O quaijo que xerava bem um estudo de produções escritas e orais do ditongo <ei> de crianças de dois dialetos portugueses

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues, Celeste
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Gomes, Jéssica
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/60126
Resumo: Volume especial de Homenagem à Professora Fátima Oliveira
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spelling O quaijo que xerava bem um estudo de produções escritas e orais do ditongo <ei> de crianças de dois dialetos portuguesesSpelling learningPrimary schoolDiphthongsPhonological complexityDialectal variationAprendizagem da escritaEnsino básicoDitongosComplexidade fonológicaVariação dialetalVolume especial de Homenagem à Professora Fátima OliveiraIn an early stage of learning to write, diphthongs are complex structures that cause difficulties for many children. In addition to having a two-character representation, diphthongs have different phonetic forms that seem to interfere with children’s consolidation of the conventional spelling, depending on whether their dialect more or less resembles the graphic form of the structure. Based on the idea that, unlike the northern dialect, the southern dialect produces the diphthong /eI/ as [e], the goal of the present paper is to analyze the behavior of children from Alentejo and Trás-os-Montes (from Elvas (E), Vila Nova de Santo André (VNSA), Bragança (B) and Chaves (Ch)) from the 2nd year of schooling regarding this structure. It is also known that /eI/ centralization occurs in some regions beyond Lisbon, and its effect on children’s writing outside the capital is unknown. As such, written productions from the mentioned localities will be observed in order to compare the results with those from Lisbon (L) and Porto (P) of the same diphthong, reported by Rodrigues & Lourenço (2017). Our results concerning writing indicate that children from the South of the country (L, E + VNSA) have more difficulty in stabilizing the spelling of the diphthong <ei> than children from the North (P, B + Ch). The order of the hit rates is as follows: P >> B + Ch >> E + VNSA >> L, which confirms the existence of possible effect of dialect on the spelling performance of these children. The non-conventional forms (FNCs) varied according to dialectal region. In the two Alentejo localities, there was a preference for the erroneous forms <*e>/<*é> and <*ai>, which allows us to hypothesize that, in addition to the to the single vowel [e] form already described by dialectal studies, the oral form [ɐj] is also present there. In turn, in the localities of Bragança and Chaves, the FNC <*ai> was the most frequent, suggesting that the pronunciation in this region may be [ɐj] in addition to [ej]. Only the oral productions of the students who presented FNCs were analyzed, to try to understand whether the FNCs adopted derived from a direct transposition from their orality to writing. The observed orality data revealed that (i) there are children who establish a direct relation between oral form produced and FNC adopted, (ii) there are children whose oral and written production have no relation, thus, there is no transposition in writing of the oral form and, finally, (iii) there are children whose production in writing and/or orality varies depending on the lexical item. These results suggest that the analysis of children’s writing and speech may be a way to discover new clues for the development of other sociolinguistic work on Portuguese.Numa fase inicial da aprendizagem da escrita, os ditongos constituem estruturas complexas que geram dificuldades a diversas crianças. Além de possuírem uma representação com dois caracteres, os ditongos apresentam diferentes realizações fonéticas que parecem interferir na consolidação da forma ortográfica convencional das crianças, conforme o seu dialeto se assemelhe mais ou menos à forma gráfica da estrutura. Partindo da ideia de que, contrariamente ao dialeto setentrional, o dialeto meridional possui monotongação do ditongo /eI/ como [e], o objetivo do presente artigo é o de analisar o comportamento de crianças alentejanas e transmontanas (de Elvas (E), Vila Nova de Santo André (VNSA), Bragança (B) e Chaves (Ch)) do 2.º ano de escolaridade no que diz respeito a esta estrutura. Sabe-se também que a centralização do ditongo ocorre em algumas regiões para além de Lisboa, desconhecendo-se qual o seu efeito na escrita infantil fora da capital. Como tal, serão observadas produções escritas das localidades mencionadas com o objetivo de comparar os resultados com os de Lisboa (L) e Porto (P) do mesmo ditongo, reportados por Rodrigues & Lourenço (2017). Os resultados apresentados referentes à escrita indicam que as crianças do Sul do país (L, E + VNSA) têm mais dificuldade em estabilizar a grafia do ditongo <ei> do que as crianças do Norte (P, B + Ch). A ordem das taxas de acerto é a seguinte: P >> B + Ch >> E + VNSA >> L, o que confirma a existência de possível efeito do dialeto no desempenho ortográfico destas crianças. As formas não convencionais (FNCs) registadas variaram consoante a região dialetal. Nas duas localidades alentejanas, houve preferência pelas formas erróneas <*e>/<*é> e <*ai>, o que permite colocar a hipótese de que, para além da forma monotongada já descrita pelos estudos dialetais, também a forma oral [ɐj] aí esteja presente. Por sua vez, nas localidades de Chaves e Bragança, a FNC <*ai> foi a mais frequente, sugerindo que a pronúncia desta região pode ser [ɐj], além de [ej]. Foram analisadas apenas as produções orais dos alunos que apresentaram FNCs, para tentar compreender se as FNCs adotadas derivavam de uma transposição direta da sua oralidade para a escrita. Os dados da oralidade observados revelaram que (i) há crianças que estabelecem uma relação direta entre forma oral produzida e FNC adotada, (ii) há crianças cuja produção oral e escrita não possuem relação, logo, não existe transposição na escrita da forma oral e, por último, (iii) há crianças cuja produção na escrita e/ou na oralidade varia em função do item lexical. Estes resultados sugerem que a da escrita e da fala infantil pode constituir um modo de descobrir novas pistas para o desenvolvimento de trabalhos de natureza sociolinguística de outra envergadura.Este trabalho é financiado por fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P.Faculdade de Letras da Universidade do PortoRepositório da Universidade de LisboaRodrigues, CelesteGomes, Jéssica2023-11-02T17:17:10Z2022-12-232022-12-23T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/60126porRodrigues, C. e J. Gomes (2022). O quaijo que xerava bem: um estudo de produções escritas e orais do ditongo <ei> de crianças de dois dialetos portugueses. Revista de Estudos Linguísticos da Universidade do Porto, N.º Especial de Homenagem à Professora Fátima Oliveira, vol. 1, CLUP, 313-339https://doi.org//10.21747/16466195/ling2022v1a13info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T17:09:39Zoai:repositorio.ul.pt:10451/60126Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:09:53.289608Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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