Funcionamento cognitivo e motor em pessoas idosas institucionalizadas da Beira Interior
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/8859 |
Resumo: | Introdução: O aumento da esperança média de vida nas últimas décadas e as alterações demográficas estão a conduzir ao envelhecimento da população, bem como a uma mudança dos tipos de patologias com maior incidência. Neste contexto, as doenças crónicas e degenerativas ganham uma maior importância, nomeadamente o défice cognitivo e as demências. Existem algumas evidências científicas da existência de uma relação entre a diminuição da performance cognitiva e o aumento do défice físico generalizado. Este trabalho integra-se no projeto ICON, Interdisciplinary Challenges On Neurodegeneratione (CICS-UBI) e tem como objetivo avaliar e estudar a relação entre o funcionamento cognitivo, a força da mão e a velocidade da marcha numa amostra de idosos portugueses institucionalizados da Beira Interior. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, descritivo e desenvolvido com uma amostra de pessoas idosas residentes em Lares da Terceira Idade da Beira Interior. Participaram no estudo 92 pessoas, 68 do sexo feminino e 24 do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 66 e 101 anos (M=83.61; DP=6.81). Para a avaliação do estado cognitivo utilizou-se o Addenbrooke’s Cognitive Examination-Revised (ACE-R). A força da mão foi avaliada através de um dinamómetro (Hand Dynamometer Model Lafayette 78010) e para a avaliação da velocidade da marcha foi cronometrado o tempo que a pessoa demorava a percorrer 3 metros. Resultados: Os resultados indicam que cerca de 75 idosos da amostra apresentavam défice cognitivo (81,5%) e apenas 17 não apresentavam alterações (18,5%). Quanto à avaliação da cognição, o ACE-R total apresentou uma média de 46.24 (DP=19.92), tendo o subdomínio da linguagem apresentado a pontuação mais elevada (M=13.89; DP=5.51). A média do tempo de marcha foi de 10.88 (DP=6.29), observando-se uma correlação negativa estatisticamente significativa entre o tempo de marcha e a cognição (r=-.321;p=.002). A média da velocidade da marcha (M=0.36; DP=0.17) também apresenta uma correlação positiva estatisticamente significativa com o resultado do ACE-R total (r=.397; p<.0001). Observou-se, ainda, uma correlação estatisticamente significativa entre o resultado do ACE-R e a média da força da mão dominante (r=.383; p<.0001) e a média da força da mão não dominante (r=.365; p<.0001). Conclusão: Os resultados deste estudo indicam a existência de uma relação entre um melhor funcionamento cognitivo e o facto de se ter mais força da mão e uma maior velocidade da marcha. Nesta linha, os resultados sugerem que a promoção do funcionamento cognitivo e da força motora podem ser consideradas conjuntamente no delineamento de estratégias inovadoras de promoção de saúde nos idosos. |
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Funcionamento cognitivo e motor em pessoas idosas institucionalizadas da Beira InteriorDéfice CognitivoEnvelhecimentoForça da MãoIconVelocidade da MarchaDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: O aumento da esperança média de vida nas últimas décadas e as alterações demográficas estão a conduzir ao envelhecimento da população, bem como a uma mudança dos tipos de patologias com maior incidência. Neste contexto, as doenças crónicas e degenerativas ganham uma maior importância, nomeadamente o défice cognitivo e as demências. Existem algumas evidências científicas da existência de uma relação entre a diminuição da performance cognitiva e o aumento do défice físico generalizado. Este trabalho integra-se no projeto ICON, Interdisciplinary Challenges On Neurodegeneratione (CICS-UBI) e tem como objetivo avaliar e estudar a relação entre o funcionamento cognitivo, a força da mão e a velocidade da marcha numa amostra de idosos portugueses institucionalizados da Beira Interior. