Relação entre ansiedade, depressão e perceção de saúde em pacientes com multimorbilidade versus pacientes sem multimorbilidade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Paulo Jorge Simões da
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/98435
Resumo: Trabalho Final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de Medicina
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spelling Relação entre ansiedade, depressão e perceção de saúde em pacientes com multimorbilidade versus pacientes sem multimorbilidadeRelationship between anxiety, depression and health perception in patients with multi-morbidity versus patients without multi-morbidityMultimorbidityAnxietyDepressionHealth PerceptionSociodemographic FactorsMultimorbilidadeAnsiedadeDepressãoPerceção de SaúdeFatores SociodemográficosTrabalho Final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de MedicinaIntrodução: A multimorbilidade (ocorrência de duas ou mais condições médicas crónicas) é na atualidade um problema crescente de saúde pública. Esta já afeta mais de um terço dos cidadãos portugueses e possui manifesto impacto negativo na saúde e qualidade de vida dos doentes. Alguns estudos demonstraram associação entre a multimorbilidade e a presença de sintomas depressivos, assim como a influência de certas variáveis socio-demográficas sobre a prevalência de multimorbilidade. No entanto, estes estudos são ainda escassos em Portugal e carecem de mais análise e discussão sobre o tema no âmbito dos cuidados de saúde primários. Objetivos: Perceber a relação entre ansiedade, depressão e perceção de saúde em pacientes com multimorbilidade versus pacientes sem multimorbilidade. Outro objetivo consistirá em perceber a influência de variáveis sociodemográficas nos níveis de ansiedade, depressão ou na perceção de saúde. Métodos: A metodologia usada consistiu num estudo transversal com uma amostra de conveniência de 176 pacientes recrutados em consulta nas suas USFs e após consentimento, entrevistados telefonicamente com recurso a inquérito que incluiu variáveis sociodemográficas, uma lista de 23 doenças para determinar a presença de multimorbilidade, e as escalas HADS e SF-12. Posteriormente realizou-se análise estatística descritiva e inferencial dos dados, utilizando os testes U de Mann-Whitney, Qui-quadrado, teste Exato de Fisher, Kruskal Wallis e correlação de Spearman e ainda posterior análise multivariada por regressão linear para perceber a possível influência dos fatores sociodemográficos na relação da multimorbilidade com as dimensões estudadas. Foi determinado um valor de p <0.05, como estatisticamente significativo. Resultados: As pessoas da amostra (n = 176) tinham uma idade média de 51.33 ± 22.02 anos, 51.1 % apresentavam multimorbilidade, 52,8% eram do sexo feminino, a maioria casados ou em união de facto (51,1%), reformados (35,8%) ou a trabalhar a tempo inteiro (35,8%), com o ensino secundário ou superior (55.1%) e com rendimentos acima dos 1786 euros (41.3%). Em análise bivariada, foi encontrada diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos somente na perceção de saúde física (p<0.001). Na análise de regressão linear múltipla, a idade (p<0.001) e a multimorbilidade (p=0.004), foram identificados como preditores significativos independentes da perceção de saúde física, com o modelo de regressão a explicar cerca de 43% da variabilidade da perceção de saúde física dos participantes do estudo. Discussão: Apesar deste estudo ter apresentado algumas disparidades com outros estudos relativos ao mesmo tema, permitiu revelar, em consonância com os mesmos, que os doentes com multimorbilidade têm uma pior perceção da sua saúde física, e que esta varia consoante a idade e presença de patologias crónicas. A ausência de uma definição consistente de multimorbilidade foi a principal limitação do estudo. Conclusão: Com o presente estudo conclui-se que os pacientes com multimorbilidade têm pior perceção da sua saúde física comparativamente ao pacientes sem multimorbilidade, facto que é independente das variáveis sociodemográficas que foram estudadas, exceto da idade.Introduction: Multimorbidity (the occurrence of two or more chronic medical conditions) is currently a growing public health problem. It already affects more than one third of Portuguese citizens and has a clear negative impact on the health and quality of life of patients. Some studies have shown an association between multimorbidity and the presence of depressive symptoms, as well as the influence of certain socio-demographic variables on the prevalence of multimorbidity. However, these studies are still scarce in Portugal and lack further analysis and discussion on the subject within the primary health care framework. Objectives: To understand the relationship between anxiety, depression and quality of life in patients with multimorbidity versus patients without. Another objective will be to perceive the influence of socio-demographic variables on levels of anxiety, depression or health perception. Methods: The methodology used consisted of a cross-sectional study with a convenience sample of 176 patients recruited in consultation by their USF family doctor and by medical students, and after consent, interviewed by telephone using a survey that included sociodemographic variables, a list of 23 diseases to determine the presence of multimorbidity and the HADS and SF-12 scales. Subsequently, descriptive and inferential statistical analysis of the data was performed using Mann-Whitney U, Chi-square, Fisher's Exact, Kruskal Wallis and Spearman's Tests, and subsequently multivariate analysis by linear regression to perceive the possible influence of socio-demographic factors in the relationship of multimorbidity with the studied dimensions. A value of p <0.05 was determined as statistically significant. Results: The sample (n = 176) had an average age of 51.33 ± 22.02 years, 51.1% were multi-morbid, 52.8% were female, mostly married or cohabiting (51.1%), retired (35.8%) or working full-time (35.8%), with secondary or higher education (55.1%) and with incomes above 1786 EUR (41.3%). In a bivariate analysis, a statistically significant difference was found between the two groups only in the perception of physical health (p<0.001). In multiple linear regression analysis, age (p<0.001) and multi-morbidity (p=0.004) were identified as significant independent predictors of physical health perception, with the regression model explaining about 43% of the variability in physical health perception of study participants. Discussion: Although this study presented some disparities with other studies on the same subject, it revealed, in line with them, that patients with multimorbidity have a worse perception of their physical health, and that this varies according to age and presence of chronic pathologies. The absence of a consistent definition of multimorbidity was the main limitation of the study. Conclusion: The present study concludes that patients with multimorbidity have a worse perception of their physical health compared to patients without multimorbidity, a fact that is independent from the sociodemographic variables that were studied, except for age.2021-03-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/98435http://hdl.handle.net/10316/98435TID:202925951porSilva, Paulo Jorge Simões dainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-02-04T21:42:43Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/98435Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:16:15.890358Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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