Romantismo político e constitucionalismo identitário : o paradoxo do conceito romântico de povo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lomba, Pedro
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/54972
Resumo: Neste artigo revisitamos em que consistiu o movimento do romantismo político e as suas várias fontes, definições e tradições nacionais e filosóficas. Centramo- nos, todavia, no conceito de povo a fim de ilustrar a forma como os românticos, desviando- se do normativismo liberal, entenderam o povo enquanto entidade dependente de formas superiores e autênticas de vida, integradas na unidade cultural do Estado- nação, transformando- se o povo também numa experiência existencial para cada um dos seus membros. Deste modo, encontramos aqui um paradoxo do conceito romântico: se, por um lado, o romantismo trouxe a diferenciação das comunidades nacionais, por outro abriu também portas a um complexo movimento reivindicações identitárias do sujeito. O paradoxo implicou por isso um duplo movimento de auto- identificação e desidentificação individual: auto- identificação do sujeito com as identidades que historicamente o situam e definem; mas desidentificação com outras formas de identidade biológica, cultural e socialmente adquiridas, num movimento já não orgânico mas ‘anti- orgânico’ e híper- individualista. Este paradoxo subsiste até aos nossos dias, tal como nos demonstra a experiência política da União Europeia, ela própria imersa num processo de justaposição identitária
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