O barotraumatismo do ouvido médio em doentes a realizar oxigenoterapia hiperbárica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Teles, Helena Sofia Fonseca Paiva de Sousa
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/31373
Resumo: Trabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2017
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spelling O barotraumatismo do ouvido médio em doentes a realizar oxigenoterapia hiperbáricaOxigenoterapia hiperbáricaBarotraumatismoOuvido médioMarinha portuguesaOtorrinolaringologiaDomínio/Área Científica::Ciências MédicasTrabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2017INTRODUÇÃO: A oxigenoterapia hiperbárica (OTHB) é uma modalidade terapêutica que consiste na administração intermitente de oxigénio a 100% dentro de uma câmara em condições de pressão superiores à pressão ao nível do mar (1 ATA), permitindo aumentar a perfusão de 02 nos tecidos e, consequentemente, reduzir o edema e hipóxia tecidular, auxiliando o tratamento da isquémia e infeção. Das diversas complicações descritas, o barotraumatismo do ouvido médio (BTOM) é a mais frequente, sendo que a sua incidência, fatores de risco e gravidade não são ainda devidamente conhecidos. MATERIAL E MÉTODOS: Este estudo retrospetivo observacional estudou as características clínicas de 1732 doentes que realizaram tratamento no Centro de Medicina Subaquática e Hiperbárica (CMSH) da Marinha Portuguesa entre 2012 e 2016, por forma a melhor caracterizar esta complicação no que toca à incidência, gravidade e recorrência, bem como identificar possíveis fatores de risco como idade, sexo, indicação clínica para OTHB, antecedentes pessoais de rinite alérgica e sintomatologia de obstrução nasal à data da ocorrência. RESULTADOS: 143 indivíduos sofreram BTOM (incidência de 8,3%), sendo a maioria unilateral (62%) e 21% bilateral. O BTOM ocorreu nas 3 primeiras sessões em 36% dos casos e em 44% até às 5 sessões. Em termos de gravidade, a maioria dos doentes classificados apresentava BTOM Grau 1 na Classificação de Teed (30%), com apenas 20% dos doentes a apresentar Grau ≥ 3. A taxa de recorrência foi 28%. Foram encontradas diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) entre o grupo de estudo (GE) e o grupo de controlo (GC), no que toca ao sexo (sexo feminino– GE 50,3% VS GC 37,3%, p=0,021), indicação clínica (osteorradionecrose da mandíbula GE 9,8% VS GC 2%, p=0,028) e existência de Antecedentes Pessoais de Rinite Alérgica GE 17% VS GC 11%, p=0,009 (a toma de medicação corticoide oral ou tópica foi considerada fator protetor de BTOM nestes doentes, p=0,003). 35% dos doentes com BTOM manifestavam sintomas de Obstrução Nasal, verificando-se uma associação positiva entre esta sintomatologia e a rinite alérgica (p=0,027). CONCLUSÕES: A OTHB é uma terapêutica médica eficaz e segura. O BTOM ocorre com uma frequência relativamente baixa e é, na maioria dos casos, de baixa gravidade. Doentes do sexo feminino, com diagnóstico clínico de osteorradionecrose da mandíbula ou história de rinite alérgica têm maior risco de desenvolver esta complicação.INTRODUCTION: Hyperbaric Oxygen Therapy (HBOT) consists in the intermitent administration of 100% O2 inside a chamber pressured over 1ATM, increasing the oxygen tecidual perfusion to reduce edema and tissue hypoxia, therefore diminishing isquemia and fighting infection. Middle ear barotrauma (MEB) is the most frequent side effect reported. However, it’s incidence, risk factors and severity are not yet fully known. MATERIAL AND METHODS: This observational retrospective study analysed the clinical characteristics of 1732 patients who underwent treatment at the Portuguese Navy’s Subaquatic and Hyperbaric Medicine Center from 2012 to 2016 in order to study this complication in terms of incidence, severity and recurrence, as well as to identify possible risk factors – age, sex, clinical indication for HBOT, personal history of allergic rhinitis and symptoms of nasal obstruction at the time of the event. RESULTS: 143 of 1732 patients suffered MEB (incidence 8.3%), of which most were unilateral (62%) and 21% bilateral. MEB occurred in the first 3 sessions in 36% of cases and in the first 5 sessions in 44%. In terms of severity, most patients were classified as Grade 1 according to Teed’s Classification (30%), with only 20% classified as Grade 3 or superior. The recurrence rate was 28%. As for risk factors, we found statistically significant differences (p<0,05) between the study group (SG) and control group (CG) in sex (female sex 50,3% in SG VS 37,3% in CG, p=0,021), clinical indication for HBOT (mandibular osteorradionecrosis 9,8% in SG VS 2% in CG, p=0,028) and personal history of Allergic Rhinitis (p=0,009,17% in SG VS 11% in control group – the intake of oral or topic corticoid therapy was considered a protector for MEB in patients with allergic rhinitis, p=0,003). 35% of patients with MEB had symptoms of nasal obstruction at the time, and a positive association between nasal obstruction and allergic rhinitis was observed (p=0,027). CONCLUSIONS: HBOT is both effective and safe. MEB does not occur often and is most frequently of low severity. Female patients, patients with history of head and neck radiation and history of allergic rhinitis are at higher risk for MEB.Marques, Marta CanasRepositório da Universidade de LisboaTeles, Helena Sofia Fonseca Paiva de Sousa2018-02-02T15:53:29Z20172017-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/31373TID:201780160porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:24:56Zoai:repositorio.ul.pt:10451/31373Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:46:53.399882Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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