Terapêutica biológica na Artrite Idiopática Juvenil (AIJ) – experiência do Centro Hospitalar Porto

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nascimento, J.
Data de Publicação: 2013
Outros Autores: Zilhão, C., Sousa, H., Miranda, V., Marinho, A., Vasconcelos, C., Guedes, M.
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.16/1815
Resumo: Introdução: A terapêutica com agentes biológicos contribuiu para a melhoria da qualidade de vida dos doentes com AIJ grave. No entanto, a sua utilização tem potenciais riscos aliada a custo económicos elevados, o que conduziu à elaboração de recomendações (Sociedade Portuguesa Reumatologia), para a seleção e monitorização dos doentes. Objetivo: Avaliar a eficácia e segurança da terapêutica biológica nos doentes com AIJ, seguidos na Unidade Reumatologia Pediátrica do CHP. Material/Métodos: Estudo transversal dos doentes com AIJ que efetuaram biológicos e cujos registos foram inseridos no Reuma.pt, com análise do tipo AIJ, agente(s) biológico(s) administrado(s), efeitos adversos e custos económicos associados. A evolução clínica, analítica e funcional foi avaliada num subgrupo com 36 meses de terapêutica através da escala visual analógica (EVA:0-100), Child Health Assessment Questionnaire (CHAQ:0-3), nº articulações ativas e velocidade de sedimentação. Resultados: De um total de 97 doentes com AIJ, 38,1% (n=37) efetuaram terapêutica biológica. A idade média no início da doença foi de 7,9 ±4,5anos, no diagnóstico 8,6 ±4,8anos e no início do 1º biológico 10,9 ±4,4anos. Os subtipos de AIJ mais frequentes, foram a AIJ poliarticular FR e a AIJ entesite, com 21,6% (n=8), cada tipo. Foi diagnosticada uveíte em 32,4% (n=12), tendo sido, determinante, para o início ou switch do agente biológico em 5 casos. Dos doentes expostos a este tipo de terapêutica, 78,4% (n=29) foram medicados com etanercept; 16,2% (n=6) infliximab; 13,5% (n=5) adalimumab; 13,5% (n=5) tocilizumab e 2,7%(n=1) anakinra, com média de exposição de 3 ±2,6 anos (mín:0,1/máx:12). Ocorreram 8 eventos adversos não graves e 2 doentes suspenderam temporariamente a terapêutica. O custo económico mensal estimado, por doente, para cada biológico é: 464€ - etanercept; 448€ - infliximab; 994€ - adalimumab; 335€ - tocilizumab; 870€ - anakinra. No início da terapêutica biológica, o valor médio de EVA era 55,1 ±19,3; o CHAQ 1,1 ±0,6; o número médio de articulações ativas era 5,3 ±2,6 e o valor médio de VS 36,8 ±23,3mm/h. Aos 36 meses de terapêutica biológica, o valor médio de EVA era 17,5 ±20,1; o CHAQ 0,3 ±0,4; o número médio de articulações ativas era 1,8 ±3,8 e o valor médio de VS 15,8 ±15,7mm/h. Conclusão: Os critérios da SPR para a administração de terapêutica biológica são adequados na seleção e monitorização destes doentes. Nesta amostra, a terapêutica demonstrou ser eficaz e segura. Apesar dos custos elevados inerentes, a sua introdução precoce teve um impacto fundamental na melhoria da qualidade de vida e redução da morbilidade associada à doença.
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