Distribuição e ritmo dos movimentos de vertente na Região a Norte de Lisboa
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2001 |
Tipo de documento: | Relatório |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/39440 |
Resumo: | A Região a Norte de Lisboa apresenta condições naturais (estrutura geológica, litologia do substrato e das formações superficiais, topografia, geomorfologia, clima, hidrologia) bastante favoráveis ao desenvolvimento de manifestações de instabilidade nas vertentes. Em acréscimo, este território tem sido sujeito, nas últimas quatro décadas, a uma intensa pressão urbanística, que é responsável pelo agravamento das consequências da instabilidade geomorfológica. As modificações no uso do solo ligadas à recessão das actividades agro-pastoris e à ocupação das antigas áreas rurais por populações que conservam a mentalidade urbana, determinaram o aumento da vulnerabilidade passiva do território, tendo conduzido à utilização de áreas naturalmente expostas a perigos naturais e, por isso, pouco aptas à construção. Noutras situações, intervenções antrópicas desajustadas interferem directamente nas manifestações de instabilidade natural que, deste modo, tendem a agravar-se. O interesse científico pelos movimentos de vertente na Região a Norte de Lisboa manifestou-se, sobretudo, a partir da década de 80. Coelho (1979) apresentou uma tipologia de movimentos de vertente, baseada na classificação de Varnes (1978), a partir do estudo de casos verificados no Concelho de Vila Franca de Xira. Este autor colocou em destaque a importância das reactivações de movimentos antigos, utilizando como exemplo o deslizamento de Calhandriz, activado em Fevereiro de 1979. Ferreira (1984) discutiu os condicionalismos morfoestruturais e climáticos dos movimentos, preocupando-se, em particular, com a análise da situação de Fevereiro de 1979, responsável pelo desencadeamento dos maiores movimentos ocorridos recentemente na região. Roxo (1985) realizou um trabalho, fundamentalmente teórico, onde as Distribuição e ritmo dos movimentos de vertente na Região a Norte de Lisboa manifestações de instabilidade são ilustradas com observações de campo. Ferreira et al. (1987) apresentaram um mapa geomorfológico de pormenor e uma avaliação da perigosidade geomorfológica da área de Fanhões, baseados num levantamento de campo efectuado na escala de 1:2000. A cartografia geomorfológica de pormenor constituiu a metodologia privilegiada no estudo da dinâmica recente e actual do relevo em áreas mais alargadas, nas costeiras a norte de Lisboa (Zêzere, 1988) e na bacia-vertente do Rio Grande da Pipa (Machado, 1991). O conteúdo deste relatório pretende divulgar os principais aspectos relativos à distribuição espacial e ao ritmo da actividade dos movimentos de vertente na Região a Norte de Lisboa, englobados num trabalho anterior, mais vasto, dedicado ao estudo dos movimentos de vertente e da perigosidade geomorfológica nesta área da Estremadura portuguesa1. A análise da distribuição espacial dos movimentos de vertente e o estudo da sua correlação com a distribuição dos factores condicionantes da instabilidade representam uma etapa fundamental para a avaliação espacial da perigosidade geomorfológica, possibilitando a resposta a uma primeira questão: onde vão ocorrer os futuros movimentos de vertente? O reconhecimento da precipitação como principal factor desencadeante da instabilidade e a determinação de limiares críticos de duração – quantidade da precipitação responsáveis pela activação dos movimentos de vertente, permitem a resolução da dimensão temporal da predição da perigosidade geomorfológica, através da resposta a uma segunda questão: quando vão ocorrer os futuros movimentos de vertente? |
id |
RCAP_efa2a16a1b12a6755570ac8769d7489d |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ul.pt:10451/39440 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Distribuição e ritmo dos movimentos de vertente na Região a Norte de LisboaMovimentos de vertenteRegião Norte de LisboaPortugalA Região a Norte de Lisboa apresenta condições naturais (estrutura geológica, litologia do substrato e das formações superficiais, topografia, geomorfologia, clima, hidrologia) bastante favoráveis ao desenvolvimento de manifestações de instabilidade nas vertentes. Em acréscimo, este território tem sido sujeito, nas últimas quatro décadas, a uma intensa pressão urbanística, que é responsável pelo agravamento das consequências da instabilidade geomorfológica. As modificações no uso do solo ligadas à recessão das actividades agro-pastoris e à ocupação das antigas áreas