O enfermeiro de família enquanto promotor da relação filial em idade adulta avançada

• Autor(a) principal: Pereira, Ana Filipa Domingues
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/30617
• topic: Envelhecimento saudável; Relações familiares; Enfermagem familiar; Papel do profissional de enfermagem

Enquadramento: O presente relatório refere-se ao estágio de natureza profissional realizado na Unidade de Saúde Familiar Rainha D. Tereza da Administração Regional de Saúde do Centro, no período compreendido entre setembro de 2019 a fevereiro de 2020. Objetivos: Descrever e refletir sobre as atividades desenvolvidas para a aquisição e desenvolvimento de competências específicas em Enfermagem de Saúde Familiar e apresentar o estudo empírico implementado em contexto de estágio, cujo desenvolvimento teve como objetivo geral coconstruir, com filhos adultos na meia-idade e com Enfermeiros de Família, orientações para um exercício de Enfermagem de Saúde Familiar promotor da relação filial dirigido a famílias que se encontrem num estadio de ciclo vital envelhecido. Métodos: Estudo fenomenológico de natureza qualitativa, desenvolvido em duas fases, com uma amostragem não probabilística por conveniência que envolveu 10 utentes (filhos adultos na meia-idade) inscritos na referida Unidade de Saúde Familiar e 7 Enfermeiros de Família dessa unidade. Realizaram-se entrevistas semiestruturadas individuais (utentes) e de grupo focal (Enfermeiros de Família). Cumpriram-se todos os procedimentos formais e éticos inerentes à colheita de informação, que foi posteriormente submetida a análise de conteúdo, com auxílio do software webQDA®. Resultados: As dimensões revelaram que os filhos adultos na meia-idade: (i) têm dificuldade em encarar e aceitar o processo de envelhecimento dos pais, observando-o de forma negativa e perspetivando a sua intervenção futura, ainda de modo superficial e sem um planeamento específico dos cuidados; (ii) optam por refletir na família sobre o envelhecimento e as suas consequências, apenas quando surgir uma crise; (iii) veem no Enfermeiro de Família um profissional capaz de os preparar antecipadamente para o processo de envelhecimento dos seus pais, apesar de, atualmente, essa prática ser nula ou insuficiente; e (iv) esperam uma prática do Enfermeiro de Família integradora de atividades de educação para a saúde, relativas ao processo de envelhecimento. Os resultados revelaram também que os Enfermeiros de Família: (i) não realizam cuidados antecipatórios no âmbito da promoção da relação filial em famílias em estadio de ciclo vital envelhecido, apenas intervindo quando identificam um problema real; e (ii) sugerem uma prática futura promotora da relação filial que integre sessões em grupo e consulta de enfermagem. Conclusão: O presente relatório expôs o percurso em contexto de estágio para a aquisição das competências exigidas e demonstrou que os objetivos propostos foram alcançados. Os resultados obtidos pela investigação desenvolvida permitiram conhecer a perceção e a perspetiva, dos filhos adultos na meia-idade e dos Enfermeiros de Família, sobre as relações filiais em idade adulta avançada, realçando o papel promotor do Enfermeiro de Família neste âmbito e contribuindo para uma melhoria contínua dos cuidados de Enfermagem de Saúde Familiar.