Descentralização sem Regionalização - incongruências territoriais e administrativas na Lezíria do Tejo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Borges, Cláudio Filipe Vieira Valverde
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/155365
Resumo: Portugal, não tendo tradição regional nem descentralizadora, apresenta vários corpos administrativos sobrepostos, a nível intermédio, que causam ineficiência na Administração Pública, nomeadamente pela sobreposição de certas competências e consequente congestão burocrática. Algumas reformas e tentativas de reformas de descentralização foram feitas no nosso país, mas a recente Lei n.º 50/2018, de 16 de agosto, não contempla (mais uma vez) a regionalização, prevista na Constituição. Existem, assim, vários modos de descentralização, que são ainda fruto de debate, onde existem diferentes posições e propostas sobre a sua aplicação. A União Europeia incentiva os Estados a terem um nível intermédio de administração, seja pela designação de Nomenclatura das Unidades Territoriais para fins Estatísticos (aos quais podem concorrer a fundos europeus), por persuasão de metodologias e conceitos, ou por definição de objetivos comuns de desenvolvimento territorial. Estimula também os Estados a terem outra abordagem no governo das sociedades através da governança multinível (vertical e horizontal). Na Europa do Sul, os Estados fizeram alterações ao Spatial Planning especialmente depois da crise financeira de 2008: de sistemas rígidos de controlo do uso do solo fechados sobre si mesmos, passaram a ser mais flexíveis e estratégicos ao incluir processos de governança. Em Portugal, os Instrumentos de Gestão de Território e a governança foram influenciados pela UE e as alterações legislativas apontam para um ordenamento de território com uma forte componente ambiental, mas os processos de governança ainda são limitados. Esta dissertação selecionou o Estudo de Caso da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo, e para tal efetuaram-se análises do território, análises das estruturas de governação e entrevistas a cinco entidades da região para proceder depois à respetiva Análise de Conteúdo. O que se concluiu foi que, de facto, a literatura remete fortemente para a existência de regiões administrativas em Portugal continental, mas para os entrevistados, a prioridade seria a agilização dos processos burocráticos, bem como a escolha das pessoas competentes para os cargos das estruturas intermédias, em vez da implementação de órgãos regionais mais uniformes e abrangentes, com a respetiva autonomia administrativa, financeira e política, mas acordando que se podia fazer ajustamentos territoriais pontuais.
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Existem, assim, vários modos de descentralização, que são ainda fruto de debate, onde existem diferentes posições e propostas sobre a sua aplicação. A União Europeia incentiva os Estados a terem um nível intermédio de administração, seja pela designação de Nomenclatura das Unidades Territoriais para fins Estatísticos (aos quais podem concorrer a fundos europeus), por persuasão de metodologias e conceitos, ou por definição de objetivos comuns de desenvolvimento territorial. Estimula também os Estados a terem outra abordagem no governo das sociedades através da governança multinível (vertical e horizontal). Na Europa do Sul, os Estados fizeram alterações ao Spatial Planning especialmente depois da crise financeira de 2008: de sistemas rígidos de controlo do uso do solo fechados sobre si mesmos, passaram a ser mais flexíveis e estratégicos ao incluir processos de governança. Em Portugal, os Instrumentos de Gestão de Território e a governança foram influenciados pela UE e as alterações legislativas apontam para um ordenamento de território com uma forte componente ambiental, mas os processos de governança ainda são limitados. Esta dissertação selecionou o Estudo de Caso da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo, e para tal efetuaram-se análises do território, análises das estruturas de governação e entrevistas a cinco entidades da região para proceder depois à respetiva Análise de Conteúdo. O que se concluiu foi que, de facto, a literatura remete fortemente para a existência de regiões administrativas em Portugal continental, mas para os entrevistados, a prioridade seria a agilização dos processos burocráticos, bem como a escolha das pessoas competentes para os cargos das estruturas intermédias, em vez da implementação de órgãos regionais mais uniformes e abrangentes, com a respetiva autonomia administrativa, financeira e política, mas acordando que se podia fazer ajustamentos territoriais pontuais.Portugal, not having a regional or decentralizing tradition, it presents several overlapping administrative bodies, at an intermediate level, which cause inefficiency in the Public Administration, namely due to the overlapping of certain competences and consequent bureaucratic congestion. Some reforms and attempts at decentralization reforms have been made in our country, but the recent Law n.º 50/2018, 16th of august, does not (once again) contemplate regionalization, provided in the Constitution. There are thus, several modes of decentralization, which are still the result of debate, where there are different positions and proposals on their application. The European Union incentives the States to have an intermediate level of administration, either by designating the Nomenclature of Territorial Units for Statistical purposes (to which they can apply for european funds), by persuasion of inscribed methodologies and concepts, or by definition of common objectives of territorial development. It also encourages States to take another approach to corporate governance of societies through multi-level governance (vertical and horizontal). In Southern Europe, States made changes to Spatial Planning, especially after the 2008 financial crisis: from rigid systems of Land-use control, closed on themselves, they became more flexible and strategic, by including governance processes. In Portugal, Territory Management Instruments and governance were influenced by the EU and legislative changes point to territorial planning with a strong environmental component, but governance processes are still limited. This dissertation selected the Case Study of the Lezíria do Tejo Intermunicipal Community and for that purpose, analyzes of the territory, analyzes of governance structures and interviews were carried out to five entities in the region to proceed with the respective Content Analysis. What was concluded was that, in fact, the literature strongly refers to the existence of administrative regions in mainland Portugal, but for the interviewees, the priority would be to expedite bureaucratic processes, as well as the choice of competent people for the positions of intermediate structures, instead of implementing more uniform and comprehensive regional bodies, with their respective administrative, financial and political autonomy, but agreeing that occasional territorial adjustments could be made.Seixas, João Carlos Ferreira deRUNBorges, Cláudio Filipe Vieira Valverde2023-07-17T12:43:28Z2022-12-162022-09-292022-12-16T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/155365TID:203142543porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T05:37:55Zoai:run.unl.pt:10362/155365Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:56:02.092015Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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