A influência de parâmetros socioculturais no reconhecimento do Acidente Vascular Cerebral

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sá, Juliana Marília Pereira de
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/1467
Resumo: Introdução As doenças cerebrovasculares são uma das principais causas de morte em todo o mundo. Em Portugal, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a principal causa de morte e incapacidade resultando num enorme impacto social. O reconhecimento do AVC e a recorrência imediata ao serviço de urgência maximizam a possibilidade de tratamento e recuperação. O objectivo deste estudo consiste na descrição das características sociais e culturais dos doentes que sofreram um AVC, e na relação que estas têm com o conhecimento de sinais e sintomas e percepção da gravidade permitindo, desta forma, construir uma campanha de educação para a saúde eficaz e adequada à população. Métodos Recolheram-se os dados dos doentes que estiveram internados na Unidade de Acidente Vascular Cerebral do Centro Hospitalar da Cova da Beira, entre Janeiro e Dezembro de 2011. Contactaram-se os doentes através de carta, tendo sido posteriormente aplicado um questionário por via telefónica. Este estudo foi aprovado por uma comissão de ética. Os dados colhidos foram analisados através de IBM Software Package for Social Sciences (SPSS®), versão 19.0 para Microsoft Windows®. Resultados Foram incluídos no estudo 101 indivíduos com a idade média de 72.3 anos. Sessenta e dois por cento eram do sexo masculino, 55% viviam em área rural, 63.4% completaram o ensino primário e 37.6% eram operários. Quarenta e um por cento dos indivíduos classificaram a sua percepção da situação no momento de instalação do AVC como “nada grave” e 87.1% não souberam enumerar espontaneamente pelo menos um sinal ou sintoma de AVC. Não se estabeleceu relação entre o conhecimento de sinais e sintomas e a residência em zona urbana ou rural (p=0,093). No momento de instalação dos sintomas, 67.3% dos doentes estavam acompanhados. Não se provou que a presença e escolaridade do acompanhante estejam relacionados com o tempo de chegada ao Serviço de Urgência (SU) (p=0.076 e p=0.358, respectivamente). Doentes que se fizeram transportar de ambulância ou com maior percepção de gravidade da situação tiveram um menor tempo de chegada ao hospital (p=0.003 e p=0.002, respectivamente). Conclusões O conhecimento acerca dos sinais e sintomas de AVC provou-se muito limitado. O impacto do AVC faz com que seja necessária a criação de programas efectivos e estruturados de prevenção da doença, que eduquem acerca dos sinais e sintomas que devem motivar uma recorrência imediata ao SU, utilizando meios de comunicação eficazes e adaptados à população, de forma a optimizar as hipóteses de tratamento e recuperação plena.
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Métodos Recolheram-se os dados dos doentes que estiveram internados na Unidade de Acidente Vascular Cerebral do Centro Hospitalar da Cova da Beira, entre Janeiro e Dezembro de 2011. Contactaram-se os doentes através de carta, tendo sido posteriormente aplicado um questionário por via telefónica. Este estudo foi aprovado por uma comissão de ética. Os dados colhidos foram analisados através de IBM Software Package for Social Sciences (SPSS®), versão 19.0 para Microsoft Windows®. Resultados Foram incluídos no estudo 101 indivíduos com a idade média de 72.3 anos. Sessenta e dois por cento eram do sexo masculino, 55% viviam em área rural, 63.4% completaram o ensino primário e 37.6% eram operários. Quarenta e um por cento dos indivíduos classificaram a sua percepção da situação no momento de instalação do AVC como “nada grave” e 87.1% não souberam enumerar espontaneamente pelo menos um sinal ou sintoma de AVC. Não se estabeleceu relação entre o conhecimento de sinais e sintomas e a residência em zona urbana ou rural (p=0,093). No momento de instalação dos sintomas, 67.3% dos doentes estavam acompanhados. Não se provou que a presença e escolaridade do acompanhante estejam relacionados com o tempo de chegada ao Serviço de Urgência (SU) (p=0.076 e p=0.358, respectivamente). Doentes que se fizeram transportar de ambulância ou com maior percepção de gravidade da situação tiveram um menor tempo de chegada ao hospital (p=0.003 e p=0.002, respectivamente). Conclusões O conhecimento acerca dos sinais e sintomas de AVC provou-se muito limitado. O impacto do AVC faz com que seja necessária a criação de programas efectivos e estruturados de prevenção da doença, que eduquem acerca dos sinais e sintomas que devem motivar uma recorrência imediata ao SU, utilizando meios de comunicação eficazes e adaptados à população, de forma a optimizar as hipóteses de tratamento e recuperação plena.Introduction Cerebrovascular diseases are responsible for thousands of deaths worldwide. In Portugal, stroke is the main cause of death and disability with massive social impact. The ability to recognize stroke onset and recurrence to emergency care improves the odds to receive treatment and full recovery. Main goal of this study is to characterize patients who suffered stroke and assess which characteristics interfere with knowledge of stroke signs and gravity perception in order to design a health education campaign suitable to the population. Methods Data from patients that were admitted to Stroke Unit of Hospital Center of Cova da Beira between January and December of 2011 was collected. These patients were contacted by letter with information about the research and afterwards patients answered a phone survey. Knowledge of signs and symptoms and behavior after stroke onset were also inquired. Ethics Committee gave full approval to the research. IBM Software Package for Social Sciences (SPSS®) 19.0 for Microsoft Windows® was used for data analysis. Results A hundred and one individuals were included in the study with mean age of 72.3 years. Sixtytwo per cent were male, 55 per cent lived in rural area, 63.4 per cent completed primary school and 37.6 per cent were blue collar workers. Forty-one per cent classified their own risk perception at stroke onset as “not serious condition” and 87.1 per cent could not identify at least on sign or symptom of stroke. No relation between residence in rural or urban area and knowledge about stroke was found (p=0,093). During stroke onset 67.3 per cent of the individuals had a bystander but its presence or educational level could not be related to time to emergency department arrival (p=0.076 and p=0.358, correspondingly). Patients who used ambulance or had higher perception of gravity arrived earlier to emergency department (p=0.003 e p=0.002, correspondingly). Conclusion Knowledge about signs and symptoms of stroke proved very limited in this population. The social impact of stroke justifies the need to create educational programs about stroke prevention using effective communication means. Those programs should encourage immediate recurrence to emergency department after stroke onset in order to expand opportunity of treatment and recovery.Universidade da Beira InteriorSousa, Miguel Castelo Branco Craveiro deuBibliorumSá, Juliana Marília Pereira de2013-11-07T11:38:42Z2013-052013-05-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/1467porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-01-16T11:38:38ZPortal AgregadorONG
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