A abertura fenomenológica em Martin Heidegger
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/131202 |
Resumo: | A Fenomenologia enquanto método de investigação filosófico propõe um acesso às coisas elas próprias (“Zur den Sachen Selbst!”). O termo “Sachen” refere-se não só às coisas que normalmente designamos por objetos físicos, como um talão de oferta, um computador, um carro, uma ponte sobre um rio, mas também, às coisas que estão presentes sem essa materialidade e, por vezes, até de forma mais ostensiva, como o peso que as segundas-feiras de manhã trazem consigo, o que fizemos e não devíamos ter feito, o autocarro que não aparece ou a aproximação da data de entrega de um trabalho a que nos dedicamos nos últimos meses. Ou ainda, se nos limitarmos a um sentido estreito do contexto onde a frase foi inicialmente proferida, as “Sachen” seriam os objetos sobre os quais as diferentes ciências se debruçam. Mas o que significa, afinal, um regresso às coisas elas mesmas? De onde partimos e de que forma nos podemos aproximar das coisas? Quer isso dizer que quando acedemos às coisas no nosso dia-a-dia não acedemos às coisas como elas são? Estarão as coisas cobertas no seu modo natural com a possibilidade de se revelarem através do método fenomenológico? Esta dissertação é um estudo da fenomenologia que tem como ponto de partida as questões acima apresentadas. Tem inscrito no seu programa isolar a unidade do sentido da fenomenologia a partir da inflexão que se dá em Martin Heidegger e a leitura que o próprio faz das Investigações Lógicas de Edmund Husserl. A tese que aqui se persegue é a seguinte. A fenomenologia é um movimento de regresso em direção às coisas elas mesmas. Este regresso é um movimento contrário ao afastamento das coisas elas mesmas. Um afastamento que resulta de um fuga da estranheza da ausência de uma resposta – a estranheza do ser-no-mundo. |
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A abertura fenomenológica em Martin HeideggerFenomenologiaMartin HeideggerPhenomenologyHeideggerDomínio/Área Científica::Humanidades::Filosofia, Ética e ReligiãoA Fenomenologia enquanto método de investigação filosófico propõe um acesso às coisas elas próprias (“Zur den Sachen Selbst!”). O termo “Sachen” refere-se não só às coisas que normalmente designamos por objetos físicos, como um talão de oferta, um computador, um carro, uma ponte sobre um rio, mas também, às coisas que estão presentes sem essa materialidade e, por vezes, até de forma mais ostensiva, como o peso que as segundas-feiras de manhã trazem consigo, o que fizemos e não devíamos ter feito, o autocarro que não aparece ou a aproximação da data de entrega de um trabalho a que nos dedicamos nos últimos meses. Ou ainda, se nos limitarmos a um sentido estreito do contexto onde a frase foi inicialmente proferida, as “Sachen” seriam os objetos sobre os quais as diferentes ciências se debruçam. Mas o que significa, afinal, um regresso às coisas elas mesmas? De onde partimos e de que forma nos podemos aproximar das coisas? Quer isso dizer que quando acedemos às coisas no nosso dia-a-dia não acedemos às coisas como elas são? Estarão as coisas cobertas no seu modo natural com a possibilidade de se revelarem através do método fenomenológico? Esta dissertação é um estudo da fenomenologia que tem como ponto de partida as questões acima apresentadas. Tem inscrito no seu programa isolar a unidade do sentido da fenomenologia a partir da inflexão que se dá em Martin Heidegger e a leitura que o próprio faz das Investigações Lógicas de Edmund Husserl. A tese que aqui se persegue é a seguinte. A fenomenologia é um movimento de regresso em direção às coisas elas mesmas. Este regresso é um movimento contrário ao afastamento das coisas elas mesmas. Um afastamento que resulta de um fuga da estranheza da ausência de uma resposta – a estranheza do ser-no-mundo.Phenomenology as a philosophical research method proposes an access to the things themselves (“Zur den Sachen Selbst!”). The word “Sachen” refers not only to the things that we normally refer to by physical objects, like a receipt, a computer, a car, a bridge over the river, but also, to the things that are there, without that material quality, but sometimes in a even more ostensive way, like the burden of monday mornings, what have done that we shouldn’t had done, the bus that doesn’t show up or the upcoming deadline of a work that we have dedicated to in the last months. Or even, if we limit ourselves to the context where the maxim was initially said, the “Sachen” are the objects that are studied by sciences. But what does it really mean, a return to the thing themselves ? Where do we start from and how can we approach things ? Does it mean that things in everyday life are not the things themselves ? Are they covered in their natural way and available to be disclosed by the phenomenological method ? This dissertation is a study of phenomenology that has as starting point the above questions. It’s program is to isolate the unity of the meaning of phenomenology trough the inflexion that occurs in Martin Heidegger and he’s reading of Husserl’s Logical Investigations. It pursuits the following thesis. Phenomenology is a movement towards the things themselves. This return is a counter movement to the withdraw from the things themselves. A withdraw that results from a flight from the uncanniness of not having an answer - the uncanniness of being-in-the-world.Caeiro, António de CastroRUNBarros, João Pedro Domingues Caetano de2022-01-20T16:40:37Z2021-11-262021-08-312021-11-26T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/131202TID:202828565porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T05:09:46Zoai:run.unl.pt:10362/131202Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:47:00.744748Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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