Regulation of the apoptosis pathway in Rhipicephalus annulatus ticks by the protozoan Babesia bigemina

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: MONTEIRO, Catarina Sofia Bento
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/53500
Resumo: As carraças são os vetores de agentes patogénicos com maior importância na área veterinária enquanto que em saúde humana aparecem em segundo, atrás dos mosquitos. Estes ectoparasitas hematófagos obrigatórios de vertebrados terrestres são capazes de transmitir um grande número de agentes patogénicos. Diferentes ixodídeos são responsáveis pela transmissão do protozoário Babesia, agente causal de babesiose numa ampla variedade de animais incluindo humanos. A carraça Rhipicephalus annulatus, considerado um dos mais importantes ectoparasitas do gado com grande impacto económico na produção animal, é o principal vetor de Babesia bigemina. O controlo de carraças e agentes patogénicos transmitidos por carraças baseia-se sobretudo no uso de acaricidas. Contudo, a acumulação de resíduos químicos nos animais e produtos derivados de animais, bem como o aparecimento de carraças resistentes aos acaricidas e contaminação ambiental evidenciam a necessidade de desenvolver alternativas económica e ambientalmente seguras como as vacinas. A identificação e caracterização de antigénios com uma função essencial no desenvolvimento da carraça e/ou no “fitness” do parasita ainda estão a limitar o desenvolvimento de vacinas contra carraças e agentes patogénicos transmitidos por carraças. Focar as interações vetor-agente patogénico é uma abordagem que permite a identificação de antigénios de carraça com um possível efeito tanto na carraça como no agente patogénico. Estas interações têm sido ajustadas ao longo de uma coevolução duradoura: os agentes patogénicos invadem o hospedeiro e, as células hospedeiras respondem, forçando os agentes patogénicos a desenvolver novas estratégias moleculares para ultrapassar os seus mecanismos de defesa. Alguns agentes patogénicos transmitidos por carraças parecem ter desenvolvido estratégias para manipular diferentes processos metabólicos, como a apoptose, mecanismo de defesa celular baseado no sacrifício individual em beneficio do tecido ou organismo. Com estas premissas, o principal objetivo deste estudo foi a caracterização da via de apoptose durante a infeção por B. bigemina nas glândulas salivares das carraças, uma barreira que os agentes patogénicos têm de ultrapassar e explorar para serem transmitidos com sucesso ao hospedeiro vertebrado. A informação sobre a regulação da apoptose por agentes patogénicos em carraças é escassa e nula no caso de Babesia spp. Assim, o sistema R. annulatus – B. bigemina foi usado para investigar se o parasita Babesia é capaz de afetar o processo celular de apoptose. Com base num catálogo de sialotranscriptómica previamente obtido, seis genes apoptóticos de carraças foram selecionados para estudos quantitativos de expressão genética. Três genes pró-apoptóticos, DAP3, DAPK1 e VDAC demonstraram estar significativamente diferenciadamente expressos na infeção por B. bigemina. Os três genes anti-apoptóticos AATF, BI-1 e API5 não mostraram expressão diferencial significativa. No geral, os resultados sugerem que a Babesia pode ser capaz de reprimir parte da resposta celular apoptótica promovendo a sua sobrevivência e multiplicação nas células. Contudo, esta ação parece estar limitada à via intrínseca de apoptose. Estudos futuros podem esclarecer esta questão considerando mais genes de carraças para entender melhor as limitações desta regulação.