rurais por populações que conservam a mentalidade urbana, determinaram o aumento da vulnerabilidade passiva do território, tendo conduzido à utilização de áreas naturalmente expostas a perigos naturais e, por isso, pouco aptas à construção. Noutras situações, intervenções antrópicas desajustadas interferem directamente nas manifestações de instabilidade natural que, deste modo, tendem a agravar-se. O interesse científico pelos movimentos de vertente na Região a Norte de Lisboa manifestou-se, sobretudo, a partir da década de 80. Coelho (1979) apresentou uma tipologia de movimentos de vertente, baseada na classificação de Varnes (1978), a partir do estudo de casos verificados no Concelho de Vila Franca de Xira. Este autor colocou em destaque a importância das reactivações de movimentos antigos, utilizando como exemplo o deslizamento de Calhandriz, activado em Fevereiro de 1979. Ferreira (1984) discutiu os condicionalismos morfoestruturais e climáticos dos movimentos, preocupando-se, em particular, com a análise da situação de Fevereiro de 1979, responsável pelo desencadeamento dos maiores movimentos ocorridos recentemente na região. Roxo (1985) realizou um trabalho, fundamentalmente teórico, onde as Distribuição e ritmo dos movimentos de vertente na Região a Norte de Lisboa manifestações de instabilidade são ilustradas com observações de campo. Ferreira et al. (1987) apresentaram um mapa geomorfológico de pormenor e uma avaliação da perigosidade geomorfológica da área de Fanhões, baseados num levantamento de campo efectuado na escala de 1:2000. A cartografia geomorfológica de pormenor constituiu a metodologia privilegiada no estudo da dinâmica recente e actual do relevo em áreas mais alargadas, nas costeiras a norte de Lisboa (Zêzere, 1988) e na bacia-vertente do Rio Grande da Pipa (Machado, 1991). O conteúdo deste relatório pretende divulgar os principais aspectos relativos à distribuição espacial e ao ritmo da actividade dos movimentos de vertente na Região a Norte de Lisboa, englobados num trabalho anterior, mais vasto, dedicado ao estudo dos movimentos de vertente e da perigosidade geomorfológica nesta área da Estremadura portuguesa1. A análise da distribuição espacial dos movimentos de vertente e o estudo da sua correlação com a distribuição dos factores condicionantes da instabilidade representam uma etapa fundamental para a avaliação espacial da perigosidade geomorfológica, possibilitando a resposta a uma primeira questão: onde vão ocorrer os futuros movimentos de vertente? O reconhecimento da precipitação como principal factor desencadeante da instabilidade e a determinação de limiares críticos de duração – quantidade da precipitação responsáveis pela activação dos movimentos de vertente, permitem a resolução da dimensão temporal da predição da perigosidade geomorfológica, através da resposta a uma segunda questão: quando vão ocorrer os futuros movimentos de vertente?Universidade de Lisboa, Centro de Estudos GeográficosRepositório da Universidade de LisboaZêzere, José2019-09-09T12:07:52Z20012001-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/reportapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/39440porZêzere, J. L. (2001). Distribuição e ritmo dos movimentos de vertente na região a Norte de Lisboa. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos. 149 p. (Área de Geografia Física e Ambiente; Relatório nº 38). ISBN: 972-636-131-1.972-636-131-1info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:38:14Zoai:repositorio.ul.pt:10451/39440Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:53:20.653612Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Distribuição e ritmo dos movimentos de vertente na Região a Norte de Lisboa |
title |
Distribuição e ritmo dos movimentos de vertente na Região a Norte de Lisboa |
spellingShingle |
Distribuição e ritmo dos movimentos de vertente na Região a Norte de Lisboa Zêzere, José Movimentos de vertente Região Norte de Lisboa Portugal |
title_short |
Distribuição e ritmo dos movimentos de vertente na Região a Norte de Lisboa |
title_full |
Distribuição e ritmo dos movimentos de vertente na Região a Norte de Lisboa |
title_fullStr |
Distribuição e ritmo dos movimentos de vertente na Região a Norte de Lisboa |
title_full_unstemmed |
Distribuição e ritmo dos movimentos de vertente na Região a Norte de Lisboa |
title_sort |
Distribuição e ritmo dos movimentos de vertente na Região a Norte de Lisboa |
author |
Zêzere, José |
author_facet |
