lesão apresentava‐se de novo com tamanho considerável, zonas eritmatosas na periferia e zonas verrucosas. Apesar dos fatores negativos presentes, o estudo anatomopatológico comprovou a ausência de sinais de displasia. O caso continua sob observação e controlo regular, devido ao seu grande potencial de malignização e aos hábitos do paciente. |
id |
RCAP_d97bcec57a0eb5310328babecc60c110 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ucp.pt:10400.14/34637 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
#16. Leucoplasia: caso clínicoIntrodução: A leucoplasia oral é das enfermidades com maior potencial de malignização que afeta o epitélio oral. A evolução clínica deste tipo de lesão é de certa forma indefinida, sofrendo alterações patológicas que variam de hiperplasia até displasia no sentido da malignização da lesão, sendo determinada pela acumulação de uma série de eventos genéticos e epigenéticos. Ainda assim, apesar de ter sido definida pela OMS como «uma mancha ou placa branca, não removível à raspagem e que não pode ser classificada clínica ou patologicamente como outra enfermidade», existem fatores predisponentes clinicopatológicos e moleculares fiáveis de possível evolução para a malignização. Descrição do caso clínico: Homem, 43 anos de idade, com historial de alcoolismo e atual fumador pesado (cerca de 40 cigarros/dia), foi encaminhado à consulta de medicina oral da Universidade Católica Portuguesa pelo seu dentista, com a queixa de uma lesão branca junto à base da língua. Considerando a apresentação clínica e os fatores de risco associados, foi realizada uma biópsia, confirmando o diagnóstico de leucoplasia. Discussão e conclusão: A mancha, de tamanho considerável, apresentava características típicas de leucoplasia; sabe‐se que este tipo de lesão ocorre mais na meia‐idade e em pacientes do sexo masculino. O caso chama especial atenção devido à localização, visto que casos localizados na língua, vermelhão dos lábios e pavimento oral, mais de 90% exibem displasia ou carcinoma; e aos fatores de risco do paciente, já que existe uma forte correlação entre leucoplasia e consumo de tabaco, presente em 80% dos casos. Após 3 meses da biópsia, o controlo mostrou diminuição considerável de tamanho e, por esta altura, o paciente tinha reduzido para metade o número de cigarros por dia. Aos 4 meses, a lesão tinha estabilizado; foi prescrito isotrexin que resultou, após uma semana, no desaparecimento quase completo da lesão. Novo controlo foi realizado passados 3 meses, com uma regressão para o estádio inicial da lesão, com o paciente a admitir o regresso aos velhos hábitos tabágicos. No último controlo, realizado 8 meses após a biópsia, a lesão apresentava‐se de novo com tamanho considerável, zonas eritmatosas na periferia e zonas verrucosas. Apesar dos fatores negativos presentes, o estudo anatomopatológico comprovou a ausência de sinais de displasia. O caso continua sob observação e controlo regular, devido ao seu grande potencial de malignização e aos hábitos do paciente.Veritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaCabral, SílviaMendes, Rui2021-09-03T09:47:29Z2015-12-012015-12-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/34637por1646-289010.1016/j.rpemd.2015.10.074info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-12T17:40:08Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/34637Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:28:04.655452Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
#16. Leucoplasia: caso clínico |
title |
#16. Leucoplasia: caso clínico |
spellingShingle |
#16. Leucoplasia: caso clínico Cabral, Sílvia |
title_short |
#16. Leucoplasia: caso clínico |
title_full |
#16. Leucoplasia: caso clínico |
title_fullStr |
#16. Leucoplasia: caso clínico |
title_full_unstemmed |
#16. Leucoplasia: caso clínico |
title_sort |
#16. Leucoplasia: caso clínico |
author |
Cabral, Sílvia |
author_facet |
Cabral, Sílvia Mendes, Rui |
author_role |
author |
author2 |
Mendes, Rui |
author2_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Veritati - Repositório Institucional da Universidade Católica Portuguesa |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Cabral, Sílvia Mendes, Rui |
description |
Introdução: A leucoplasia oral é das enfermidades com maior potencial de malignização que afeta o epitélio oral. A evolução clínica deste tipo de lesão é de certa forma indefinida, sofrendo alterações patológicas que variam de hiperplasia até displasia no sentido da malignização da lesão, sendo determinada pela acumulação de uma série de eventos genéticos e epigenéticos. Ainda assim, apesar de ter sido definida pela OMS como «uma mancha ou placa branca, não removível à raspagem e que não pode ser classificada clínica ou patologicamente como outra enfermidade», existem fatores predisponentes clinicopatológicos e moleculares fiáveis de possível evolução para a malignização. Descrição do caso clínico: Homem, 43 anos de idade, com historial de alcoolismo e atual fumador pesado (cerca de 40 cigarros/dia), foi encaminhado à consulta de medicina oral da Universidade Católica Portuguesa pelo seu dentista, com a queixa de uma lesão branca junto à base da língua. Considerando a apresentação clínica e os fatores de risco associados, foi realizada uma biópsia, confirmando o diagnóstico de leucoplasia. Discussão e conclusão: A mancha, de tamanho considerável, apresentava características típicas de leucoplasia; sabe‐se que este tipo de lesão ocorre mais na meia‐idade e em pacientes do sexo masculino. O caso chama especial atenção devido à localização, visto que casos localizados na língua, vermelhão dos lábios e pavimento oral, mais de 90% exibem displasia ou carcinoma; e aos fatores de risco do paciente, já que existe uma forte correlação entre leucoplasia e consumo de tabaco, presente em 80% dos casos. Após 3 meses da biópsia, o controlo mostrou diminuição considerável de tamanho e, por esta altura, o paciente tinha reduzido para metade o número de cigarros por dia. Aos 4 meses, a lesão tinha estabilizado; foi prescrito isotrexin que resultou, após uma semana, no desaparecimento quase completo da lesão. Novo controlo foi realizado passados 3 meses, com uma regressão para o estádio inicial da lesão, com o paciente a admitir o regresso aos velhos hábitos tabágicos. No último controlo, realizado 8 meses após a biópsia, a lesão apresentava‐se de novo com tamanho considerável, zonas eritmatosas na periferia e zonas verrucosas. Apesar dos fatores negativos presentes, o estudo anatomopatológico comprovou a ausência de sinais de displasia. O caso continua sob observação e controlo regular, devido ao seu grande potencial de malignização e aos hábitos do paciente. |
publishDate |
2015 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2015-12-01 2015-12-01T00:00:00Z 2021-09-03T09:47:29Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10400.14/34637 |
url |
http://hdl.handle.net/10400.14/34637 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
1646-2890 10.1016/j.rpemd.2015.10.074 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799131998755749889 |