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, descritivo e desenvolvido com uma amostra de pessoas idosas residentes em Lares da Terceira Idade da Beira Interior. Participaram no estudo 92 pessoas, 68 do sexo feminino e 24 do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 66 e 101 anos (M=83.61; DP=6.81). Para a avaliação do estado cognitivo utilizou-se o Addenbrooke’s Cognitive Examination-Revised (ACE-R). A força da mão foi avaliada através de um dinamómetro (Hand Dynamometer Model Lafayette 78010) e para a avaliação da velocidade da marcha foi cronometrado o tempo que a pessoa demorava a percorrer 3 metros. Resultados: Os resultados indicam que cerca de 75 idosos da amostra apresentavam défice cognitivo (81,5%) e apenas 17 não apresentavam alterações (18,5%). Quanto à avaliação da cognição, o ACE-R total apresentou uma média de 46.24 (DP=19.92), tendo o subdomínio da linguagem apresentado a pontuação mais elevada (M=13.89; DP=5.51). A média do tempo de marcha foi de 10.88 (DP=6.29), observando-se uma correlação negativa estatisticamente significativa entre o tempo de marcha e a cognição (r=-.321;p=.002). A média da velocidade da marcha (M=0.36; DP=0.17) também apresenta uma correlação positiva estatisticamente significativa com o resultado do ACE-R total (r=.397; p<.0001). Observou-se, ainda, uma correlação estatisticamente significativa entre o resultado do ACE-R e a média da força da mão dominante (r=.383; p<.0001) e a média da força da mão não dominante (r=.365; p<.0001). Conclusão: Os resultados deste estudo indicam a existência de uma relação entre um melhor funcionamento cognitivo e o facto de se ter mais força da mão e uma maior velocidade da marcha. Nesta linha, os resultados sugerem que a promoção do funcionamento cognitivo e da força motora podem ser consideradas conjuntamente no delineamento de estratégias inovadoras de promoção de saúde nos idosos.Introduction: Increase in life expectancy in the last few decades and the demographic changes that we observe every day are leading to an aging population with changes in the types of pathologies presented. Taking this into account, nowadays chronic and degenerative diseases became more important, namely cognitive decline and dementia. There is some scientific evidence of a relationship between decreased cognitive performance and increased generalized physical decline. This investigation is part of the ICON project, Interdisciplinary Challenges On Neurodegeneratione (CICS-UBI), and the main goal is to evaluate and study the relationship between cognitive status, handgrip strength and walking speed in a sample of institutionalized portuguese elderly from Beira Interior. Methods: This is a cross-sectional and descriptive study developed with a sample of elderly people living in nursing homes in Beira Interior. The work involved 92 people, 68 females and 24 males with age between 66 and 101 years (M = 83.61, SD = 6.81). For the evaluation of cognitive status was used the Addenbrooke's Cognitive Examination-Revised (ACE-R). The handgrip strength was measured with a dynamometer (Hand Dynamometer Model Lafayette 78010) and to evaluate gait speed, the time it took to walk 3 meters was evaluated. Results: Our results suggest that approximately 75 participants in this sample had cognitive decline (81,5%) and only 17 didn’t present changes (18,5%). Regarding cognition evaluation, total ACE-R presented an average of 46.24 (SD=19.92), with the language subdomain presenting the highest score (M=13.89; SD=5.51). The mean gait time was 10.88 (SD=6.29), and a statistically significant negative correlation was observed between gait time and cognition (r = -321, p = .002). Mean gait speed (M = 0.36; SD = 0.17) also showed a statistically significant positive correlation with the total ACE-R result (r = .397; p <.0001). It was also observed a statistically significant correlation between the ACE-R result and the mean dominant handgrip strength (r = .383; p <.0001) and the mean of the non-dominant hand (r = .365; p <.0001). Conclusion: The results of this study indicate the existence of a relationship between better cognitive status, having more handgrip strength and a greater gait speed. In this line, the study suggests that the promotion of cognitive functioning and physical strength can be considered together in the design of some strategies in innovating health promotion in the elderly.Afonso, Rosa Marina Lopes Brás MartinsPatto, Maria da Assunção Morais e Cunha VazuBibliorumBrandão, Maria João Lisboa2020-01-28T17:01:55Z2019-05-132019-04-152019-05-13T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/8859TID:202374181porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:49:13Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/8859Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:49:06.316830Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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