Educar para o envelhecimento: investigação-ação. Alunos e avós
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/20.500.11960/1950 |
Resumo: | Este estudo decorreu em 2012, o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e Solidariedade entre Gerações. O desequilíbrio populacional entre idosos e jovens, lado a lado com a rutura na constituição da família intergeracional tem conduzido muitos destes idosos ao isolamento social. É no seio desta conjuntura que surge a necessidade de recuperar o seu protagonismo como transmissores de padrões de comportamento e guardiões da memória coletiva. Em contraponto, estão as crianças, excelentes agentes mediadores da comunicação e facilitadoras da interação entre estas duas gerações. A Arte pode constituir simbolicamente a arca intergeracional, protetora e fomentadora de contactos sociais ativos, proporcionando aos seus passageiros novas experiências sensoriais. Enquanto cidadã e professora de Educação Visual pareceu-me da maior pertinência contribuir para a compreensão das dinâmicas intergeracionais, ao nível da sala de aulas, através da formulação de quatro questões fundamentais: 1. Como pode funcionar, em sala de aulas, um atelier intergeracional que promova a reflexão sobre as imagens estereotipadas do envelhecimento?; 2. Que estratégias podem ser promovidas para reforçar pontes afetivas de solidariedade entre gerações, baseadas no respeito e apreço pela criatividade e competências do outro?; 3. Refletir sobre imagens que espelhem a problemática do envelhecimento poderá auxiliar os jovens para uma melhor compreensão do envelhecimento? e 4. Como é que a análise dessas imagens poderá aumentar a nível de literacia dos agentes envolvidos? Este estudo baseou-se na metodologia de investigação – ação e reuniu 90 participantes (alunos e respetivos avós) de duas turmas do 8º ano da escola sede do Agrupamento Vertical de Arga e Lima, de características predominantemente rurais. Foi planificada em duas fases: aplicação inicial de questionários, que contribuíram para a estruturação da segunda fase, organizada em sete sessões e que impulsionaram a recolha de dados valiosos dos alunos sobre obras de arte representativas de olhares diferentes sobre o envelhecimento (1ª e 7ª sessão) e de trabalho colaborativo entre netos e avós (3ª, 4ª, 5ª e 6ª sessões). A confrontação com as imagens que enfatizavam a decadência física e psicológica do envelhecimento colocou os alunos a pensar sobre o dia de amanhã, dizendo mesmo que têm que dar mais atenção aos seus avós, porque, um dia, quando forem idosos não gostariam de ser postos de parte. Tornaram-se portanto mais conscientes do poder que têm nas suas mãos, relativamente ao seu próprio envelhecimento. Quanto mais cedo as crianças forem confrontadas com o envelhecimento como uma fase natural da vida e sensibilizadas para o contributo inestimável das pessoas idosas, menor será o receio de encararem o seu próprio processo de envelhecimento, o que lhes permitirá partilhar uma sociedade mais justa e livre de preconceitos. As sessões contribuíram ainda para a desmistificação de que os idosos têm tendência a assemelhar-se física e psicologicamente, levando os alunos a compreender o envelhecimento como um processo gradual, com nuances muito próprias e únicas, e que acarreta, nalguns casos, a sensação de perdas mas que pode ser acompanhado da mesma alegria de viver, da frescura mental, da curiosidade, do sentido de humor e do bem-estar com a imagem em perpétua evolução. Os participantes partilharam os seus locais e objetos de afeto, envolvendo-se no próprio processo de pesquisa e reflexão, através de metodologias visuais participativas. Foi possível observar as reações dos jovens perante obras de arte que exploraram o tema do envelhecimento e, assim, despertar a sua própria reflexão e sentido crítico sobre o mundo em que vivem e sobre o seu próprio envelhecimento. É essencial que a escola promova nos seus alunos práticas sociais que valorizem a partilha de saberes e experiências entre gerações, conducentes à valorização da sua literacia visual e ao relacionamento com outras culturas onde o idoso é reverenciado. |
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Educar para o envelhecimento: investigação-ação. Alunos e avósEnvelhecimentoRelação avós-netosIdoso -- CidadaniaAprendizagem ao longo da vidaEducação artística -- Ensino básico 3º cicloAgingGrandparent-grandchild relationshipElderly - CitizenshipLifelong learningArtistic education - Basic education 3rd cycleEste estudo decorreu em 2012, o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e Solidariedade entre Gerações. O desequilíbrio populacional entre idosos e jovens, lado a lado com a rutura na constituição da família intergeracional tem conduzido muitos destes idosos ao isolamento social. É no seio desta conjuntura que surge a necessidade de recuperar o seu protagonismo como transmissores de padrões de comportamento e guardiões da memória coletiva. Em contraponto, estão as crianças, excelentes agentes mediadores da comunicação e facilitadoras da interação entre estas duas gerações. A Arte pode constituir simbolicamente a arca intergeracional, protetora e fomentadora de contactos sociais ativos, proporcionando aos seus passageiros novas experiências sensoriais. Enquanto cidadã e professora de Educação Visual pareceu-me da maior pertinência contribuir para a compreensão das dinâmicas intergeracionais, ao nível da sala de aulas, através da formulação de quatro questões fundamentais: 1. Como pode funcionar, em sala de aulas, um atelier intergeracional que promova