Preparação de medicação injetável na perspetiva dos enfermeiros

• Autor(a) principal: Sousa, Sónia Alexandrina Loureiro de
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.26/49995
• topic: Enfermagem; Preparação de medicação injetável; Controlo de infeção; Segurança do doente; Enfermagem

Nos cuidados de saúde, a realização de diferentes procedimentos clínicos invasivos pode contribuir para as infeções associadas aos cuidados de saúde (IACS). Um desses procedimentos é a preparação de medicação injetável, realizado maioritariamente pelos enfermeiros e que pode concorrer para a infeção da corrente sanguínea, quando não são seguidas as recomendações de uma prática segura. Neste âmbito, justifica-se a realização de um estudo com a finalidade de conhecer a prática clínica dos enfermeiros relativamente à preparação de medicação injetável, perspetivando contribuir para a melhoria das práticas de enfermagem. Realizou-se um estudo observacional, descritivo e transversal, de natureza quantitativa, orientando-se por dois objetivos: i) Caracterizar a prática clínica dos enfermeiros na preparação da medicação injetável; ii) Estudar a associação das variáveis socioprofissionais e a prática clínica de preparação da medicação injetável. Foi constituída uma amostra não probabilística do tipo “snowball”, de enfermeiros de diferentes contextos e que foram convidados a participar no estudo por via das redes de contactos dos investigadores. O instrumento de recolha dos dados foi um questionário de autopreenchimento disponibilizado na plataforma Google Forms. O questionário incluía uma primeira parte de caracterização sociodemográfica e profissional, uma segunda parte com sete questões sobre o local de preparação da medicação e uma escala de likert de cinco pontos, com nove itens sobre a prática clínica de preparação de medicação injetável. Os dados foram analisados com recurso à estatística descritiva e inferencial, sendo garantidos os princípios éticos de investigação em saúde. Participaram no estudo 237 enfermeiros, maioritariamente do sexo feminino e com uma média de 36.11 anos de idade (DP=8.26). Os resultados traduzem um desempenho global na preparação de medicação injetável satisfatório (M=3.24; DP=.51). O item “cumprimento de princípios de assepsia” traduz o melhor desempenho e o item “desinfeção do gargalo da ampola” o pior desempenho. Globalmente o valor de coeficiente de Pearson traduz uma associação entre variáveis de baixa magnitude e na análise de comparação entre grupos salienta-se que os participantes detentores de formação em controlo de infeção apresentam um melhor desempenho global (M=3.29; DP=.48), do que aqueles que não detêm essa formação (M=3.14; DP=.55). Os resultados do estudo não estão alinhados com as recomendações para uma prática segura e, por isso, podem trazer contributos para planear estratégias promotoras da melhoria da prática clínica dos enfermeiros, já que sinalizam os principais desvios à segurança na preparação de medicação injetável.