Juízos e emoções morais de adolescentes sobre atitudes de exclusão de pares com deficiência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Espiga, Catarina Inês Costa
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10437/5639
Resumo: A inclusão de sujeitos com deficiência depende bastante das atitudes que os pares adotam nos contextos efetivos de interação. Lidar com sujeitos com caraterísticas diferentes da maioria dos pares desafia os estereótipos e a capacidade de tolerância e solicita a utilização de princípios de igualdade e justiça e, de empatia. A exclusão de sujeitos com deficiência pode ser, portanto, influenciada por juízos e por emoções morais, duas componentes importantes para a avaliação da ação moral. Neste estudo analisámos a relação entre a avaliação moral efetuada pelos adolescentes e os juízos que fazem sobre a justeza da inclusão de pessoas com essas caraterísticas da motivação para interagir com elas. Para avaliar os juízos e emoções morais utilizámos uma versão traduzida por Ferreira (2012) da Survey Instrument for Measuring Judgments about Emotions about Exclusion (Malti, Killen & Gasser, 2012) que incluiu três histórias de exclusão de sujeitos com deficiência motora, mental e sensorial. Participaram no estudo 109 adolescentes, de dois grupos etários, os mais novos com média de idade de 13, 06 e os mais velhos com média de idade de 15,05. Os adolescentes mais velhos expressam juízos e emoções atribuídas ao excludente mais positivas que os mais novos, o que sugere uma tendência desenvolvimentista. Embora ambos os grupos expressem juízos positivos sobre a inclusão, evidenciam uma motivação mais baixa para interagir com pares com deficiência que, ainda assim, é mais alta nos jovens mais velhos o que confirma a tendência desenvolvimentista antes referida. Contrariamente ao esperado não foram encontradas associações entre juízos e emoções morais e juízo sobre inclusão; a motivação para interagir está associada à emoção atribuída ao excludente pelo que a atitude concreta perante um par com deficiência parece depender mais da existência de emoções que inibam a tendência para o estereótipo e a discriminação. Tal como esperado, o conteúdo das emoções varia em função do sujeito-alvo: a culpa e a tristeza são as emoções mais atribuídas ao excludente e a tristeza e a raiva são as emoções mais atribuídas ao excluído. Os jovens utilizaram diversos tipos de argumentos para justificar as avaliações efetuadas, predominando os argumentos de equidade e justiça, depois os convencionais e, finalmente, os de empatia. Os jovens relacionam a atitude de exclusão com aspetos de justiça e, portanto, da moral, fazem as suas emoções variar em função do sujeito-alvo e utilizam diferentes argumentos para tender para a inclusão ou exclusão dos pares.
id RCAP_f19b924c8fc3871266e64b2af9b4d460
oai_identifier_str oai:recil.ensinolusofona.pt:10437/5639
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Juízos e emoções morais de adolescentes sobre atitudes de exclusão de pares com deficiênciaMESTRADO EM PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃOPSICOLOGIACIDADÃOS COM DEFICIÊNCIAINTERAÇÃO SOCIALEXCLUSÃO SOCIALMORALEMOÇÕESMOTIVAÇÃOPSYCHOLOGYCITIZENS WITH DISABILITIESSOCIAL INTERACTIONSOCIAL EXCLUSIONMORALITYEMOTIONSMOTIVATIONA inclusão de sujeitos com deficiência depende bastante das atitudes que os pares adotam nos contextos efetivos de interação. Lidar com sujeitos com caraterísticas diferentes da maioria dos pares desafia os estereótipos e a capacidade de tolerância e solicita a utilização de princípios de igualdade e justiça e, de empatia. A exclusão de sujeitos com deficiência pode ser, portanto, influenciada por juízos e por emoções morais, duas componentes importantes para a avaliação da ação moral. Neste estudo analisámos a relação entre a avaliação moral efetuada pelos adolescentes e os juízos que fazem sobre a justeza da inclusão de pessoas com essas caraterísticas da motivação para interagir com elas. Para avaliar os juízos e emoções morais utilizámos uma versão traduzida por Ferreira (2012) da Survey Instrument for Measuring Judgments about Emotions about Exclusion (Malti, Killen & Gasser, 2012) que incluiu três histórias de exclusão de sujeitos com deficiência motora, mental e sensorial. Participaram no estudo 109 adolescentes, de dois grupos etários, os mais novos com média de idade de 13, 06 e