Health workforce requirements for effective governace of health systems

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: COMETTO, Giorgio
Data de Publicação: 2023
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/163262
Resumo: Introdução O desempenho dos sistemas de saúde depende da capacidade dos gestores dos serviços de saúde. O termo “capacity building” é frequentemente usado para referir formações de curto prazo e a transferência de habilidades específicas. No entanto, múltiplos determinantes de lacunas de capacidade geralmente coexistem e conduzem a um ambiente abaixo do ideal para o desempenho dos gestores de serviços de saúde, incluindo constrangimentos ao nível do sistema de serviços, e de financiamento e políticas, de pessoal e procedimentos administrativos, e também de falta de motivação individual ou capacidade técnica. Esta tese identifica os determinantes da governança do setor de saúde ligados à força de trabalho, analisando as evidências publicadas sobre o desenvolvimento da capacidade dos gestores de serviços. Propõe uma estrutura para orientar a conceptualização e implementação de estratégias de desenvolvimento de capacidades. A estrutura categoriza as intervenções prioritárias de desenvolvimento de capacidade nos níveis individual, organizacional e de sistema, e relaciona-as com os resultados do sistema de serviços de saúde e os de saúde da população. Em seguida, contribui com evidências adicionais por meio de três artigos revistos por pares desenvolvidos de acordo com essa estrutura. Resultados A revisão da literatura e os três artigos mostram que a base de evidências sobre os determinantes do desempenho dos gestores de recursos humanos para a saúde (RHS) está fragmentada e é de baixa certeza, o que limita o conhecimento sobre a eficácia das intervenções de desenvolvimento de capacidades. O primeiro artigo discute o papel dos gestores de RHS na formulação de políticas abrangentes de força de trabalho em saúde, e categoriza facilitadores e barreiras para uma administração eficaz de RHS de acordo com a estrutura proposta. O segundo artigo utiliza a estrutura para analisar as características organizacionais e individuais e as unidades de RHS nos ministérios da saúde na região Sudeste da Organização Mundial da Saúde. O terceiro artigo aplica a estrutura à análise do objetivo dos gestores de RHS de modo a garantir a oferta de cuidados compassivos e respeitosos. 8 Em geral, a tese mostra que os resultados das intervenções para melhorar as competências de nível individual são limitados e precisam ser acompanhados por outras que abordem os determinantes do nível organizacional e sistémico. Quanto aos obstáculos a intervenções bem-sucedidas são de nível sistémico o organizacional, levando a que devam ser abordados primeiro. Por exemplo, a disponibilidade de ferramentas de trabalho essenciais, um número adequado de pessoal devidamente qualificado, a continuidade do serviço, acesso a aprendizagens práticas, o fortalecimento das capacidades institucionais, um ambiente de trabalho e uma cultura organizacional motivadores, delineamento claro dos papeis, e alinhamento dos mecanismos de governança com os objetivos da política de saúde estão alvos prioritários que as evidências disponíveis identificam como críticas para a efetividade das intervenções de desenvolvimento de capacidade. Discussão Embora o discurso da assistência ao desenvolvimento enfatize intervenções orientadas “por fora”, uma nova abordagem do fortalecimento das capacidades requer o abandono da noção de gestores de serviços de saúde como sujeitos passivos cuja capacidade precisa ser construída por meio de intervenções externas. Em vez disso, os gestores de serviços de saúde devem ser reconhecidos como potenciais impulsionadores de processos endógenos de desenvolvimento de capacidades, e ser mobilizados e capacitados para se tornarem campeões das intervenções pretendidas, desde a fase preliminar de análise da situação. Iniciativas de desenvolvimento de capacidade bem-sucedidas exigem não apenas uma compreensão do contexto do sistema de saúde e das lacunas de capacidade, mas também da economia política e das considerações de exequibilidade e aceitabilidade. A estrutura utilizada na tese pode orientar tanto a identificação de necessidades quanto a conceptualização e a priorização das intervenções multifacetadas necessárias.
