Estudo da transição epitélio-mesênquima nos adenocarcinomas do endométrio de gata
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10348/8830 |
Resumo: | O útero da gata é um local pouco comum para o desenvolvimento de neoplasias. O adenocarcinoma do endométrio é uma neoplasia epitelial maligna, rara em animais domésticos, exceto coelhos e vacas. Contudo, estudos recentes referem que, na gata, este tipo de adenocarcinoma possa ser mais comum do que até aqui descrito. A ocorrência da transição epitélio-mesênquima (TEM) durante a progressão tumoral permite às células neoplásicas adquirirem a capacidade de infiltrar o tecido circundante e metastizar, formando um tumor secundário. Este processo está associado à perda ou baixa regulação dos marcadores epiteliais, tal como a caderina-E, que regula a adesão entre estas células. As metaloproteinases de matriz (MMPs) estão envolvidas na degradação da MEC. Em neoplasias malignas, promovem a progressão e metastização tumoral, assim como a TEM, ao reprimir, indiretamente, a caderina-E. Foi objetivo deste trabalho a identificação das MMP-1, -2 e -9 no endométrio cíclico e nas lesões uterinas da gata. A expressão da MMP-1, -2 e -9 foi estudada em amostras de útero de gata normais, na fase proliferativa (n = 6) e secretora (n = 8) do ciclo éstrico, assim como em amostras com inflamação (n = 6), hiperplasia quística (n = 8/9/12) e em adenocarcinomas do endométrio da gata (AEG) (n = 21/22). Usou-se a técnica de imunohistoquímica indireta com o anticorpo anti-MMP-1 (diluição 1:100), anti-MMP-2 (1:100) e anti-MMP-9 (1:150). A intensidade de marcação foi avaliada como ausente (zero), fraca (+), moderada (++) ou intensa (+++). Observou-se uma diminuição na expressão da MMP-1 e -9 com diferenças estatisticamente significativas (p < 0,05) em relação à fase estrogénica no caso das piómetras e hiperplasias quística, enquanto que esta diferença só se observou entre as AEGs e fase estrogénica para a MMP-1. Esta fase apresentou uma maior expressão da MMP-1 e -9 quando comparada a fase secretora. Contudo, não encontramos diferenças estatisticamente significativas na expressão da MMP-2 nos AEGs em relação ao útero normal, assim como para a piómetra e hiperplasia quística com o útero normal e também na comparação das fases normais. Este estudo revelou que o útero cíclico fisiológico apresenta uma maior expressão da MMP-1 e -9 na fase proliferativa, o que poderá estar relacionado com a remodelação celular que precede a maior expressão glandular da fase secretora. Contudo, contrariamente ao esperado, a expressão destas MMPs nos AEGs é significativamente menor que na fase proliferativa, contrastando com o descrito na literatura para esses tumores na mulher. Uma vez que a atividade das MMPs reprime, indiretamente, a caderina-E, quebrando as interações célula-célula e que esta pode ser modulada pelos seus inibidores (TIMPs) locais, são desejáveis estudos adicionais para esclarecer o papel das MMPs nos AEGs. |
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Estudo da transição epitélio-mesênquima nos adenocarcinomas do endométrio de gatagata, , , piómetra, ,adenocarcinoma do endométriometaloproteinases de matrizhiperplasia quísticatransição epitélio-mesênquimaO útero da gata é um local pouco comum para o desenvolvimento de neoplasias. O adenocarcinoma do endométrio é uma neoplasia epitelial maligna, rara em animais domésticos, exceto coelhos e vacas. Contudo, estudos recentes referem que, na gata, este tipo de adenocarcinoma possa ser mais comum do que até aqui descrito. A ocorrência da transição epitélio-mesênquima (TEM) durante a progressão tumoral permite às células neoplásicas adquirirem a capacidade de infiltrar o tecido circundante e metastizar, formando um tumor secundário. Este processo está associado à perda ou baixa regulação dos marcadores epiteliais, tal como a caderina-E, que regula a adesão entre estas células. As metaloproteinases de matriz (MMPs) estão envolvidas na degradação da MEC. Em neoplasias malignas, promovem a progressão e metastização tumoral, assim como a TEM, ao reprimir, indiretamente, a caderina-E. Foi objetivo deste trabalho a identificação das MMP-1, -2 e -9 no endométrio cíclico e nas lesões uterinas da gata. A expressão da MMP-1, -2 e -9 foi estudada em amostras de útero de gata normais, na fase proliferativa (n = 6) e secretora (n = 8) do ciclo éstrico, assim como em amostras com inflamação (n = 6), hiperplasia quística (n = 8/9/12) e em adenocarcinomas do endométrio da gata (AEG) (n = 21/22). Usou-se a técnica de imunohistoquímica indireta com o anticorpo anti-MMP-1 (diluição 1:100), anti-MMP-2 (1:100) e anti-MMP-9 (1:150). A intensidade de marcação foi avaliada