os mais velhos com média de idade de 15,05. Os adolescentes mais velhos expressam juízos e emoções atribuídas ao excludente mais positivas que os mais novos, o que sugere uma tendência desenvolvimentista. Embora ambos os grupos expressem juízos positivos sobre a inclusão, evidenciam uma motivação mais baixa para interagir com pares com deficiência que, ainda assim, é mais alta nos jovens mais velhos o que confirma a tendência desenvolvimentista antes referida. Contrariamente ao esperado não foram encontradas associações entre juízos e emoções morais e juízo sobre inclusão; a motivação para interagir está associada à emoção atribuída ao excludente pelo que a atitude concreta perante um par com deficiência parece depender mais da existência de emoções que inibam a tendência para o estereótipo e a discriminação. Tal como esperado, o conteúdo das emoções varia em função do sujeito-alvo: a culpa e a tristeza são as emoções mais atribuídas ao excludente e a tristeza e a raiva são as emoções mais atribuídas ao excluído. Os jovens utilizaram diversos tipos de argumentos para justificar as avaliações efetuadas, predominando os argumentos de equidade e justiça, depois os convencionais e, finalmente, os de empatia. Os jovens relacionam a atitude de exclusão com aspetos de justiça e, portanto, da moral, fazem as suas emoções variar em função do sujeito-alvo e utilizam diferentes argumentos para tender para a inclusão ou exclusão dos pares.Include individuals with disabilities depends of attitudes peers adopt in interaction contexts. Dealing with subjects with different characteristics of most of the peers challenges stereotypes and ability of tolerance and calls for using principles of equality, fairness and empathy. The exclusion of individuals with disabilities can therefore be influenced by moral judgments and emotions, two important components of moral evaluation and moral action. In this study we examined the relationship between moral evaluation by adolescents and the judgments they make about adequacy of include people with these characteristics and motivation to interact with them. To evaluate the judgments and moral emotions we used a version Ferreira (2012) of Survey of Instrument for Measuring Emotions about Judgments about Exclusion (Malti, Killen & Gasser, 2012) that included three stories of exclusion subjects with physical, mental and sensory disabilities. A sample of 109 teenagers from two age groups, the younger mean age of 13,06 and older with a mean age of 15,05. Older teenagers express judgments and emotions to the exclusionary more positive than younger suggesting a developmental trend. Although both groups express positive judgments about inclusion, show a lower motivation to interact with peers with disabilities who is high in older confirming the developmental trend described before. Contrary to expectation, we don’t found correlations between judgments and emotions and moral judgment about inclusion; motivation to interact is associated with emotion assigned to exclusionary so the concrete attitude to a couple with disability seems to depend of the existence of emotions that inhibit the tendency to stereotype and discrimination. As expected, content of emotions varies with the subject target: guilt and sorrow are assigned to exclusionary and sadness and anger are attributed to excluded. Youth used several types of arguments to justify the assessments made; fairness and justice are mainly, then conventional reasons and finally empathy reasons. Youth relate the attitude of exclusion with aspects of justice and therefore moral, vary their emotions with the target subject and tend to use different arguments for inclusion or exclusion.2014-10-08T09:12:36Z2014-01-01T00:00:00Z2014info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10437/5639TID:201198118porEspiga, Catarina Inês Costainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-09T14:09:35Zoai:recil.ensinolusofona.pt:10437/5639Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:16:32.088939Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Juízos e emoções morais de adolescentes sobre atitudes de exclusão de pares com deficiência
title Juízos e emoções morais de adolescentes sobre atitudes de exclusão de pares com deficiência
spellingShingle Juízos e emoções morais de adolescentes sobre atitudes de exclusão de pares com deficiência
