Estudo do comportamento biomecânico dos autoenxertos na reparação da cartilagem do joelho

• Autor(a) principal: Carvalho, Diogo Pereira
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/35946
• topic: Biomecânica; Autoenxertos; Mosaicoplastia; Lesões condrais; Joelho; Método dos elementos finitos

As lesões da cartilagem articular do joelho são cada vez mais comuns. Diversos estudos clínicos relatam que 60% a 66% dos joelhos submetidos à artroscopia devido a sintomas, apresentam defeitos articulares e 19% a 20% evidenciam defeitos condrais ou osteocondrais focais. O normal funcionamento da articulação do joelho, depende da presença da cartilagem articular intacta. A sua suscetibilidade a diversos tipos de lesões, pode comprometer significativamente a função do joelho e consequentemente a qualidade de vida do paciente. Deste modo, com o presente trabalho, pretendeu-se desenvolver um estudo biomecânico pormenorizado, sobre a técnica da mosaicoplastia do joelho, com o objetivo de melhorar o procedimento cirúrgico, determinando a sensibilidade de certos parâmetros cirúrgicos e as condições mecânicas ideais para a sobrevivência e integração do enxerto. Para o estudo, procedeu-se à construção de modelos de elementos finitos do joelho, que simularam condições de carga semelhantes ao ciclo de marcha, com enxertos osteocondrais implantados no côndilo medial do fémur. Parâmetros como, a interferência diametral, o diâmetro dos enxertos, o número de enxertos, o contacto proximal do enxerto e o desvio na altura do enxerto, foram então numericamente simulados, sob as condições mecânicas mencionadas. A análise dos efeitos apresentados, centrou-se nos valores de deformações, dos tecidos constituintes dos enxertos e das estruturas adjacentes aos furos recetores. Os resultados obtidos evidenciam que, apesar do aumento da interferência diametral, do encaixe enxerto-furo, aumentar a estabilidade, também aumenta o risco de dano provocado às estruturas do enxerto e adjacentes ao furo. A implantação de enxertos com apoio proximal, aumenta a possibilidade de dano, no osso esponjoso do enxerto. A utilização de enxertos com diâmetros menores, aumenta o risco de fratura/ dano às estruturas ósseas do enxerto. A colocação de enxertos com desvios positivos da superfície superior do enxerto, relativamente à cartilagem adjacente, evidenciou níveis de deformação, que podem comprometer a cartilagem do enxerto. O aumento do número de enxertos cria, um aumento da possibilidade de fratura/microdano, causada no local entre os furos recetores, derivado à diminuição das distâncias entre enxertos. Além disso, de acordo com os resultados do estudo, o aumento do número de enxertos, nem sempre proporcionou melhores resultados.