como ausente (zero), fraca (+), moderada (++) ou intensa (+++). Observou-se uma diminuição na expressão da MMP-1 e -9 com diferenças estatisticamente significativas (p < 0,05) em relação à fase estrogénica no caso das piómetras e hiperplasias quística, enquanto que esta diferença só se observou entre as AEGs e fase estrogénica para a MMP-1. Esta fase apresentou uma maior expressão da MMP-1 e -9 quando comparada a fase secretora. Contudo, não encontramos diferenças estatisticamente significativas na expressão da MMP-2 nos AEGs em relação ao útero normal, assim como para a piómetra e hiperplasia quística com o útero normal e também na comparação das fases normais. Este estudo revelou que o útero cíclico fisiológico apresenta uma maior expressão da MMP-1 e -9 na fase proliferativa, o que poderá estar relacionado com a remodelação celular que precede a maior expressão glandular da fase secretora. Contudo, contrariamente ao esperado, a expressão destas MMPs nos AEGs é significativamente menor que na fase proliferativa, contrastando com o descrito na literatura para esses tumores na mulher. Uma vez que a atividade das MMPs reprime, indiretamente, a caderina-E, quebrando as interações célula-célula e que esta pode ser modulada pelos seus inibidores (TIMPs) locais, são desejáveis estudos adicionais para esclarecer o papel das MMPs nos AEGs.The cat’s uterus is an uncommon location for the development of neoplasms. Endometrial adenocarcinoma is an epithelial malignant neoplasm, which is rare in domestic animals, except in rabbits and cows. However, recent studies show that, in the queen, this type of adenocarcinoma may be more common than described. The occurrence of epithelial-mesenchymal transition (EMT), during tumor progression, allows cancerous cells to acquire the ability to infiltrate the surrounding tissue and metastasize, forming a secondary tumor. This process is associated to the loss or down regulation of epithelial markers, such as E-cadherin, which regulates epithelial cell-cell adhesion. Matrix metalloproteinases (MMPs) are involved in the degradation of the extracellular matrix (ECM). In malignant neoplasms, they favor tumor progression and metastasis, as well as EMT, by indirectly suppressing E-cadherin. The purpose of this study was to evaluate the expression of MMP-1, -2 and -9 in normal endometrium tissues and uterus lesions of the cat. The expression of MMP-1, -2 and -9 were studied in the normal queen’s uterus, in the proliferative (n = 6) and secretory (n = 8) phases of the estrous cycle, as well as in pyometra (n = 6), cystic hyperplasia (n = 8/9/12) and feline endometrial adenocarcinoma (FEA) (n = 21/22). The samples were submitted to the indirect immunohistochemistry method with antiMMP-1 (1: 100), anti-MMP-2 (1:100) and anti-MMP-9 (1:150) antibodies. The intensity of immunelabelling was evaluated as null, weak (+), moderate (++) or intense (+++) We observed a decreased expression of MMP-1 and -9 with statistically significant differences (p < 0,05) in relation to the estrogenic phase with the pyometras and cystic hyperplasia, whereas this difference was only observed between FEA and estrogenic phase for MMP-1. This phase presented greater expression of MMP-1 and -9 when compared to the secretory phase. However, no statistically significant differences were found in the expression of MMP-2 in FEA in relation to the normal uterus as well as for pyometra and cystic hyperplasia with the normal uterus and for the comparison of the normal phases. This study shows that the physiologic cyclic uterus presents a greater expression of MMP-1 and -9 in the proliferative phase, that may be related to the cellular remodeling that precedes the larger glandular expression of the secretory phase. In contrast, unlike expected, the expression of these metalloproteinases in FEA is significantly lower than in the proliferative phase, dissimilar to what was described in the literature for these tumors in the women. As the MMPs activity repress, indirectly, E-cadherin, which result in the dissolution of cell-cell interactions and can be modulated by its inhibitors (TIMPs) in the local, additional studies are needed to clarify the MMPs relevance in the FEA.2018-10-31T14:59:01Z2017-11-02T00:00:00Z2017-11-02info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/8830TID:202034275pormetadata only accessinfo:eu-repo/semantics/openAccessAlves, Emilie de Freitasreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:54:36Zoai:repositorio.utad.pt:10348/8830Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:05:58.724225Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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