Neoplasia maligna do pulmão e hábitos tabágicos : abordagem epidemiológica

• Autor(a) principal: Ribeiro, Ricardo Jorge Teixeira
• Data de Publicação: 2002
• Outros Autores: Pereira, Jorge Manuel Mota, Matos, Maria Eduarda, Augusto, Amílcar
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/100893

RESUMO - A neoplasia maligna do pulmão (NMP) é actualmente uma das principais causas de morte por cancro, sendo o consumo de tabaco responsável por cerca de 90% de mortes por esta patologia. O número de mortes por cancro do pulmão estimadas para o ano 2000, no mundo, excedem os 3000000 (Peto, 1992), o que torna este tema uma preocupação constante para a comunidade médica e uma área de intervenção, sobretudo ao nível da prevenção e rastreio. Desde os anos 50, em que os primeiros estudos epidemiológicos com consistência foram publicados, até 1964, em que o cirurgião geral dos EUA reportou os riscos do consumo de tabaco para a saúde, têm vindo a acumular-se evidências da associação entre a quantidade de cigarros fumados e a incidência da doença e a existência de maior número de fumadores entre os sujeitos com cancro pulmonar (estudos de coorte e caso-controlo). Se existe consistência na associação entre consumo activo de tabaco e NMP, já o risco de contrair cancro do pulmão relacionado com os fumadores passivos levanta ainda algumas dúvidas em estudos recentes (Lee e Forey, 1996), apesar do elevado número de estudos que suportam o efeito deletério do fumo consumido passivamente. Desde a exposição das esposas de fumadores activos até à exposição das crianças ao fumo do tabaco e à exposição em função da ocupação profissional, vários estudos utilizaram estes factores como fonte de informação sobre os efeitos do fumo passivo na incidência de NMP. Contudo, o risco de um fumador contrair cancro do pulmão diminui se desistir de fumar, assim como o risco de contrair outras patologias associadas ao tabaco (Tong, 1996). É, portanto, nosso objectivo rever os principais estudos epidemiológicos relativos à associação entre NMP e hábitos tabágicos, elucidando os modelos de investigação utilizados, realizando uma análise crítica a algumas metodologias e prospectivando meios de rastreio e ideias de prevenção primária para o futuro.