Zêzere, José |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Repositório da Universidade de Lisboa |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Zêzere, José |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Movimentos de vertente Região Norte de Lisboa Portugal |
topic |
Movimentos de vertente Região Norte de Lisboa Portugal |
description |
A Região a Norte de Lisboa apresenta condições naturais (estrutura geológica, litologia do substrato e das formações superficiais, topografia, geomorfologia, clima, hidrologia) bastante favoráveis ao desenvolvimento de manifestações de instabilidade nas vertentes. Em acréscimo, este território tem sido sujeito, nas últimas quatro décadas, a uma intensa pressão urbanística, que é responsável pelo agravamento das consequências da instabilidade geomorfológica. As modificações no uso do solo ligadas à recessão das actividades agro-pastoris e à ocupação das antigas áreas rurais por populações que conservam a mentalidade urbana, determinaram o aumento da vulnerabilidade passiva do território, tendo conduzido à utilização de áreas naturalmente expostas a perigos naturais e, por isso, pouco aptas à construção. Noutras situações, intervenções antrópicas desajustadas interferem directamente nas manifestações de instabilidade natural que, deste modo, tendem a agravar-se. O interesse científico pelos movimentos de vertente na Região a Norte de Lisboa manifestou-se, sobretudo, a partir da década de 80. Coelho (1979) apresentou uma tipologia de movimentos de vertente, baseada na classificação de Varnes (1978), a partir do estudo de casos verificados no Concelho de Vila Franca de Xira. Este autor colocou em destaque a importância das reactivações de movimentos antigos, utilizando como exemplo o deslizamento de Calhandriz, activado em Fevereiro de 1979. Ferreira (1984) discutiu os condicionalismos morfoestruturais e climáticos dos movimentos, preocupando-se, em particular, com a análise da situação de Fevereiro de 1979, responsável pelo desencadeamento dos maiores movimentos ocorridos recentemente na região. Roxo (1985) realizou um trabalho, fundamentalmente teórico, onde as Distribuição e ritmo dos movimentos de vertente na Região a Norte de Lisboa manifestações de instabilidade são ilustradas com observações de campo. Ferreira et al. (1987) apresentaram um mapa geomorfológico de pormenor e uma avaliação da perigosidade geomorfológica da área de Fanhões, baseados num levantamento de campo efectuado na escala de 1:2000. A cartografia geomorfológica de pormenor constituiu a metodologia privilegiada no estudo da dinâmica recente e actual do relevo em áreas mais alargadas, nas costeiras a norte de Lisboa (Zêzere, 1988) e na bacia-vertente do Rio Grande da Pipa (Machado, 1991). O conteúdo deste relatório pretende divulgar os principais aspectos relativos à distribuição espacial e ao ritmo da actividade dos movimentos de vertente na Região a Norte de Lisboa, englobados num trabalho anterior, mais vasto, dedicado ao estudo dos movimentos de vertente e da perigosidade geomorfológica nesta área da Estremadura portuguesa1. A análise da distribuição espacial dos movimentos de vertente e o estudo da sua correlação com a distribuição dos factores condicionantes da instabilidade representam uma etapa fundamental para a avaliação espacial da perigosidade geomorfológica, possibilitando a resposta a uma primeira questão: onde vão ocorrer os futuros movimentos de vertente? O reconhecimento da precipitação como principal factor desencadeante da instabilidade e a determinação de limiares críticos de duração – quantidade da precipitação responsáveis pela activação dos movimentos de vertente, permitem a resolução da dimensão temporal da predição da perigosidade geomorfológica, através da resposta a uma segunda questão: quando vão ocorrer os futuros movimentos de vertente? |
publishDate |
2001 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2001 2001-01-01T00:00:00Z 2019-09-09T12:07:52Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/report |
format |
report |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10451/39440 |
url |
http://hdl.handle.net/10451/39440 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
Zêzere, J. L. (2001). Distribuição e ritmo dos movimentos de vertente na região a Norte de Lisboa. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos. 149 p. (Área de Geografia Física e Ambiente; Relatório nº 38). ISBN: 972-636-131-1. 972-636-131-1 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de Lisboa, Centro de Estudos Geográficos |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de Lisboa, Centro de Estudos Geográficos |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799134471481458688 |