Fatores que influenciam o diagnóstico tardio em pacientes com VIH atendidos no Centro de Saúde de Ndlavela, Maputo - Moçambique

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: CHONE, Jeremias Salomão
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/129348
Resumo: Introdução: Mundialmente, há francos progressos na luta contra a infeção por VIH. No entanto, alguns desafios permanecem incluindo a alta prevalência do diagnóstico tardio, mesmo após a disponibilização generalizada dos testes de diagnóstico. As desvantagens do diagnóstico tardio são inúmeras, desde a redução da sobrevida da pessoa infetada, aumento da suscetibilidade às infeções oportunistas e maior risco de transmissão da infeção. Assim, o diagnóstico tardio constitui um dos grandes desafios para o controle da pandemia do VIH. Objetivo: Analisar os fatores que influenciam o diagnóstico tardio da infeção por VIH em pacientes atendidos no Centro de Saúde de Ndlavela, Moçambique. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal retrospetivo, realizado no Centro de Saúde de Ndlavela que incluiu pacientes diagnosticados com VIH diagnosticados entre 2015 e 2020. Para este estudo usou-se a definição da European Late Presenter Consensus working group, que considera diagnóstico tardio de VIH, o indivíduo que no momento do diagnóstico tiver uma contagem de linfócitos TCD4+ inferiores a 350 céls/μL ou, independentemente da contagem dos linfócitos, apresentar alguma doença definidora da SIDA. A amostra foi selecionada através da abordagem por conveniência. A regressão logística bivariada e multivariada foi utilizada para identificação dos fatores associados ao diagnóstico tardio, pelo cálculo do Odds Ratio Bruto (OR) e Odds Ratio Ajustado (ORa), respetivamente. Resultados: Um total de 519 participantes foram incluídos na pesquisa, sendo que cerca de 47% foram classificados como diagnóstico tardio da infeção por VIH. O sexo masculino [ORa=2,41 95% IC (1,85-4,35)], a faixa etária dos 35-49 anos [ORa=1,49 95% IC (1,05– 2,97)], diagnóstico feito aquando do início dos sintomas [ORa=4,03 95% IC (2,60-6,15)], teste iniciado pelo provedor de saúde [ORa 2,19 95% IC (1,87 – 3,04)] e medo de estigma [ORa=2,80 95% IC (1,47-3,36)] foram os principais fatores de risco para o diagnóstico tardio da infeção. Conclusão: Neste estudo foram identificados fatores sociodemográficos, comportamentais e psicossociais potencialmente determinantes para o diagnóstico tardio da infeção por VIH. São necessárias ações que promovam a redução do diagnóstico tardio, centrando-se nos fatores de risco e grupos populacionais com maior probabilidade para o diagnóstico tardio.
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Metodologia: Trata-se de um estudo transversal retrospetivo, realizado no Centro de Saúde de Ndlavela que incluiu pacientes diagnosticados com VIH diagnosticados entre 2015 e 2020. Para este estudo usou-se a definição da European Late Presenter Consensus working group, que considera diagnóstico tardio de VIH, o indivíduo que no momento do diagnóstico tiver uma contagem de linfócitos TCD4+ inferiores a 350 céls/μL ou, independentemente da contagem dos linfócitos, apresentar alguma doença definidora da SIDA. A amostra foi selecionada através da abordagem por conveniência. A regressão logística bivariada e multivariada foi utilizada para identificação dos fatores associados ao diagnóstico tardio, pelo cálculo do Odds Ratio Bruto (OR) e Odds Ratio Ajustado (ORa), respetivamente. Resultados: Um total de 519 participantes foram incluídos na pesquisa, sendo que cerca de 47% foram classificados como diagnóstico tardio da infeção por VIH. O sexo masculino [ORa=2,41 95% IC (1,85-4,35)], a faixa etária dos 35-49 anos [ORa=1,49 95% IC (1,05– 2,97)], diagnóstico feito aquando do início dos sintomas [ORa=4,03 95% IC (2,60-6,15)], teste iniciado pelo provedor de saúde [ORa 2,19 95% IC (1,87 – 3,04)] e medo de estigma [ORa=2,80 95% IC (1,47-3,36)] foram os principais fatores de risco para o diagnóstico tardio da infeção. Conclusão: Neste estudo foram identificados fatores sociodemográficos, comportamentais e psicossociais potencialmente determinantes para o diagnóstico tardio da infeção por VIH. São necessárias ações que promovam a redução do diagnóstico tardio, centrando-se nos fatores de risco e grupos populacionais com maior probabilidade para o diagnóstico tardio.Introduction: There are progresses in the fight against HIV worldwide, however, challenges persist in the control of this infection. Including the high prevalence of late diagnosis, even after the widespread of diagnostic tests. The disadvantages of late diagnosis are tremendous, from reduced survival of the infected person, increased susceptibility to opportunistic infections and the risk of transmitting the infection. Therefore, late diagnosis is one of the major challenges for controlling the HIV pandemic. Objective: Analyze the factors that influence the late diagnosis of HIV infection in patients seen at the Ndlavela Health Center, Mozambique. Methodology: This is a retrospective cross-sectional study, carried out at the Ndlavela Health Center include patients diagnosed with HIV between 2015-2020. For this study, the European Late Presenter Consensus working group definition was used, which considers late HIV diagnosis, the individual who at the time of diagnosis has a TCD4 + lymphocyte count below 350 cells / μL or, regardless of the lymphocyte count, has an AIDS-defining illness. The sample was selected using the convenience approach. Bivariate and multivariate logistic regression was used to identify factors associated with late diagnosis Odds Ratio (OR) and Adjusted Odds Ratio (ORa) respectively. Results: A total of 519 participants were included in the survey, nearly 47% of participants were classified as late diagnosed. The male gender [ORa=2.41 95% CI (1.85-4.35)], the age group of 35-49 years old [ORa=1.49 95% CI (1.05-2.95)], diagnosis done when symptoms started [ORa=4.03 95% CI (2.60-6.15)], test initiated by the health professional [ORa=2.19 95% CI (1.87-3.04)] and fear of stigma [ORa=2.80 95% CI (1.47 - 3.36)] were the main risk factors for the late diagnosis of the infection. Conclusion: In this study, socio-demographic and psychosocial behavioral factors that were potentially determinant for the late diagnosis of HIV infection were identified. Actions are needed to promote the reduction of late diagnosis, focusing on risk factors and population groups most likely to delay diagnosis.VARANDAS, LuísABECASIS, AnaRUNCHONE, Jeremias Salomão2021-12-17T16:41:39Z202120212021-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/129348TID:202828468porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-05-22T17:57:38Zoai:run.unl.pt:10362/129348Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openairemluisa.alvim@gmail.comopendoar:71602024-05-22T17:57:38Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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