Estudo da dor associada à doença estomatológico-dentária em cão

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Campos, Marta de Mendonça Franco Lopes Nunes Gaspar
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10437/13414
Resumo: O interesse dos tutores e o conhecimento dos profissionais médico-veterinários sobre a importância dos cuidados estomatológico-dentários em animais de companhia tem vindo a aumentar. Para além do efeito local da doença dentária, é reconhecido um impacto significativo da mesma na saúde sistémica e no bem-estar do indivíduo. Este trabalho teve como objetivo avaliar a relação entre a doença estomatológico dentária e a dor manifestada em cães. Paralelamente, pretendeu verificar se as escalas de dor (Colorado State University Veterinary Medical Center Canine Acute Pain Scale e Short Form of the Glasgow Composite Measure Pain Scale) são adequadas à avaliação da dor dentária e oral, bem como avaliar a perceção dos tutores relativamente à dor potencialmente sentida pelos seus animais de companhia. O estudo incluiu cães com diagnóstico de doença estomatológico-dentária e nos quais fosse possível avaliar o grau de dor, no âmbito de consultas ou procedimentos cirúrgicos realizados na Clínica Veterinária Aniaid, em Lisboa. A recolha dos dados realizou-se com recurso a um questionário dirigido aos tutores e a uma ficha clínica de registo dirigida aos profissionais médico-veterinários, preenchimento das duas escalas de dor, consulta das histórias médicas dos animais e realização de exames físico geral e estomatológico-dentário. Neste estudo, verificou-se que cães de porte pequeno, geriátricos e castrados apresentam graus de dor superiores, quando comparados com animais de maior porte, jovens e inteiros. Os animais em que se observou halitose, desconforto oral, alteração do comportamento, comorbilidades, disfagia e alteração da conformação da face apresentam graus de dor superiores. Foi observada uma associação estatisticamente significativa entre a presença de doença oral e a existência de dor oral. Em casos mais graves de dor oral, os tutores mostraram não ter a capacidade de identificar o grau de dor assim como a doença que possa estar na origem da mesma. É assim necessário sensibilizá-los para esta temática, por forma a que os mesmos possam contribuir para melhorar a qualidade de vida do seu animal. Este estudo contribuiu para o conhecimento da relação entre a dor e a doença estomatológico dentária, assunto pouco explorado até ao presente momento. Embora necessários mais trabalhos, os resultados sugeriram que ambas as escalas avaliadas têm potencial como ferramenta na avaliação de dor oral em cães, com destaque para a escala de dor de Colorado.
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Paralelamente, pretendeu verificar se as escalas de dor (Colorado State University Veterinary Medical Center Canine Acute Pain Scale e Short Form of the Glasgow Composite Measure Pain Scale) são adequadas à avaliação da dor dentária e oral, bem como avaliar a perceção dos tutores relativamente à dor potencialmente sentida pelos seus animais de companhia. O estudo incluiu cães com diagnóstico de doença estomatológico-dentária e nos quais fosse possível avaliar o grau de dor, no âmbito de consultas ou procedimentos cirúrgicos realizados na Clínica Veterinária Aniaid, em Lisboa. A recolha dos dados realizou-se com recurso a um questionário dirigido aos tutores e a uma ficha clínica de registo dirigida aos profissionais médico-veterinários, preenchimento das duas escalas de dor, consulta das histórias médicas dos animais e realização de exames físico geral e estomatológico-dentário. Neste estudo, verificou-se que cães de porte pequeno, geriátricos e castrados apresentam graus de dor superiores, quando comparados com animais de maior porte, jovens e inteiros. Os animais em que se observou halitose, desconforto oral, alteração do comportamento, comorbilidades, disfagia e alteração da conformação da face apresentam graus de dor superiores. Foi observada uma associação estatisticamente significativa entre a presença de doença oral e a existência de dor oral. Em casos mais graves de dor oral, os tutores mostraram não ter a capacidade de identificar o grau de dor assim como a doença que possa estar na origem da mesma. É assim necessário sensibilizá-los para esta temática, por forma a que os mesmos possam contribuir para melhorar a qualidade de vida do seu animal. Este estudo contribuiu para o conhecimento da relação entre a dor e a doença estomatológico dentária, assunto pouco explorado até ao presente momento. Embora necessários mais trabalhos, os resultados sugeriram que ambas as escalas avaliadas têm potencial como ferramenta na avaliação de dor oral em cães, com destaque para a escala de dor de Colorado.The interest of pet owners and the knowledge of veterinary medical professionals about the importance of oral and dental care in companion animals has been increasing. In addition to the local effect of dental disease, it is recognized that it has a significant impact on the systemic health and well-being of the individual. This study aimed to evaluate the relationship between oral and dental disease and pain in dogs. In parallel, it aimed to verify whether the pain scales (Colorado State University Veterinary Medical Center Canine Acute Pain Scale and Short Form of the Glasgow Composite Measure Pain Scale) are adequate for the assessment of dental and oral pain, as well as to evaluate the perception of pet owners regarding pain potentially experienced by their pets. The study included dogs diagnosed with oral or dental disease and in which it was possible to assess the degree of pain during consultations or surgical procedures performed at the Aniaid Veterinary Clinic in Lisbon. Data collection was performed using a questionnaire addressed to the pet owners and a clinical record form addressed to the veterinary professionals, filling out the two pain scales, consulting the animals’ medical histories and performing general and oral physical examinations. In this study, small, geriatric, and castrated dogs were found to have higher pain scores when compared to larger, young, and whole animals. Animals in which halitosis, oral discomfort, altered behavior, comorbidities, dysphagia, and altered face conformation were found to have higher pain scores. A statistically significant association was observed between the presence of oral disease and the existence of oral pain. In more severe cases of oral pain, the pet owners showed not to have the ability to identify the degree of pain as well as the disease that may be at the origin of it. It is therefore necessary to make them aware of this issue, so they can contribute to improving the quality of life of their animals. This study contributed to the knowledge of the relationship between pain and oral and dental disease, a subject little explored until now. Although further work is needed, the results suggested that both scales evaluated have potential as a tool in the assessment of oral pain in dogs, especially the Colorado pain scale.2022-12-29T13:24:30Z2021-01-01T00:00:00Z2021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10437/13414TID:203110560porCampos, Marta de Mendonça Franco Lopes Nunes Gasparinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-09T14:04:51Zoai:recil.ensinolusofona.pt:10437/13414Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:12:44.696232Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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