a reflexão sobre as imagens estereotipadas do envelhecimento?; 2. Que estratégias podem ser promovidas para reforçar pontes afetivas de solidariedade entre gerações, baseadas no respeito e apreço pela criatividade e competências do outro?; 3. Refletir sobre imagens que espelhem a problemática do envelhecimento poderá auxiliar os jovens para uma melhor compreensão do envelhecimento? e 4. Como é que a análise dessas imagens poderá aumentar a nível de literacia dos agentes envolvidos? Este estudo baseou-se na metodologia de investigação – ação e reuniu 90 participantes (alunos e respetivos avós) de duas turmas do 8º ano da escola sede do Agrupamento Vertical de Arga e Lima, de características predominantemente rurais. Foi planificada em duas fases: aplicação inicial de questionários, que contribuíram para a estruturação da segunda fase, organizada em sete sessões e que impulsionaram a recolha de dados valiosos dos alunos sobre obras de arte representativas de olhares diferentes sobre o envelhecimento (1ª e 7ª sessão) e de trabalho colaborativo entre netos e avós (3ª, 4ª, 5ª e 6ª sessões). A confrontação com as imagens que enfatizavam a decadência física e psicológica do envelhecimento colocou os alunos a pensar sobre o dia de amanhã, dizendo mesmo que têm que dar mais atenção aos seus avós, porque, um dia, quando forem idosos não gostariam de ser postos de parte. Tornaram-se portanto mais conscientes do poder que têm nas suas mãos, relativamente ao seu próprio envelhecimento. Quanto mais cedo as crianças forem confrontadas com o envelhecimento como uma fase natural da vida e sensibilizadas para o contributo inestimável das pessoas idosas, menor será o receio de encararem o seu próprio processo de envelhecimento, o que lhes permitirá partilhar uma sociedade mais justa e livre de preconceitos. As sessões contribuíram ainda para a desmistificação de que os idosos têm tendência a assemelhar-se física e psicologicamente, levando os alunos a compreender o envelhecimento como um processo gradual, com nuances muito próprias e únicas, e que acarreta, nalguns casos, a sensação de perdas mas que pode ser acompanhado da mesma alegria de viver, da frescura mental, da curiosidade, do sentido de humor e do bem-estar com a imagem em perpétua evolução. Os participantes partilharam os seus locais e objetos de afeto, envolvendo-se no próprio processo de pesquisa e reflexão, através de metodologias visuais participativas. Foi possível observar as reações dos jovens perante obras de arte que exploraram o tema do envelhecimento e, assim, despertar a sua própria reflexão e sentido crítico sobre o mundo em que vivem e sobre o seu próprio envelhecimento. É essencial que a escola promova nos seus alunos práticas sociais que valorizem a partilha de saberes e experiências entre gerações, conducentes à valorização da sua literacia visual e ao relacionamento com outras culturas onde o idoso é reverenciado.This study took place in 2012, the European Year for Active Ageing and Solidarity between Generations. The population imbalance between young and old, side by side with the rupture in intergenerational family formation has led many of these seniors to social isolation. It is within this environment that the need to regain their role as transmitters of behavior patterns and guardians of the collective memory emerges out. On the other side, the children are excellent communication and mediating agents facilitating the interaction between these two generations. Art can be symbolically the intergenerational ark, protective and active promoter of social contacts, providing its passengers new sensory experiences. As a citizen and Art´s teacher, contributing to the understanding of intergenerational dynamics at the level of the classroom seemed to me of the greatest relevance, through the development of four key questions:1. How can work in the classroom, a workshop that promotes intergenerational reflection on stereotypical images of aging?; 2. What strategies can be promoted to strengthen bridges of affective solidarity between generations based on respect and appreciation for the creativity and skills of the other?; 3. Thinking over on images that reflect the problems of getting old may help young people to a better understanding of aging?; 4. How does the analysis of these images can increase the literacy level of the people involved? This study was based on action-research methodology and gathered 90 participants (students and their grandparents) of two classes of 8th grade at the main school of Agrupamento Vertical de Arga e Lima, a school with strong rural characteristics. The study was planned in two stages: preliminary application of questionnaires, which contributed to the structuring of the second phase, organized in seven sessions and that boosted the collection of valuable data from students about works of art representing different looks on aging (1st and 7th session) and collaborative work between grandchildren and grandparents (3rd, 4th, 5th and 6th sessions). The confrontation with the images that emphasized the psychological and physical decline of aging put students thinking about the future and even saying that they need to give more attention to their grandparents because, one day, when they get older, they wouldn´t like to be set aside. They became more aware of the power they hold in their hands, compared to their own aging. Sooner children are faced with aging as a natural stage of life and become aware of the valuable contribution of the elderly, less afraid they will be of their own process of aging, allowing