Luvas antivibratórias: qual a evidência científica?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Mónica
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Almeida, Armando, Lopes, Catarina, Oliveira, Tiago
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/31955
Resumo: Introdução/ enquadramento/ objetivos O uso de luvas antivibratórias não é tão frequente quanto outros equipamentos individuais de proteção, pelo que se torna uma área sobre a qual os profissionais a exercer nas equipas de Saúde Ocupacional (e até empregadores e trabalhadores) têm menor contato e experiência. Para além disso, quando se começa a pesquisar o tema, facilmente se percebe que existem dados contraditórios publicados, pelo que surgem muitas dúvidas sobre o benefício ou não do seu uso. Esta revisão pretende resumir o que de mais recente e pertinente se publicou sobre este tema. Metodologia Trata-se de uma Scoping Review, iniciada através de uma pesquisa realizada em dezembro de 2019 nas bases de dados “CINALH plus with full text, Medline with full text, Database of Abstracts of Reviews of Effects, Cochrane Central Register of Controlled Trials, Cochrane Database of Systematic Reviews, Cochrane Methodology Register, Nursing and Allied Health Collection: comprehensive, MedicLatina, SCOPUS e RCAAP”. Conteúdo Para que uma luva seja considerada antivibratória deverá cumprir com os critérios definidos pela Organização Internacional de Estandardização. A sensibilidade aos danos associados às vibrações apresenta alguma variabilidade entre indivíduos. As vibrações podem causar alterações vasculares, neurológicas e músculo-esqueléticas; no seu global, a situação designada por síndroma de vibração mão-braço (Hand Arm Vibration Syndrome); esta torna-se mais frequente quer com o aumento do tempo de exposição, quer com a intensidade. Para além da proteção direta que possa existir em relação às vibrações, ao manter as mãos secas e quentes os danos vibratórios em si podem ficar atenuados indiretamente. Independentemente da questão vibratória, o trabalhador fica mais protegido também em relação a cortes, queimaduras, agentes químicos e biológicos. O maior risco poderá ser então dar ao empregador e funcionário a sensação de proteção, quando esta não for real. Para além disso, alguns investigadores consideram que certas medidas de proteção coletiva são mais eficazes que as luvas. Conclusões Os dados publicados são contraditórios e os estudos utilizaram geralmente amostras pequenas, pelo que se torna complicado generalizar os resultados com segurança e robustez científica. Para além disso, facilmente se percebe que a protecção, ausência desta ou até potenciação das vibrações dependerá de inúmeras variáveis, nomeadamente instrumento de trabalho, tipo de vibrações, modelo/material e espessura da luva na região palmar e dedos, bem como força de preensão exercida pelo trabalhador e as suas dimensões antropométricas. Trata-se pois de um equipamento de proteção que, de forma alguma, se pode considerar como uma mais-valia adquirida, para qualquer tarefa ou trabalhador.
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Metodologia Trata-se de uma Scoping Review, iniciada através de uma pesquisa realizada em dezembro de 2019 nas bases de dados “CINALH plus with full text, Medline with full text, Database of Abstracts of Reviews of Effects, Cochrane Central Register of Controlled Trials, Cochrane Database of Systematic Reviews, Cochrane Methodology Register, Nursing and Allied Health Collection: comprehensive, MedicLatina, SCOPUS e RCAAP”. Conteúdo Para que uma luva seja considerada antivibratória deverá cumprir com os critérios definidos pela Organização Internacional de Estandardização. A sensibilidade aos danos associados às vibrações apresenta alguma variabilidade entre indivíduos. As vibrações podem causar alterações vasculares, neurológicas e músculo-esqueléticas; no seu global, a situação designada por síndroma de vibração mão-braço (Hand Arm Vibration Syndrome); esta torna-se mais frequente quer com o aumento do tempo de exposição, quer com a intensidade. Para além da proteção direta que possa existir em relação às vibrações, ao manter as mãos secas e quentes os danos vibratórios em si podem ficar atenuados indiretamente. Independentemente da questão vibratória, o trabalhador fica mais protegido também em relação a cortes, queimaduras, agentes químicos e biológicos. O maior risco poderá ser então dar ao empregador e funcionário a sensação de proteção, quando esta não for real. Para além disso, alguns investigadores consideram que certas medidas de proteção coletiva são mais eficazes que as luvas. Conclusões Os dados publicados são contraditórios e os estudos utilizaram geralmente amostras pequenas, pelo que se torna complicado generalizar os resultados com segurança e robustez científica. Para além disso, facilmente se percebe que a protecção, ausência desta ou até potenciação das vibrações dependerá de inúmeras variáveis, nomeadamente instrumento de trabalho, tipo de vibrações, modelo/material e espessura da luva na região palmar e dedos, bem como força de preensão exercida pelo trabalhador e as suas dimensões antropométricas. Trata-se pois de um equipamento de proteção que, de forma alguma, se pode considerar como uma mais-valia adquirida, para qualquer tarefa ou trabalhador.Introduction / background / objectives The use of anti-vibration gloves is not as frequent as other individual protective equipment, so it becomes an area in which the professionals that exercise in the Occupational Health teams (and even employers and workers) have less contact and experience. In addition, when starting to research the topic, it is easy to see that there are contradictory data published, so there are many doubts about the benefit or not on its use. This review intends to summarize the most recent and pertinent articles published on this topic. Methodology This is an Integrative Bibliographic Review, initiated through a research carried out in December 2019 in the databases “CINALH plus with full text, Medline with full text, Database of Abstracts of Reviews of Effects, Cochrane Central Register of Controlled Trials, Cochrane Database of Systematic Reviews, Cochrane Methodology Register, Nursing and Allied Health Collection: comprehensive, MedicLatina, SCOPUS and RCAAP ”. Content For a glove be considered anti-vibration, it must comply with the criteria defined by the International Standardization Organization. The sensitivity to damage associated with vibrations has some variability between individuals. Vibrations can cause vascular, neurological and musculoskeletal changes; overall, the situation referred to as hand-arm vibration syndrome; this becomes more frequent with increasing exposure time and intensity. In addition to the direct protection that may exist in relation to vibrations, by keeping the hands dry and warm, vibratory damage can be indirectly attenuated. In addition, regardless of the vibration issue, the worker is also more protected from cuts, burns, chemical and biological agents. The greatest risk may then be to give the employer and employee a sense of protection when it is not real. In addition, some researchers believe that certain collective protection measures are more effective than gloves. Conclusions The published data are contradictory and the studies generally used small samples, so it is difficult to generalize the results with safety. In addition, it is easy to see that the protection, absence of it or even potentiation of vibrations will depend on numerous variables, namely working instrument, type of vibrations, model/ material and glove thickness in the palm and fingers, as well as grip strength exercised by the worker and its anthropometric dimensions. It is therefore a protective equipment that, in no way, can be considered as an added value, for any task or worker.RPSOVeritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaSantos, MónicaAlmeida, ArmandoLopes, CatarinaOliveira, Tiago2021-02-08T12:01:50Z2020-05-012020-05-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/31955porSantos M, Almeida A, Lopes C, Oliveira T. (2020) Luvas antivibratórias: qual a evidência científica? Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional on line. 2020, volume 9, S91-100. DOI: 10.31252/RPSO.01.05.20202183-845310.31252/RPSO.01.05.2020info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-12T17:37:27Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/31955Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:25:46.495386Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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