Jornalismo de saúde e fontes de informação, uma análise dos jornais portugueses entre 2008 e 2010
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1822/29438 |
Resumo: | Em Portugal, o jornalismo de saúde faz-se com fontes de informação. Não há jornalismo de saúde sem fontes ou com fontes anónimas. No entanto, não são diversificados os interlocutores a quem os jornalistas solicitam informação-opinião sobre temas ligados à saúde. Tendo como referência o caderno principal de três jornais portugueses de expansão nacional, que escolhemos pela periodicidade e política editorial diferenciadas, procurámos conhecer aí as fontes de informação dos artigos de saúde publicados entre 2008 e 2010, analisando um total de 4415 textos noticiosos (Público: 1914; JN: 2177; Expresso: 324). Deste estudo, ressalta um retrato-tipo das fontes de informação com mais espaço mediático: identificadas, masculinas, urbanas, nacionais e oriundas de uma organização com poder e prestígio social. Estas sofisticadas fontes de informação estão bem organizadas e é essa organização que lhes garante, em grande parte, uma presença permanente nos media. Trata-se de uma espécie de confraria que remete para as margens do silêncio um vasto grupo de interlocutores que importaria ouvir, mas que se mantém longe do espaço público mediatizado. É o caso dos doentes ou do cidadão comum como provável utente dos serviços de saúde, um grupo que o jornalismo de saúde pretende atingir, mas paradoxalmente constitui também um dos grupos mais excluídos do discurso jornalístico construído neste campo. |
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Jornalismo de saúde e fontes de informação, uma análise dos jornais portugueses entre 2008 e 2010Comunicação na saúdeImprensaJornalismoRelações públicasFontes de informaçãoComunicación en la saludPrensaPeriodismoRelaciones públicasFuentes de informaciónHealth communicationMediaJournalismPublic relationsSources of informationEm Portugal, o jornalismo de saúde faz-se com fontes de informação. Não há jornalismo de saúde sem fontes ou com fontes anónimas. No entanto, não são diversificados os interlocutores a quem os jornalistas solicitam informação-opinião sobre temas ligados à saúde. Tendo como referência o caderno principal de três jornais portugueses de expansão nacional, que escolhemos pela periodicidade e política editorial diferenciadas, procurámos conhecer aí as fontes de informação dos artigos de saúde publicados entre 2008 e 2010, analisando um total de 4415 textos noticiosos (Público: 1914; JN: 2177; Expresso: 324). Deste estudo, ressalta um retrato-tipo das fontes de informação com mais espaço mediático: identificadas, masculinas, urbanas, nacionais e oriundas de uma organização com poder e prestígio social. Estas sofisticadas fontes de informação estão bem organizadas e é essa organização que lhes garante, em grande parte, uma presença permanente nos media. Trata-se de uma espécie de confraria que remete para as margens do silêncio um vasto grupo de interlocutores que importaria ouvir, mas que se mantém longe do espaço público mediatizado. É o caso dos doentes ou do cidadão comum como provável utente dos serviços de saúde, um grupo que o jornalismo de saúde pretende atingir, mas paradoxalmente constitui também um dos grupos mais excluídos do discurso jornalístico construído neste campo.En Portugal, el periodismo sobre salud se realiza con fuentes de información. No existe el periodismo de salud que no se apoye en fuentes o que lo haga con fuentes anónimas. Sin embargo, los interlocutores a los que los periodistas solicitan información-opinión sobre temas relacionados con la salud no son muy diversificados. Tomando como referencia la revista interior principal de tres periódicos portugueses de cobertura nacional, elegidos por su periodicidad y por su política editorial diferenciadas, procuramos conocer sus fuentes de información relativas a los artículos de salud publicados entre 2008 y 2010, analizando un total de 4 mil 415 textos noticiosos (Público: mil 914; JN: 2 mil 177; Expresso: 324). De este estudio sobresale un retrato-tipo de las fuentes de información con más espacio mediático: identificadas, masculinas, urbanas, nacionales y oriundas de una organización con poder y prestigio social. Estas sofisticadas fuentes de información están bien organizadas y es esa organización la que les garantiza mayormente una presencia permanente en los medios de comunicación. Se trata de una especie de hermandad que remite a los márgenes del silencio a un vasto grupo de interlocutores a los que interesaría oír, pero que se mantiene lejos del espacio público mediatizado. Es el caso de los enfermos o del ciudadano común como potencial usuario de los servicios de salud, un grupo que el periodismo de salud pretende alcanzar pero que, paradójicamente, constituye también uno de los grupos más excluidos del discurso periodístico construido en este campo.In Portugal, health journalism is done standing on information sources. There is no practice of health journalism without sources neither anonymous sources. However, the set of interlocutors to whom journalists seek information-opinion on topics related to health lacks diversity. Taking as reference three major Portuguese national newspapers, chosen according to different periodicity and editorial policies, we sought to know the sources of information for health articles published between 2008 and 2010, analyzing a total of 4415 news texts (Publico:1914; JN: 2177; Express: 324). This study highlights a portrait-type of information sources with more media space: identified, male, urban, national and coming from an organization with power and social prestige. These sophisticated sources of information are well organized and it is this organization that grants them, in large part, a permanent presence in the media. It is a kind of brotherhood that pushes to the silent shores a large group of interlocutors whose opinion could be relevant, thus remaining far from the media public space. This is the case of patients or the common citizen as likely users of health services, a group that health journalism is supposed to achieve but, paradoxically, is generally excluded by the very same journalists.Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT)Universidade do MinhoLopes, FelisbelaRuão, TeresaMarinho, SandraAraújo, Rita Alexandra Manso20112011-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/1822/29438por2007-137Xhttp://132.248.9.34/hevila/Derechoacomunicar/2011/no2/6.pdfinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-21T12:33:36Zoai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/29438Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T19:29:10.194851Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Em Portugal, o jornalismo de saúde faz-se com fontes de informação. Não há jornalismo de saúde sem fontes ou com fontes anónimas. No entanto, não são diversificados os interlocutores a quem os jornalistas solicitam informação-opinião sobre temas ligados à saúde. Tendo como referência o caderno principal de três jornais portugueses de expansão nacional, que escolhemos pela periodicidade e política editorial diferenciadas, procurámos conhecer aí as fontes de informação dos artigos de saúde publicados entre 2008 e 2010, analisando um total de 4415 textos noticiosos (Público: 1914; JN: 2177; Expresso: 324). Deste estudo, ressalta um retrato-tipo das fontes de informação com mais espaço mediático: identificadas, masculinas, urbanas, nacionais e oriundas de uma organização com poder e prestígio social. Estas sofisticadas fontes de informação estão bem organizadas e é essa organização que lhes garante, em grande parte, uma presença permanente nos media. Trata-se de uma espécie de confraria que remete para as margens do silêncio um vasto grupo de interlocutores que importaria ouvir, mas que se mantém longe do espaço público mediatizado. É o caso dos doentes ou do cidadão comum como provável utente dos serviços de saúde, um grupo que o jornalismo de saúde pretende atingir, mas paradoxalmente constitui também um dos grupos mais excluídos do discurso jornalístico construído neste campo. |
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