them to share a more just and unprejudiced society. The sessions helped the students to demystify that the elderly tend to resemble physically and psychologically, which took students to understand and accept aging as a natural and gradual process, with its own unique characteristics, leading, in some cases, to the feeling of loss but on the other hand aging can be lived and enjoyed with the same joy, curiosity, sense of humor and well-being. The people involved in this project shared their places, affection and most loved objects, becoming part of the research process and thinking over through visual and participative methodologies. It was possible to watch young people´s reactions to works of art that explored the theme of aging. This was a way of awakening their own thinking and critical sense about the world they live in and about their own aging. It is essential that school promotes a social practice that values the sharing of knowledge and experiences between generations, leading to a better enhancement of visual literacy and to a relationship with other cultures where the elderly are truly respected and revered.2017-12-15T16:44:10Z2013-02-16T00:00:00Z2013-02-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/20.500.11960/1950TID:201708710porAlmeida, Orlanda Maria da Costainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-21T14:44:18Zoai:repositorio.ipvc.pt:20.500.11960/1950Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:44:43.917031Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Este estudo decorreu em 2012, o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e Solidariedade entre Gerações. O desequilíbrio populacional entre idosos e jovens, lado a lado com a rutura na constituição da família intergeracional tem conduzido muitos destes idosos ao isolamento social. É no seio desta conjuntura que surge a necessidade de recuperar o seu protagonismo como transmissores de padrões de comportamento e guardiões da memória coletiva. Em contraponto, estão as crianças, excelentes agentes mediadores da comunicação e facilitadoras da interação entre estas duas gerações. A Arte pode constituir simbolicamente a arca intergeracional, protetora e fomentadora de contactos sociais ativos, proporcionando aos seus passageiros novas experiências sensoriais. Enquanto cidadã e professora de Educação Visual pareceu-me da maior pertinência contribuir para a compreensão das dinâmicas intergeracionais, ao nível da sala de aulas, através da formulação de quatro questões fundamentais: 1. Como pode funcionar, em sala de aulas, um atelier intergeracional que promova a reflexão sobre as imagens estereotipadas do envelhecimento?; 2. Que estratégias podem ser promovidas para reforçar pontes afetivas de solidariedade entre gerações, baseadas no respeito e apreço pela criatividade e competências do outro?; 3. Refletir sobre imagens que espelhem a problemática do envelhecimento poderá auxiliar os jovens para uma melhor compreensão do envelhecimento? e 4. Como é que a análise dessas imagens poderá aumentar a nível de literacia dos agentes envolvidos? Este estudo baseou-se na metodologia de investigação – ação e reuniu 90 participantes (alunos e respetivos avós) de duas turmas do 8º ano da escola sede do Agrupamento Vertical de Arga e Lima, de características predominantemente rurais. Foi planificada em duas fases: aplicação inicial de questionários, que contribuíram para a estruturação da segunda fase, organizada em sete sessões e que impulsionaram a recolha de dados valiosos dos alunos sobre obras de arte representativas de olhares diferentes sobre o envelhecimento (1ª e 7ª sessão) e de trabalho colaborativo entre netos e avós (3ª, 4ª, 5ª e 6ª sessões). A confrontação com as imagens que enfatizavam a decadência física e psicológica do envelhecimento colocou os alunos a pensar sobre o dia de amanhã, dizendo mesmo que têm que dar mais atenção aos seus avós, porque, um dia, quando forem idosos não gostariam de ser postos de parte. Tornaram-se portanto mais conscientes do poder que têm nas suas mãos, relativamente ao seu próprio envelhecimento. Quanto mais cedo as crianças forem confrontadas com o envelhecimento como uma fase natural da vida e sensibilizadas para o contributo inestimável das pessoas idosas, menor será o receio de encararem o seu próprio processo de envelhecimento, o que lhes permitirá partilhar uma sociedade mais justa e livre de preconceitos. As sessões contribuíram ainda para a desmistificação de que os idosos têm tendência a assemelhar-se física e psicologicamente, levando os alunos a compreender o envelhecimento como um processo gradual, com nuances muito próprias e únicas, e que acarreta, nalguns casos, a sensação de perdas mas que pode ser acompanhado da mesma alegria de viver, da frescura mental, da curiosidade, do sentido de humor e do bem-estar com a imagem em perpétua evolução. Os participantes partilharam os seus locais e objetos de afeto, envolvendo-se no próprio processo de pesquisa e reflexão, através de metodologias visuais participativas. Foi possível observar as reações dos jovens perante obras de arte que exploraram o tema do envelhecimento e, assim, despertar a sua própria reflexão e sentido crítico sobre o mundo em que vivem e sobre o seu próprio envelhecimento. É essencial que a escola promova nos seus alunos práticas sociais que valorizem a partilha de saberes e experiências entre gerações, conducentes à valorização da sua literacia visual e ao relacionamento com outras culturas onde o idoso é reverenciado. |
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