A pessoa com Enfarte Agudo do Miocárdio no Serviço de Urgência: da triagem ao tratamento

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mendes, Susana Isabel Reis
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://web.esenfc.pt/?url=8sRsVSmv
Resumo: O enfarte agudo do miocárdio (EAM) constitui a manifestação clínica da doença isquémica do coração mais grave, com alterações significativas na qualidade de vida da pessoa, com repercussões na vivência quotidiana a nível familiar, social e profissional. Apesar de nos últimos anos existir uma diminuição progressiva da mortalidade por EAM, as doenças do aparelho circulatório continuam a ser a principal causa de morte em Portugal. Sabe-se que os benefícios da terapêutica do EAM dependem da prontidão com que é instituída, levando a diversas recomendações para diminuir quaisquer atrasos durante o processo desde o diagnóstico ao tratamento. Perante um doente com EAM com supradesnivelamento de ST (EAMcST), a intervenção coronária percutânea (ICP) primária é o tratamento de eleição. As guidelines designam que num hospital com laboratório de hemodinâmica o tempo que medeia entre a admissão da pessoa e o tratamento por ICP primária idealmente seja inferior a 60 minutos, podendo prolongar-se até aos 120 minutos, consoante as situações. Este estudo teve como objetivo analisar o tempo que decorre desde a admissão das pessoas EAMcST no serviço de urgência (SU) até ao seu diagnóstico e tratamento com ICP e perceber a influência da prioridade atribuída pelo sistema de triagem de manchester (STM) e algumas variáveis atributo e clínicas dos doentes nesse tempo e na sua sobrevivência. Trata-se de um estudo restrospetivo, de natureza quantitativa e do tipo descritivo correlacional. A amostra foi constituída por 233 pessoas com EAMcST admitidas no SU de um hospital central, entre o dia 1 de janeiro de 2015 e 31 de dezembro de 2015. A média de idades foi de 64,18 anos, sendo o sexo masculino mais predominante com 77,3%. Apenas 20,3% dos doentes demoraram menos de 60 minutos desde a admissão na urgência até à realização da ICP sendo que a maioria das pessoas com EAMcST demorou menos de 120 minutos. A idade relevou-se um preditor significativo para a sobrevivência das pessoas. Percebeu-se que a prioridade atribuída na triagem tem influência estatisticamente significativa com o tempo que decorre desde admissão na urgência até à realização de ICP, e permite prever a sobrevivência dos doentes.
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