O ato médico como interação simbólica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Domingues,Sara Gonçalo
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Relatório
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732019000600009
Resumo: Introdução: A consulta médica é um encontro social, baseado na teoria interacionista simbólica e na teoria da ética. Do interacionismo simbólico são adotados os conceitos de papel social, plateia, ordem da interação e responsabilidade pessoal. Da teoria da ética são adotadas a ética deontológica, virtualista e procedimental. Este caso evidencia que o sucesso clínico pode dever-se à eficácia do processo interativo simbólico desenvolvido no encontro médico-doente. Descrição do caso: Adolescente do sexo feminino recorreu ao serviço de urgência (SU), acompanhada pela sua mãe, por episódio de lipotimia. Nos últimos dois meses tinha tido quatro episódios semelhantes, tendo já recorrido ao SU pelo mesmo motivo. O exame objetivo e o estudo complementar revelaram-se normais. No decorrer da consulta a adolescente transmitiu sinais de ansiedade, a qual parecia desajustada ao contexto clínico, indiciando causa não revelada. Solicitou-se à mãe que saísse do consultório e, a sós com a adolescente, questionou-se se estava com algum problema na sua vida, sublinhado a importância da verdade na relação médico-doente. Após alguma hesitação desabafou que tinha namorado, relação que a mãe desconhecia, com o qual tinha relações sexuais desprotegidas. Referiu estar em amenorreia desde há dois meses, o que muito a preocupava devido à possibilidade de estar grávida. Realizou-se teste de gravidez, cujo resultado foi negativo e recomendou-se que revelasse à mãe a situação clínica. No final da consulta foi reforçada a importância das relações sexualmente protegidas e contactou-se a sua médica de família, que agendou consulta de planeamento familiar. Comentário: Este caso clínico reconhece a importância do interacionismo simbólico no sucesso do ato médico. Explora os papéis sociais desempenhados pelos intervenientes do encontro clínico e reconhece a importância da leitura de sinais não verbais em contexto de ambiguidade e de incerteza por omissão de informação pelo doente.
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