Completivas de para no Português de Moçambique

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Justino, Víctor
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://ojs.letras.up.pt/index.php/EL/article/view/13214
Resumo: Este trabalho analisa completivas de verbos introduzidas por para no português de Moçambique (PM). Nos dados analisados, verifica-se, por um lado, a tendência, já estudada e referida na bibliografia específica (Issak 1998, P. Gonçalves 2002, 2010, e.o.), que consiste em introduzir pela preposição para completivas finitas de verbos diretivos, e, por outro, a tendência, ainda não estudada, que consiste em introduzir por essa mesma preposição completivas não finitas correspondentes. Estes resultados revelam que existe uma tendência para uniformizar as propriedades de seleção categorial dos verbos diretivos, na complementação frásica. Além disso, permitem inferir que para é uma verdadeira preposição, em alternativa às análises de que é um complementador (Duarte 2003, Barbosa & Raposo 2013, A. Gonçalves et al. 2018) ou como parte da locução conjuncional para que (cf. Barbosa 2013 para o português europeu (PE)) ou como parte de um complementador complexo para-que (cf. P. Gonçalves 2002, 2005 ou 2010 para o PM). No PM, mas não no PE, completivas de para selecionadas por verbos diretivos podem ser retomadas anaforicamente por demonstrativos como isso precedida dessa preposição. Além disso, a preposição para pode igualmente ocorrer, quando verbos diretivos se constroem com argumentos internos nominais. Factos que efetivamente favorecem a assunção de que, no PM, completivas de verbos diretivos, finitas e não finitas, introduzidas por para, são complementos oblíquos e que a preposição para é externa à oração completiva/CP.
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