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Esta tese identifica os determinantes da governança do setor de saúde ligados à força de trabalho, analisando as evidências publicadas sobre o desenvolvimento da capacidade dos gestores de serviços. Propõe uma estrutura para orientar a conceptualização e implementação de estratégias de desenvolvimento de capacidades. A estrutura categoriza as intervenções prioritárias de desenvolvimento de capacidade nos níveis individual, organizacional e de sistema, e relaciona-as com os resultados do sistema de serviços de saúde e os de saúde da população. Em seguida, contribui com evidências adicionais por meio de três artigos revistos por pares desenvolvidos de acordo com essa estrutura. Resultados A revisão da literatura e os três artigos mostram que a base de evidências sobre os determinantes do desempenho dos gestores de recursos humanos para a saúde (RHS) está fragmentada e é de baixa certeza, o que limita o conhecimento sobre a eficácia das intervenções de desenvolvimento de capacidades. O primeiro artigo discute o papel dos gestores de RHS na formulação de políticas abrangentes de força de trabalho em saúde, e categoriza facilitadores e barreiras para uma administração eficaz de RHS de acordo com a estrutura proposta. O segundo artigo utiliza a estrutura para analisar as características organizacionais e individuais e as unidades de RHS nos ministérios da saúde na região Sudeste da Organização Mundial da Saúde. O terceiro artigo aplica a estrutura à análise do objetivo dos gestores de RHS de modo a garantir a oferta de cuidados compassivos e respeitosos. 8 Em geral, a tese mostra que os resultados das intervenções para melhorar as competências de nível individual são limitados e precisam ser acompanhados por outras que abordem os determinantes do nível organizacional e sistémico. Quanto aos obstáculos a intervenções bem-sucedidas são de nível sistémico o organizacional, levando a que devam ser abordados primeiro. Por exemplo, a disponibilidade de ferramentas de trabalho essenciais, um número adequado de pessoal devidamente qualificado, a continuidade do serviço, acesso a aprendizagens práticas, o fortalecimento das capacidades institucionais, um ambiente de trabalho e uma cultura organizacional motivadores, delineamento claro dos papeis, e alinhamento dos mecanismos de governança com os objetivos da política de saúde estão alvos prioritários que as evidências disponíveis identificam como críticas para a efetividade das intervenções de desenvolvimento de capacidade. Discussão Embora o discurso da assistência ao desenvolvimento enfatize intervenções orientadas “por fora”, uma nova abordagem do fortalecimento das capacidades requer o abandono da noção de gestores de serviços de saúde como sujeitos passivos cuja capacidade precisa ser construída por meio de intervenções externas. Em vez disso, os gestores de serviços de saúde devem ser reconhecidos como potenciais impulsionadores de processos endógenos de desenvolvimento de capacidades, e ser mobilizados e capacitados para se tornarem campeões das intervenções pretendidas, desde a fase preliminar de análise da situação. Iniciativas de desenvolvimento de capacidade bem-sucedidas exigem não apenas uma compreensão do contexto do sistema de saúde e das lacunas de capacidade, mas também da economia política e das considerações de exequibilidade e aceitabilidade. A estrutura utilizada na tese pode orientar tanto a identificação de necessidades quanto a conceptualização e a priorização das intervenções multifacetadas necessárias.Introduction Health system performance depends on the capacity of health service managers. The term ‘capacity building’ is often used to refer to short-term training and to the transfer of specific skills. However, multiple determinants of capacity gaps often coexist and determine a sub-optimal environment for health service managers, including system-wide financing, policy, and institutional staffing and administrative constraints, as well as individual lack of motivation or technical capacity. The thesis identifies the workforce determinants of health sector governance by reviewing the published evidence on health service managers’ capacity development. It proposes a framework to guide the conceptualization and implementation of capacity development strategies. It categorizes priority capacity development interventions in individual, organizational and system level, and links them with health system outputs and population health outcomes. It then contributes additional evidence through three peer reviewed articles structured according to this framework. Results A literature review and the three articles identify a fragmented and low certainty evidence base on the determinants of performance of human resources for health (HRH) managers, which limits knowledge of the effectiveness of capacity development interventions. The first article discusses the role of HRH managers in shaping overarching health workforce policies and categorizes enablers and barriers for effective HRH stewardship according to the framework. The second article adopts the framework to analyse the system, organizational, individual characteristics and tools of HRH units in the South-East region of the World Health Organization. The third article applies the framework to the analysis of HRH managers’ objective to ensure the provision compassionate, respectful care.6 Overall, the thesis highlights that the results of interventions targeting individual level competencies are often limited and need to be accompanied by approaches addressing the determinants of performance at institutional and system level. When the obstacles of effective interventions are at the system or organizational levels, they should be addressed first. The availability of essential work tools, an adequate number of suitably qualified staff, the continuity of service, access to hands-on experiential learning, the strengthening of institutional capacities, a motivating work environment and organizational culture, clear role delineation, and alignment of governance mechanisms with health policy objectives, are priority targets that the available evidence identifies as critical capacity development interventions. Discussion While the development assistance lens emphasizes externally driven interventions, a new capacity strengthening approach requires abandoning the notion of health service managers as passive subjects whose capacity needs to be built through external interventions. Instead, health service managers should be recognized as potential drivers of endogenous capacity development processes, to be mobilized and empowered to become champions of the intended interventions as early as the preliminary situation analysis stage. Successful capacity development initiatives require not only an understanding of the health system context and capacity gaps, but also of the political economy and feasibility and acceptability considerations. The framework outlined in this thesis can guide both the identification of needs and the conceptualization and prioritization of the multi-pronged interventions required.DUSSAULT, GillesBUCHAN, JamesRUNCOMETTO, Giorgio2024-02-08T15:56:16Z2023-052023-052023-05-01T00:00:00Zdoctoral thesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/163262TID:101607350enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-05-22T18:18:09Zoai:run.unl.pt:10362/163262Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openairemluisa.alvim@gmail.comopendoar:71602024-05-22T18:18:09Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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