Cidadania, saúde e bem-estar em estudantes da Escola Superior de saúde de Viana do Castelo

• Autor(a) principal: Meira, Vera Marisa Amorim
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/20.500.11960/2716
• topic: Cidadania; Saúde; Promoção de saúde; Estudantes do ensino superior; Estilo de vida saudável; Universidades promotoras de saúde; Citizenship; Health; Health Promotion; Higher Education Students; Healthy Lifestyle; Health Promoting Universities

Introdução: A entrada no ensino superior é um ponto de viragem marcante na vida de qualquer estudante, sendo que o ingresso no curso de enfermagem comporta especificidades a acrescer na vivência desta transição. Neste sentido, a Escola Superior de Saúde (ESS) do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) e o Projeto INPEC+ Academias Gulbenkian do Conhecimento (AGC) têm investido na promoção de respostas adaptativas a esta transição a partir das vozes e sentidos dos próprios estudantes enquanto atores e autores dos seus projetos de vida, com vista à melhoria de estilos de vida saudável e do compromisso efetivo com a cidadania. Objetivos: Determinar os estilos de vida, em estudantes do 1º ano da Licenciatura de Enfermagem (CLE), no ano letivo 2020/2021 da ESS-IPVC; analisar a influência de fatores determinantes do seu estilo de vida. Metodologia: Com base no modelo PRECEDE-PROCEED dar-se-á continuidade ao diagnóstico epidemiológico do projeto INPEC+ AGC, sendo que esta fase se inscreve no paradigma quantitativo, conformada pelo presente estudo do tipo, observacional e transversal. A colheita de dados foi realizada com recurso ao questionário Estilo de Vida FANTASTICO (EVF) de Silva, Brito e Amado (2014), aplicado em formato digital aos estudantes do 1º Ano do CLE, da ESS-IPVC no início do ano letivo 2020/2021. Resultados: Foram inquiridos 85 estudantes, sendo que a maioria do sexo feminino (86%), sensivelmente metade encontra-se deslocado do seu local de residência (48%), cerca de 15% referiram ser trabalhadores estudantes (77% dos quais a tempo parcial), com as mães a possuirem o nível académico mais elevado (Ensino Superior Mãe=26%; Pai=15%). Em termos de hábitos de vida, cerca de 87% dos estudantes consideram não ter vícios/dependências e dos que referem ter, as mais frequentes eram o café e o tabaco (27,3%). O estilo de vida global dos estudantes é autopercebido como muito bom (68%). As estudantes pontuam melhor em todas as dimensões do EVF, ainda que sem diferenças estatísticas significativas, incluindo no estilo de vida global (U= 293,0; p=0,066). As dimensões dos estilos de vida dos estudantes surgem associados a diferentes variáveis. Os estudantes com mães com habilitações superiores ao 9.º ano obtiveram pontuação para o estilo de vida superior nas seguintes dimensões: Família e amigos (U=534,0; p=0,001); Atividade física/Associativismo (U=502,5; p=0,002) e Comportamentos de saúde e sexual (U=569,0; p=0,017). Os estudantes com pais com habilitações literárias superiores ao 9.º ano pontuaram melhor no estilo de vida global (U=565,5; p=0,025) e na dimensão Trabalho/Tipo de personalidade (U=575,5; p=0,027). Os estudantes trabalhadores registam resultados relativos aos estilos de vida superiores nas dimensões: Nutrição (U=290,5; p=0,024); Introspeção (U=291,0; p=0,022) e Comportamentos de saúde e sexual (U=231,5; p=0,003). Os estudantes que não se encontravam deslocados evidenciaram diferenças estatísticas significativas nas seguintes dimensões : Sono/Stress (U=596,5; p=0,006) e Introspeção (U=648,0; p=0,018). Conclusão: Os resultados obtidos são fundamentais para a coconstrução do processo de intervenção de promoção de estilos de vida e cidadania ativa dos estudantes, constituindo-se simultaneamente uma estratégia pedagógica, enquanto futuros profissionais de saúde, centrada no “aprender fazendo” e na prática baseada na evidência.