Ser letrado e trovador
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/38548 |
Resumo: | Há cerca de 30 anos, aprendíamos que, no topo da hierarquia social medieval, estavam os nobres e os clérigos. Que os primeiros eram militares e aprendiam a manejar armas e cavalos usando-os nos combates de defesa ou conquista que justificavam a classe. Tinham cultura própria mas assente na oralidade, pelo que a escrita e a leitura lhes eram marginais. Aprendíamos que os segundos tinham a seu cargo o pastoreio das almas e a cultura escrita. Tinham acesso privilegiado ao livro e dominavam o latim. Dedicavam-se ao estudo. Apercebíamo-nos também naturalmente de que, dentro de cada classe, havia outra hierarquia: a pequena nobreza diferia da alta nobreza; o baixo clero e as esferas superiores desta classe não se confundiam, o que, neste caso, decorria normalmente de ligações de berço às outras classes. Talvez menos rapidamente nos dávamos conta também de que havia certa permeabilidade, embora condicionada, entre as classes. Mesmo assim, o estatuto social de uma figura histórica dos séculos XII a XIV condicionava as expetativas com que líamos qualquer manifestação escrita de cada classe. |
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Há cerca de 30 anos, aprendíamos que, no topo da hierarquia social medieval, estavam os nobres e os clérigos. Que os primeiros eram militares e aprendiam a manejar armas e cavalos usando-os nos combates de defesa ou conquista que justificavam a classe. Tinham cultura própria mas assente na oralidade, pelo que a escrita e a leitura lhes eram marginais. Aprendíamos que os segundos tinham a seu cargo o pastoreio das almas e a cultura escrita. Tinham acesso privilegiado ao livro e dominavam o latim. Dedicavam-se ao estudo. Apercebíamo-nos também naturalmente de que, dentro de cada classe, havia outra hierarquia: a pequena nobreza diferia da alta nobreza; o baixo clero e as esferas superiores desta classe não se confundiam, o que, neste caso, decorria normalmente de ligações de berço às outras classes. Talvez menos rapidamente nos dávamos conta também de que havia certa permeabilidade, embora condicionada, entre as classes. Mesmo assim, o estatuto social de uma figura histórica dos séculos XII a XIV condicionava as expetativas com que líamos qualquer manifestação escrita de cada classe. |
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