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spelling Regulation of the apoptosis pathway in Rhipicephalus annulatus ticks by the protozoan Babesia bigeminaDomínio/Área Científica::Ciências MédicasAs carraças são os vetores de agentes patogénicos com maior importância na área veterinária enquanto que em saúde humana aparecem em segundo, atrás dos mosquitos. Estes ectoparasitas hematófagos obrigatórios de vertebrados terrestres são capazes de transmitir um grande número de agentes patogénicos. Diferentes ixodídeos são responsáveis pela transmissão do protozoário Babesia, agente causal de babesiose numa ampla variedade de animais incluindo humanos. A carraça Rhipicephalus annulatus, considerado um dos mais importantes ectoparasitas do gado com grande impacto económico na produção animal, é o principal vetor de Babesia bigemina. O controlo de carraças e agentes patogénicos transmitidos por carraças baseia-se sobretudo no uso de acaricidas. Contudo, a acumulação de resíduos químicos nos animais e produtos derivados de animais, bem como o aparecimento de carraças resistentes aos acaricidas e contaminação ambiental evidenciam a necessidade de desenvolver alternativas económica e ambientalmente seguras como as vacinas. A identificação e caracterização de antigénios com uma função essencial no desenvolvimento da carraça e/ou no “fitness” do parasita ainda estão a limitar o desenvolvimento de vacinas contra carraças e agentes patogénicos transmitidos por carraças. Focar as interações vetor-agente patogénico é uma abordagem que permite a identificação de antigénios de carraça com um possível efeito tanto na carraça como no agente patogénico. Estas interações têm sido ajustadas ao longo de uma coevolução duradoura: os agentes patogénicos invadem o hospedeiro e, as células hospedeiras respondem, forçando os agentes patogénicos a desenvolver novas estratégias moleculares para ultrapassar os seus mecanismos de defesa. Alguns agentes patogénicos transmitidos por carraças parecem ter desenvolvido estratégias para manipular diferentes processos metabólicos, como a apoptose, mecanismo de defesa celular baseado no sacrifício individual em beneficio do tecido ou organismo. Com estas premissas, o principal objetivo deste estudo foi a caracterização da via de apoptose durante a infeção por B. bigemina nas glândulas salivares das carraças, uma barreira que os agentes patogénicos têm de ultrapassar e explorar para serem transmitidos com sucesso ao hospedeiro vertebrado. A informação sobre a regulação da apoptose por agentes patogénicos em carraças é escassa e nula no caso de Babesia spp. Assim, o sistema R. annulatus – B. bigemina foi usado para investigar se o parasita Babesia é capaz de afetar o processo celular de apoptose. Com base num catálogo de sialotranscriptómica previamente obtido, seis genes apoptóticos de carraças foram selecionados para estudos quantitativos de expressão genética. Três genes pró-apoptóticos, DAP3, DAPK1 e VDAC demonstraram estar significativamente diferenciadamente expressos na infeção por B. bigemina. Os três genes anti-apoptóticos AATF, BI-1 e API5 não mostraram expressão diferencial significativa. No geral, os resultados sugerem que a Babesia pode ser capaz de reprimir parte da resposta celular apoptótica promovendo a sua sobrevivência e multiplicação nas células. Contudo, esta ação parece estar limitada à via intrínseca de apoptose. Estudos futuros podem esclarecer esta questão considerando mais genes de carraças para entender melhor as limitações desta regulação.Ticks are the vectors of pathogens of major importance in the veterinary area whereas in human health they appear in second, behind the mosquitoes. These obligate hematophagous ectoparasites of terrestrial vertebrates are capable of transmitting a large number of pathogens. Different ixodid ticks are responsible for the transmission of the protozoan Babesia, causal agent of babesiosis in a wide variety of animals including humans. The tick Rhipicephalus annulatus, considered one of the most important ectoparasites of cattle with great economic impact on animal production, is the main vector of Babesia bigemina. The control of ticks and tick-borne pathogens (TTBP) is mainly based on the use of acaricides. However, the accumulation of chemical residues in animals and animal products, as well as the appearance of acaricide resistant ticks and environmental contamination evidence the need for the development of cost-effective and environmentally safe alternatives such as vaccines. Identification and characterization of antigens with a key role in the development of tick and/or parasite "fitness" are still limiting the development of anti-TTBP vaccines. Focusing the intricate vector-pathogen interactions is one approach that enables the identification of tick antigens with a potential effect on both tick and pathogen. These interactions have been adjusted through long-lasting coevolution: pathogens invade the host and host cells respond by forcing pathogens to develop new molecular strategies to bypass their defense mechanisms. Some tick-borne pathogens (TBP) appear to have developed strategies for manipulating different metabolic processes, such as apoptosis, a cellular defense mechanism based on individual sacrifice for the benefit of the tissue or organism. With these premises, the main objective of this study was the characterization of the apoptosis pathway during B. bigemina infection in the salivary glands (SG) of ticks, a barrier that pathogens have to overcome and exploit to be successfully transmitted to the vertebrate host. Information regarding apoptosis regulation in ticks by pathogens is scarce and nothing is known in the case of Babesia spp. Thus, herein the system R. annulatus – B. bigemina was used to investigate if Babesia parasite is able to affect the cellular process of apoptosis. Based on a previously obtained sialotranscriptomic catalogue, six tick apoptotic genes were selected for quantitative gene expression studies. Three pro-apoptotic genes DAP3, DAPK1 and VDAC demonstrated to be significantly differentially expressed upon B. bigemina infection. The three anti-apoptotic genes AATF, BI-1 and API5 did not-show a significant differential expression. Overall, the results suggest that Babesia may be able to repress part of the cellular apoptotic response promoting survival and multiplication within cells. However, this action appears to be limited to the intrinsic apoptotic pathway. Future studies may clarify this issue considering more tick genes to better understand the limitations of such regulation.Instituto de Higiene e Medicina TropicalDOMINGOS, Ana Isabel Amaro GonçalvesANTUNES, Sandra Isabel da ConceiçãoRUNMONTEIRO, Catarina Sofia Bento2018-12-03T16:24:21Z201820182018-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/53500TID:202026930enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:26:25Zoai:run.unl.pt:10362/53500Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:32:39.341842Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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