Contributos para uma história da enfermagem de saúde mental e psiquiátrica em Portugal (1883-1885)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Candeias,Analisa
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Sá,Luís, Esteves,Alexandra
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1647-21602021000200140
Resumo: Resumo Contexto: O Hospital de Alienados do Conde de Ferreira (HACF) foi vanguardista ao nível da assistência aos alienados no final do século XIX, com base nas novas ideias formadas na Europa sobre a psiquiatria e a assistência nesse domínio. Abordar a temática da enfermagem profissional implica tratar uma história iniciada nos anos de oitocentos; falar dos enfermeiros significa aludir a uma presença que sempre existiu nas instituições de saúde, particularmente nas psiquiátricas. Objetivos: Caraterizar o quotidiano no HACF (1883-1885) e analisar as responsabilidades dos enfermeiros nessa instituição. Metodologia: Enquadramento qualitativo, utilizada uma metodologia de investigação histórica, com pesquisa/análise documental e baseada em pressupostos teóricos de Michel Foucault. Resultados: O HACF foi inaugurado a 24 de março de 1883, no Porto. Os seus funcionários pertenciam a três categorias: direção económica, clínica e culto religioso. O corpo de enfermeiros era composto por criados, ajudantes de enfermeiro, enfermeiros e fiscal, pertencendo à direção clínica. Os enfermeiros eram os chefes das enfermarias, sendo responsáveis pelos ajudantes de enfermeiro e criados. Os enfermeiros, ajudantes de enfermeiro e criados deviam zelar pelo equilíbrio dos alienados e pelo seu bem-estar, gerir o quotidiano das enfermarias, aplicar tratamentos e prevenir complicações. Conclusões: Os enfermeiros desempenhavam um papel de vigilância e controle que lhes permitiu a execução de um biopoder no espaço assistencial do HACF. Tinham responsabilidades específicas e pertenciam a uma estrutura hierárquica. Era a eles que os alienados recorriam em primeira instância, na esfera de um quotidiano bem definido.
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