Cunhal não foi Carrillo?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Varela, Raquel
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/159410
Resumo: Vários autores têm acentuado a divergência política entre a estratégia do Partido Comunista Português na Revolução dos Cravos em Portugal (1974-75) e a política ‘eurocomunista’ seguida pelo Partido Comunista de Espanha. Este artigo, realizado a partir de fontes primárias nacionais e in-ternacionais, traça a história da política do PCP durante o «Verão Quen-te» de 1975. Focar-nos-emos na relação histórica do partido com os mo-vimentos sociais, por um lado, e, por outro, na sua relação com o Governo. Finalmente, compara-se a política do PCP liderado por Álvaro Cunhal e a política do PCE dirigido por Santiago Carrillo, acentuando as semelhan-ças —defesa da coexistência pacífica, acordo com os partidos socialistas ibéricos, influência nos principais sindicatos— e as diferenças, que na nos-sa óptica se centram sobretudo na defesa de uma ordem capitalista forte-mente regulada por parte do PCP, com a concretização de uma reforma agrária e um processo de nacionalizações de um sector importante da eco-nomia, por oposição à aceitação dos Pactos da Moncloa por parte do PCE, que assumem uma forma de economia de mercado de cunho mais li-beral. Finalmente, a questão do regime (republicano ou monárquico) dis-tingue também a política dos dois partidos. Several authors have highlighted the divergence between the political strategy of the Portuguese Communist Party in the Carnation Revolution in Portugal (1974-75) and the ‘Eurocommunist’ politics carried out by the Communist Party of Spain (PCE). This article, based on national and international primary sources, traces the history of PCP politics during the «Hot Summer» of 1975. We focus on the party’s historic relationship with social movements, on the one hand, and secondly on its relationship with the Government. Finally, we compare the politics of the PCP, led by Álvaro Cunhal, with the politics of the PCE, led by Santiago Carrillo, highlighting the similarities – the defence of peaceful coexistence, the agreements with the Iberian socialist parties, their influence on major trade unions – and the differences, which, in our opinion, are mainly cen-tered around the PCP’s defense of a strongly regulated capitalist order, including the completion of land reforms and the nationalization process of an important sector of the economy, as opposed to the acceptance of the Moncloa Pacts by the PCE, which assume a much more liberal mar-ket economy. Finally, the issue of the regime (republican or monarchical) also distinguishes the politics of both parties.
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