Papel da inflamação no desenvolvimento tumoral: potencial terapêutico dos inibidores da COX-2
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/26060 |
Resumo: | Embora a mortalidade por doenças crónicas, como as doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, tenha decrescido substancialmente durante a última metade do século passado, muito por força dos avanços científicos e tecnológicos nas áreas da Medicina e Farmacologia/Terapêutica, apenas agora se começa a assistir a um ligeiro decréscimo da taxa de mortalidade por cancro. Segundo estatísticas da American Cancer Society, nos EUA, o cancro é responsável por aproximadamente um quarto das mortes, apenas ultrapassado pelas doenças cardíacas; em 2006, a patologia tumoral foi responsável por cerca de 600 mil mortes; um milhão e meio de cancros foram diagnosticados em 2009. Os dados para Portugal, e Europa em geral, são também desanimadores. A quimioprevenção é definida como o uso de agentes químicos, naturais ou sintéticos para reverter, suprimir ou prevenir a progressão carcinogénica para carcinoma invasivo. Os inibidores da ciclooxigenase-2 (COX-2), ou coxibes, são anti-inflamatórios não esteróides (AINEs), que têm como alvo a COX-2, enzima responsável pela produção de mediadores da inflamação e do processo nociceptivo, como as prostaglandinas. A selectividade para esta enzima reduz os riscos e os efeitos adversos dos restantes AINEs. Observações pioneiras demonstraram concentrações superiores intratumorais de prostaglandinas em relação ao tecido normal circundante, o que se correlaciona com o facto de estas desempenharem um papel promotor no processo de carcinogénese. Desta forma, os coxibes têm sido vistos como um potencial agente de quimioprevenção, que advém dos seus efeitos anti-inflamatório, anti-proliferativo e pró-apoptótico, anti-metastático, de inibição da angiogénese e de imunomodulação. O principal objectivo deste trabalho é proceder a uma análise rigorosa da literatura científica relativa aos estudos experimentais, mas sobretudo clínicos, sobre o papel dos inibidores da COX-2 na quimioprevenção. Pretende-se fazer uma abordagem da possibilidade destes fármacos poderem constituir uma ferramenta terapêutica na prevenção da patologia tumoral, à luz dos estudos disponíveis na literatura e da experiência do Instituto de Farmacologia e Terapêutica Experimental da Faculdade de Medicina de Coimbra nesta área, designadamente no carcinoma da bexiga em modelo animal (rato). Conclui-se que, com base nas evidências actualmente disponíveis, serão necessários estudos experimentais e ensaios clínicos adicionais, sobre os efeitos quimiopreventivos dos inibidores da COX-2, de modo a esclarecer questões como a dose mínima efectiva, a idade de início, a duração da terapêutica e sua população–alvo, bem como a definição de eficácia e segurança dos diferentes fármacos. |
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