Frankenstein e o ator híbrido: vulnerabilidade, melancolia, devoção e coreografia
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/115495 |
Resumo: | O presente estudo traça uma reflexão sobre o trabalho solitário do ator na sala de ensaio a partir do estudo da personagem icônica Frankenstein. Na elaboração de um mapa da autoescuta criativa de si, essa reflexão analisa fundamentos do corpo a partir da construção coreográfica - da partitura de movimentos. Trata-se de um ensaio sobre o corpo humano e suas implicações anatômicas, funcionais, emocionais, psicológicas, afetivas na construção de uma identidade artística, a partir da instauração do dado coreográfico em diálogo com temas como a vulnerabilidade, a melancolia e a devoção, partes integrantes do processo de criação artística e que, muitas vezes, são negligenciados pelos intérpretes, por não serem elementos palpáveis e/ou discutidos em laboratórios de criação e composição. Para tal, utilizo-me do texto do dramaturgo brasileiro Sérgio Roveri “Frankenstein, Fragmentos da Guerra”, uma livre adaptação do romance Frankenstein, de Mary Shelley, a partir do relato do monstro. No capítulo 1, desenvolvo a noção de coreografia/partitura como parte estruturante do trabalho do ator, buscando elementos concretos que disciplinem a criação solitária e criem um sistema cartográfico de composição. No capítulo 2, investigo o tema da vulnerabilidade, trazendo à luz conceitos como: vazio, harmonia e equilíbrio, paragem, campo vibrátil e campo de visão. Já no capítulo 3, abordo a melancolia a partir do conceito de Paisagem Interna e Paisagem Externa, elemento fundamental nesse constante resgate do coreográfico a partir da repetição e da criação em laboratórios práticos de investigação gestual. Por fim, no capítulo 4, o tema da devoção - relacionado à parte ética do ofício - aparece na discussão como elemento agregador da repetição, num movimento exaustivo de (re) invenção e (re) descoberta no oceano das artes performativas. O intérprete, navegando entre esses conceitos - que nada mais são do que estratégias para sobreviver criativamente na repetição da coreografia/partitura física da personagem - constitui-se ator híbrido, guiando o leme da sua criação na produção solitária de um solo performático. |
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Trata-se de um ensaio sobre o corpo humano e suas implicações anatômicas, funcionais, emocionais, psicológicas, afetivas na construção de uma identidade artística, a partir da instauração do dado coreográfico em diálogo com temas como a vulnerabilidade, a melancolia e a devoção, partes integrantes do processo de criação artística e que, muitas vezes, são negligenciados pelos intérpretes, por não serem elementos palpáveis e/ou discutidos em laboratórios de criação e composição. Para tal, utilizo-me do texto do dramaturgo brasileiro Sérgio Roveri “Frankenstein, Fragmentos da Guerra”, uma livre adaptação do romance Frankenstein, de Mary Shelley, a partir do relato do monstro. No capítulo 1, desenvolvo a noção de coreografia/partitura como parte estruturante do trabalho do ator, buscando elementos concretos que disciplinem a criação solitária e criem um sistema cartográfico de composição. No capítulo 2, investigo o tema da vulnerabilidade, trazendo à luz conceitos como: vazio, harmonia e equilíbrio, paragem, campo vibrátil e campo de visão. Já no capítulo 3, abordo a melancolia a partir do conceito de Paisagem Interna e Paisagem Externa, elemento fundamental nesse constante resgate do coreográfico a partir da repetição e da criação em laboratórios práticos de investigação gestual. Por fim, no capítulo 4, o tema da devoção - relacionado à parte ética do ofício - aparece na discussão como elemento agregador da repetição, num movimento exaustivo de (re) invenção e (re) descoberta no oceano das artes performativas. O intérprete, navegando entre esses conceitos - que nada mais são do que estratégias para sobreviver criativamente na repetição da coreografia/partitura física da personagem - constitui-se ator híbrido, guiando o leme da sua criação na produção solitária de um solo performático.The present study sketches a reflection on the actor's solitary work in the rehearsal room, based on the iconic character Frankenstein. By elaborating a map of the creative selflistening,the study analyzes fundamentals of the body in choreographic construction - within the movement score. It is an essay on the human body and its anatomical, functional, emotional, psychological, affective implications in the construction of an artistic identity, by developing a choreographic aspect in dialogue with subjects such as vulnerability, melancholy and devotion, which are part of the artistic creation process and are often neglected by the performers, since these elements are not palpable and / or discussed in creation and composition laboratories. Therefore, I have used Brazilian playwright Sérgio Roveri´s text "Frankenstein, Fragmentos da Guerra", a free adaptation of the novel Frankenstein, by Mary Shelley, considering the monster’s point of view. In chapter 1, I have developed the notion of choreography / score as a structuring part of the actor’s work, looking for concrete elements that discipline solitary creation and create a cartographic system of composition. In chapter 2, I have investigated the issue of vulnerability, bringing to light concepts like: emptiness, harmony and balance, pause, vibrating field and field of view. In chapter 3, I have approached the subject of melancholy using the concept of Internal Landscape and External Landscape, a fundamental element in the constant rescue process of the choreography, starting from repetition and creation in practical movement research laboratories. Finally, in chapter 4, the theme of devotion - related to the ethical part of the actor’s craft - appears in discussion as an aggregating element of repetition, in an exhaustive movement of (re) invention and (re) discovery in the ocean of the performing arts. The performer, navigating among these concepts that are nothing but strategies to creatively survive in the repetition of the character's choreography / score, becomes a hybrid actor, guiding their creation in the solitary production of a solo performance.Santos, João MiguelRUNVale, Fábio Henrique Suave do2021-04-14T15:39:41Z2021-02-252020-06-302021-02-25T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/115495TID:202677443porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:58:04Zoai:run.unl.pt:10362/115495Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:42:46.204932Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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