Otzi, a múmia glaciar e as suas sobrevidas: a personagem nas novas narrativas de ciência
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/88638 |
Resumo: | Propõe-se, neste artigo, mostrar como a personagem é um elemento estruturante na comunicação narrativa, fundamental para a construção de laços com a instância da receção. Dentro dos modelos teóricos sobre a categoria personagem, Ralph Schneider, adotando o modelo cognitivo e partindo do pressuposto da natureza dupla da personagem – ou seja, ela é simultaneamente baseada em pessoas “reais” e resulta de um processo compósito de construção – concebe a personagem como um modelo mental que o leitor / espectador / ouvinte ativa com base em informações imanentes ao texto, combinando-as com a informação mental e cognição social (Schneider, 2001, p. 608). Este modelo teórico parece, neste contexto, muito pertinente, pois poderá responder à hipótese de trabalho inicial: a saber, a de que a personagem é a categoria indispensável para a construção da sedução pela narrativa. A identificação gerada na instância recetora – a que alguns autores preferem chamar de empatia – passa necessariamente pelas emoções envolvidas no ato de receção. Tomar-se-á como estudo de caso uma narrativa de rádio em podcast (http://www.radiolab.org/story/ice-cold-case/) que constrói uma história à volta de um achado arqueológico – uma múmia glaciar da Idade do Bronze – com vista a transmitir conteúdos científicos a um público não especializado. Situamo-nos, portanto, no âmbito da comunicação de ciência, em que o storytelling (Dahlstrom, 2014) e, dentro dele, a figuração da personagem (Reis, 2015), são expedientes nucleares de sedução do público ouvinte e ‘facilitadores’ da comunicação. |
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Otzi, a múmia glaciar e as suas sobrevidas: a personagem nas novas narrativas de ciênciaÖtzi, the ice mummy and its afterlives: character in the new science narrativesPropõe-se, neste artigo, mostrar como a personagem é um elemento estruturante na comunicação narrativa, fundamental para a construção de laços com a instância da receção. Dentro dos modelos teóricos sobre a categoria personagem, Ralph Schneider, adotando o modelo cognitivo e partindo do pressuposto da natureza dupla da personagem – ou seja, ela é simultaneamente baseada em pessoas “reais” e resulta de um processo compósito de construção – concebe a personagem como um modelo mental que o leitor / espectador / ouvinte ativa com base em informações imanentes ao texto, combinando-as com a informação mental e cognição social (Schneider, 2001, p. 608). Este modelo teórico parece, neste contexto, muito pertinente, pois poderá responder à hipótese de trabalho inicial: a saber, a de que a personagem é a categoria indispensável para a construção da sedução pela narrativa. A identificação gerada na instância recetora – a que alguns autores preferem chamar de empatia – passa necessariamente pelas emoções envolvidas no ato de receção. Tomar-se-á como estudo de caso uma narrativa de rádio em podcast (http://www.radiolab.org/story/ice-cold-case/) que constrói uma história à volta de um achado arqueológico – uma múmia glaciar da Idade do Bronze – com vista a transmitir conteúdos científicos a um público não especializado. Situamo-nos, portanto, no âmbito da comunicação de ciência, em que o storytelling (Dahlstrom, 2014) e, dentro dele, a figuração da personagem (Reis, 2015), são expedientes nucleares de sedução do público ouvinte e ‘facilitadores’ da comunicação.This paper aims to show how character is a structuring element in narrative communication, being fundamental for establishing links with the receiver. Within the theory of character, Ralph Schneider adopts the cognitive model and assumes the double nature of character as based on ‘real’ people and simultaneously resulting from a composite process of construction. He thus understands character as a mental model that the reader/spectator/listener activates on the basis of data that are immanent in the text, combining it with mental information and social cognition (Schneider, 2001, p. 608). This theoretical model seems to be very pertinent in this context since it may provide an answer to the initial working hypothesis, i.e., that character is indispensable for the narrative construction of seduction. The identification that it generates in the receiver – called empathy by some authors – necessarily engages the emotions that emerge in the act of reception. As a case study, we will focus on a radio podcast narrative (http://www.radiolab.org/story/ice-cold-case/) that builds a story around the archaeological finding of a wet mummy from the Bronze Age with the goal of conveying scientific content to nonexpert audiences. We are, therefore, in the realm of science communication, in which storytelling (Dahlstrom, 2014) and the figuration of character (Reis, 2015) are crucial means to seduce the audience and to facilitate communication.Imprensa da Universidade de Coimbra2018-03-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10316/88638http://hdl.handle.net/10316/88638por2183-60191645-5681Peixinho, Ana Teresainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-30T09:42:25Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/88638Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:09:10.163916Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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