Rompimento das barragens nas cidades de Mariana e de Brumadinho do Estado de Minas Gerais: um exame crítico do papel do Estado na prevenção do crime ambiental

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Jorge Luís Batista de
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10284/10452
Resumo: Compete ao Estado tutelar o meio ambiente como um bem jurídico, através das vias administrativa, civil e penal para protegê-lo. No caso em tela, os acidentes com as barragens de rejeito da mineração: Fundão, acidente com 19 mortes, em 2015 e Barragem do Córrego do feijão (B1), com 270 mortes em 2019, barragens que foram erguidas ao montante e se romperam nos municípios de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais, Brasil. No tocante ao Fundão, houve um acordo dereparação e compensação firmado entre as empresas: SAMARCO, VALE e BHP e os governos de Minas Gerais e Espírito Santo, através de um Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC), que não exime a responsabilidade do Estado pela reparação dos danos, sem abrir mão ACP1 ajuizada, face à morosidade da justiça no julgamento das ações civil e penal. Quanto ao tsunami de lama que invadiu Brumadinho e ceifou 270 vidas, provocou destruição ambiental e graves perdas econômicas para a população local e região, há evidências que a Vale sabia da instabilidade da barragem. O laudo da TUV Sud (06/ 2018) validou a estabilidade barragem e alterou o FS- Fator de Seguraça de 1,3 (padrão da empresa), para 1,09. Não instalou os 30 drenos horizontais profundos e mesmo após o extravasamento de água e lama, continuou operando e fazendo detonações. O Plano de Ação e Emergência previa: na hipótese de rompimento, a lama chegaria na administração e refeitório em até 1 minuto e as rotas de fuga das pessoas, durariam entre 5 e 10 minutos; a lama chegou em 34s. Licenças questionadas, sem plano de controle ambiental, manutenção inadequada, manipulação de dados e má gestão é o sinônimo dos empreendedores. Mariana e Brumadinho, são a ponta de iceberg, visto que há no Brasil 84 barragens erguidas ao montante em estado crítico, sirenes soaram para as barragens: Ouro Preto, Macacos, Barão de Cocais e Itabirinto. O Estado, empreendedores e a sociedade devem procurar soluções econômicas sustentávies e baixo risco num curto prazo. O lucro não pode estar acima da vida humana e a economia não pode ignorar as questões ambientais e sociais. Após um exame crítico destes acidentes, conclui-se que o Estado foi omisso nas medidas de prevenção e, por conseguinte, corresponsável por estes acidentes.
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No tocante ao Fundão, houve um acordo dereparação e compensação firmado entre as empresas: SAMARCO, VALE e BHP e os governos de Minas Gerais e Espírito Santo, através de um Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC), que não exime a responsabilidade do Estado pela reparação dos danos, sem abrir mão ACP1 ajuizada, face à morosidade da justiça no julgamento das ações civil e penal. Quanto ao tsunami de lama que invadiu Brumadinho e ceifou 270 vidas, provocou destruição ambiental e graves perdas econômicas para a população local e região, há evidências que a Vale sabia da instabilidade da barragem. O laudo da TUV Sud (06/ 2018) validou a estabilidade barragem e alterou o FS- Fator de Seguraça de 1,3 (padrão da empresa), para 1,09. Não instalou os 30 drenos horizontais profundos e mesmo após o extravasamento de água e lama, continuou operando e fazendo detonações. O Plano de Ação e Emergência previa: na hipótese de rompimento, a lama chegaria na administração e refeitório em até 1 minuto e as rotas de fuga das pessoas, durariam entre 5 e 10 minutos; a lama chegou em 34s. Licenças questionadas, sem plano de controle ambiental, manutenção inadequada, manipulação de dados e má gestão é o sinônimo dos empreendedores. Mariana e Brumadinho, são a ponta de iceberg, visto que há no Brasil 84 barragens erguidas ao montante em estado crítico, sirenes soaram para as barragens: Ouro Preto, Macacos, Barão de Cocais e Itabirinto. O Estado, empreendedores e a sociedade devem procurar soluções econômicas sustentávies e baixo risco num curto prazo. O lucro não pode estar acima da vida humana e a economia não pode ignorar as questões ambientais e sociais. Após um exame crítico destes acidentes, conclui-se que o Estado foi omisso nas medidas de prevenção e, por conseguinte, corresponsável por estes acidentes.It is the responsibility of the State to protect the environment as a legal good, through administrative, civil and penal ways to protect it. In the present case, the accidents with mining tailings dams: Fundão, accident with 19 deaths in 2015 and Barragem do Córrego do Feijão (B1), with 270 deaths in 2019, dams that were erected upstream and broke in the municipalities of Mariana and Brumadinho, in Minas Gerais, Brazil. With regard to Fundão, a repair and compensation agreement was signed between the companies: SAMARCO, VALE and BHP and the governments of Minas Gerais and Espírito Santo, through a conduct Transaction and Adjustment Term (TTAC), which does not exempt the State responsibility for the repair of damages, without giving up ACP2 judgments, given the slowness of justice in the judgment of civil and criminal actions. As for the mud tsunami that invaded Brumadinho and claimed 270 lives, caused environmental destruction and serious economic losses for the local population and region, there is evidence that Vale knew of the dam's instability. The TUV Sud report (06/2018) validated the dam stability and changed the FSSafety factor from 1.3 (company standard) to 1.09. It did not install the 30 deep horizontal drains and even after leaking water and mud, it continued to operate and detonate. The Action and Emergency Plan foresaw:inthe event of a breach, the mud would reach the administration and the cafeteria in up to oneminute, the escape routes of the people would last between five, and ten minutes; the mud arrived in 34 seconds. Questioned licenses, without an environmental control plan, inadequate maintenance, data manipulation and poor management is the synonym of entrepreneurs. Mariana and Brumadinho are the tip of the iceberg, as there are 84 dams erected in Brazil in critical condition, sirens sounded for the dams: Ouro Preto, Macacos, Barão de Cocais and Itabirinto. The state, entrepreneurs and society must seek short-term, low-cost, economical solutions. Profit cannot be above human life and the economy cannot ignore environmental and social issues. After a critical examination of these accidents, it is concluded that the State was silent on the preventive measures and, therefore, co-responsible for these accidents.Barros, NelsonRepositório Institucional da Universidade Fernando PessoaOliveira, Jorge Luís Batista de2021-11-18T11:53:15Z2021-10-182021-10-18T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10284/10452TID:202990257pormetadata only accessinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-05-09T02:03:45Zoai:bdigital.ufp.pt:10284/10452Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:47:13.577666Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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