Conhecimento dos Enfermeiros sobre a Suspeita e Deteção de Maus‐Tratos na Criança

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Daniel
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Afonso, Vera Lúcia Filipe, Silva, Ernestina Batoca
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.19/2613
Resumo: Resumo Enquadramento: Os maus-tratos à criança e ao jovem são um problema muito frequente nos nossos dias e envolvem, para além da agressão física, a negligência, a agressão psicológica ou o abuso sexual. Em Portugal, a partir de 1980, começou a dar-se especial atenção a este tema, através de uma abordagem multidisciplinar, em que o enfermeiro dos cuidados de saúde primários tem um papel importante na promoção e proteção, mas também na deteção precoce e encaminhamento das crianças. Objetivos: Identificar os conhecimentos dos enfermeiros de cuidados de saúde primários sobre os sinais e sintomas de suspeita de maus-tratos na criança; determinar a influência das variáveis sociodemográficas e profissionais nos conhecimentos dos enfermeiros sobre essa matéria; verificar a influência da experiência de atendimento de crianças vítimas de maus-tratos nos conhecimentos sobre os sinais e sintomas de suspeita de maus-tratos na criança. Metodologia: Estudo quantitativo, exploratório e descritivo, com utilização de um questionário, que teve por base o Guia Prático de Abordagem, Diagnóstico e Intervenção de Maus-tratos Infantis da Direção Geral de Saúde (2011). A amostra foi constituída por 61 enfermeiros do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Baixo Vouga. O questionário foi aplicado em março e abril de 2013. Resultados: Verificámos que a maioria não tinha formação específica na área de maus-tratos (88,5%) e 93,3% referiram sentir necessidade dessa formação. A maioria referiu ter facilidade em detetar e comunicar casos de abandono (66,7%), negligência (63,3%) e maus-tratos físicos (59,0%), mas, por outro lado, referiram ter pouca capacidade para detetar situações de maus-tratos psicológicos/emocionais (45,9%) e de abusos sexuais (41%). Os enfermeiros que fizeram formação específica em maus-tratos infantis apresentaram um melhor nível de conhecimentos sobre a deteção e encaminhamento destas situações (p=0,036). De igual modo, os enfermeiros que tiveram experiência de atendimento de crianças vítimas de maus-tratos também apresentaram melhores conhecimentos (p=0,003). Conclusão: Embora os enfermeiros de cuidados de saúde primários se sintam capazes de encaminhar situações de maus-tratos infantis, referem sentir falta de formação na área dos maus-tratos e também na comunicação/relacionamentos interpessoais, sobretudo na forma de abordagem destes problemas com a criança/família. Sugerimos um maior investimento na formação destes profissionais na área dos maus-tratos infantis.
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Objetivos: Identificar os conhecimentos dos enfermeiros de cuidados de saúde primários sobre os sinais e sintomas de suspeita de maus-tratos na criança; determinar a influência das variáveis sociodemográficas e profissionais nos conhecimentos dos enfermeiros sobre essa matéria; verificar a influência da experiência de atendimento de crianças vítimas de maus-tratos nos conhecimentos sobre os sinais e sintomas de suspeita de maus-tratos na criança. Metodologia: Estudo quantitativo, exploratório e descritivo, com utilização de um questionário, que teve por base o Guia Prático de Abordagem, Diagnóstico e Intervenção de Maus-tratos Infantis da Direção Geral de Saúde (2011). A amostra foi constituída por 61 enfermeiros do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Baixo Vouga. O questionário foi aplicado em março e abril de 2013. Resultados: Verificámos que a maioria não tinha formação específica na área de maus-tratos (88,5%) e 93,3% referiram sentir necessidade dessa formação. A maioria referiu ter facilidade em detetar e comunicar casos de abandono (66,7%), negligência (63,3%) e maus-tratos físicos (59,0%), mas, por outro lado, referiram ter pouca capacidade para detetar situações de maus-tratos psicológicos/emocionais (45,9%) e de abusos sexuais (41%). Os enfermeiros que fizeram formação específica em maus-tratos infantis apresentaram um melhor nível de conhecimentos sobre a deteção e encaminhamento destas situações (p=0,036). De igual modo, os enfermeiros que tiveram experiência de atendimento de crianças vítimas de maus-tratos também apresentaram melhores conhecimentos (p=0,003). Conclusão: Embora os enfermeiros de cuidados de saúde primários se sintam capazes de encaminhar situações de maus-tratos infantis, referem sentir falta de formação na área dos maus-tratos e também na comunicação/relacionamentos interpessoais, sobretudo na forma de abordagem destes problemas com a criança/família. Sugerimos um maior investimento na formação destes profissionais na área dos maus-tratos infantis.Abstract Background: Child and youth maltreatment are a very common problem nowadays and involve, in addition to physical assault, neglect, psychological or sexual abuse. In Portugal, from 1980, we began to pay special attention to this issue through a multidisciplinary approach, in which nurses from primary health care had an important role in the promotion and protection, but also in the early detection and referral of children. Objectives: To identify the knowledge of nurses in primary health care about signs and symptoms of suspected child maltreatment; to determine the influence of demographic and professional variables on the knowledge of nurses on this matter; to verify the influence of experience of care for children victims of abuse in the knowledge about the signs and symptoms of suspected child maltreatment. Methodology: Quantitative, exploratory and descriptive study using a questionnaire, which was based on the Practical Guide of Approach, Diagnosis and Intervention of Child Maltreatment from the Portuguese General Health Organization (DGS, 2011). The sample consisted of 61 nurses of the ACES Baixo Vouga region. The questionnaire was administered in March and April of 2013. Results: We found that the majority had no specific training in the area of abuse (88.5%) and 93.3% reported feeling the need for such training. The majority reported being easy to detect and report cases of abandonment (66.7%), neglect (63.3%) and physical maltreatment (59.0%), but, on the other hand, they reported to have little ability to detect situations of psychological/emotional abuse (45.9%) and sexual abuse (41%). Nurses who did specific training in child maltreatment showed a higher level of knowledge about the detection and referral of these cases (p = 0.036). Similarly, nurses who had experience caring for child victims of abuse also had higher knowledge (p = 0.003). Conclusion: Although nurses in primary health care feel able to refer cases of child abuse, they report feeling a lack of training in the area of abuse and also in communication/interpersonal relationships, especially in the form of addressing these issues with the child/family. We encourage a greater investment in training these professionals in the area of child maltreatment.Instituto Politécnico de ViseuRepositório Científico do Instituto Politécnico de ViseuSilva, DanielAfonso, Vera Lúcia FilipeSilva, Ernestina Batoca2015-02-18T10:37:40Z20142014-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.19/2613porSilva, Daniel; Afonso, Vera Lúcia & Silva, Ernestina Batoca (2014). Conhecimento dos Enfermeiros sobre a Suspeita e Deteção de Maus‐Tratos na Criança. Millenium, 47 (jun/dez). 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