Espiga, Catarina Inês Costa
MESTRADO EM PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
PSICOLOGIA
CIDADÃOS COM DEFICIÊNCIA
INTERAÇÃO SOCIAL
EXCLUSÃO SOCIAL
MORAL
EMOÇÕES
MOTIVAÇÃO
PSYCHOLOGY
CITIZENS WITH DISABILITIES
SOCIAL INTERACTION
SOCIAL EXCLUSION
MORALITY
EMOTIONS
MOTIVATION
title_short Juízos e emoções morais de adolescentes sobre atitudes de exclusão de pares com deficiência
title_full Juízos e emoções morais de adolescentes sobre atitudes de exclusão de pares com deficiência
title_fullStr Juízos e emoções morais de adolescentes sobre atitudes de exclusão de pares com deficiência
title_full_unstemmed Juízos e emoções morais de adolescentes sobre atitudes de exclusão de pares com deficiência
title_sort Juízos e emoções morais de adolescentes sobre atitudes de exclusão de pares com deficiência
author Espiga, Catarina Inês Costa
author_facet Espiga, Catarina Inês Costa
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Espiga, Catarina Inês Costa
dc.subject.por.fl_str_mv MESTRADO EM PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
PSICOLOGIA
CIDADÃOS COM DEFICIÊNCIA
INTERAÇÃO SOCIAL
EXCLUSÃO SOCIAL
MORAL
EMOÇÕES
MOTIVAÇÃO
PSYCHOLOGY
CITIZENS WITH DISABILITIES
SOCIAL INTERACTION
SOCIAL EXCLUSION
MORALITY
EMOTIONS
MOTIVATION
topic MESTRADO EM PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
PSICOLOGIA
CIDADÃOS COM DEFICIÊNCIA
INTERAÇÃO SOCIAL
EXCLUSÃO SOCIAL
MORAL
EMOÇÕES
MOTIVAÇÃO
PSYCHOLOGY
CITIZENS WITH DISABILITIES
SOCIAL INTERACTION
SOCIAL EXCLUSION
MORALITY
EMOTIONS
MOTIVATION
description A inclusão de sujeitos com deficiência depende bastante das atitudes que os pares adotam nos contextos efetivos de interação. Lidar com sujeitos com caraterísticas diferentes da maioria dos pares desafia os estereótipos e a capacidade de tolerância e solicita a utilização de princípios de igualdade e justiça e, de empatia. A exclusão de sujeitos com deficiência pode ser, portanto, influenciada por juízos e por emoções morais, duas componentes importantes para a avaliação da ação moral. Neste estudo analisámos a relação entre a avaliação moral efetuada pelos adolescentes e os juízos que fazem sobre a justeza da inclusão de pessoas com essas caraterísticas da motivação para interagir com elas. Para avaliar os juízos e emoções morais utilizámos uma versão traduzida por Ferreira (2012) da Survey Instrument for Measuring Judgments about Emotions about Exclusion (Malti, Killen & Gasser, 2012) que incluiu três histórias de exclusão de sujeitos com deficiência motora, mental e sensorial. Participaram no estudo 109 adolescentes, de dois grupos etários, os mais novos com média de idade de 13, 06 e os mais velhos com média de idade de 15,05. Os adolescentes mais velhos expressam juízos e emoções atribuídas ao excludente mais positivas que os mais novos, o que sugere uma tendência desenvolvimentista. Embora ambos os grupos expressem juízos positivos sobre a inclusão, evidenciam uma motivação mais baixa para interagir com pares com deficiência que, ainda assim, é mais alta nos jovens mais velhos o que confirma a tendência desenvolvimentista antes referida. Contrariamente ao esperado não foram encontradas associações entre juízos e emoções morais e juízo sobre inclusão; a motivação para interagir está associada à emoção atribuída ao excludente pelo que a atitude concreta perante um par com deficiência parece depender mais da existência de emoções que inibam a tendência para o estereótipo e a discriminação. Tal como esperado, o conteúdo das emoções varia em função do sujeito-alvo: a culpa e a tristeza são as emoções mais atribuídas ao excludente e a tristeza e a raiva são as emoções mais atribuídas ao excluído. Os jovens utilizaram diversos tipos de argumentos para justificar as avaliações efetuadas, predominando os argumentos de equidade e justiça, depois os convencionais e, finalmente, os de empatia. Os jovens relacionam a atitude de exclusão com aspetos de justiça e, portanto, da moral, fazem as suas emoções variar em função do sujeito-alvo e utilizam diferentes argumentos para tender para a inclusão ou exclusão dos pares.
publishDate 2014
dc.date.none.fl_str_mv 2014-10-08T09:12:36Z
2014-01-01T00:00:00Z
2014
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10437/5639
TID:201198118
url http://hdl.handle.net/10437/5639
identifier_str_mv TID:201198118
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799131262363893760