Transplantação Hepática Pediátrica por Dador ABO Incompatível
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/97856 |
Resumo: | Trabalho Final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de Medicina |
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Transplantação Hepática Pediátrica por Dador ABO IncompatívelABO-incompatible Pediatric Donor Liver TransplantationIncompatibilidade ABOTransplantação Hepática PediátricaABO incompatibilityPaediatric Hepatic TransplantTrabalho Final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de MedicinaIntrodução: O transplante hepático (TRH) ABO incompatível (ABOi) eletivo tem sido utilizado de forma crescente em alguns centros, particularmente com recurso a dador vivo. Devido a avanços nos regimes imunossupressores (ISS) do recetor pré-TRH, estão descritos resultados equiparáveis aos do TRH com dador compatível (ABOc). Em Portugal, o TRH ABOi mantém-se reservado para situações emergentes, onde não é possível essa preparação, estando geralmente associado a pior prognóstico.Materiais e Métodos: Com o objetivo de comparar os resultados do TRH ABOi com os do TRH ABOc, analisámos todos os casos de TRH realizados até Janeiro de 2020 no Hospital Pediátrico de Coimbra. Após a análise de sobrevida do enxerto e do recetor e da incidência de complicações em cada um dos grupos indicados, restringimos a análise aos transplantes em contexto de Falência Hepática Aguda (FHA) e aos retransplantes (ReTRH).Resultados: Ao comparar os TRH ABOc com os ABOi foi encontrada uma diferença estatisticamente significativa na sobrevida do enxerto (9,5 dias no ABOi vs. 1950 dias no ABOc) e do recetor (letalidade 66,7% no ABOi vs. 13,3% no ABOc), com p<0,001. A comparação da incidência de complicações não mostrou diferenças significativas. Nos TRH por FHA, a sobrevida do enxerto (56,5 dias no ABOi vs. 3161,5 dias no ABOc) e do recetor (letalidade 57,1% no ABOi vs. 16,7% no ABOc) não foram estatisticamente diferentes. Na comparação do ReTRH ABOc com o ReTRH ABOi, verificou-se uma diferença estatisticamente significativa na sobrevida do enxerto (2 dias no ABOi vs. 835 no ABOc, com p=0,008). Embora a letalidade tenha sido mais elevada no ReTRH ABOi, a diferença não obteve significância estatística (letalidade 100% no ABOi vs. 16,7% no ABOc, com p=0,052). Não houve diferenças significativas na incidência de complicações.Discussão: Observamos que o TRH ABOi está associado a um pior prognóstico em provável relação com a gravidade clínica pré-transplante, dado que este ocorreu em situações críticas. Este aspeto é reforçado pelo facto de, na comparação num grupo de “gravidade similar” (TRH ABOi vs. ABOc por FHA), embora a sobrevida do enxerto e do recetor sejam maiores no TRH ABOc, esta diferença não obteve significância estatística.Conclusão: Apesar do pior prognóstico, a viabilidade do TRH ABOi enquanto medida life-saving, é suportada por estes resultados. O desenvolvimento de esquemas ISS rapidamente eficazes, no pré-TRH imediato e/ou peri-TRH, poderá melhorar os resultados nos casos emergentes, mimetizando os obtidos no TRH ABOi eletivo.Introduction: The incidence of elective ABO incompatible hepatic transplant (ABOi) has been increasing in some centres, specially living donor transplantation. Due to a better immunosuppressive preparation of the receptor, some reports have shown results similar to those obtained with ABO compatible transplantation (ABOc). In Portugal, ABOi transplant is an option only for emergent clinical scenarios, where the aforementioned preparation is not possible, thus leading to worse outcomes.Materials and Methods: In order to compare the results of the ABOi hepatic transplant with those of the ABOc transplantation, we reviewed all the hepatic transplants performed until January 2020 in Coimbra’s Paediatric Hospital. After analysing graft and patient survival and the incidence of post-transplant complications, we narrowed our analysis to the transplants conducted because of Acute Hepatic Failure (AHF) and to the retransplants (ReTRH).Results: Comparing the two groups of transplants (ABOi vs. ABOc), there was a statistically significant difference in graft survival (9.5 days in ABOi vs. 1950 days in ABOc) and in patient survival (lethality 66.7% in ABOi vs. 13.3% in ABOc), with p<0.001. The analysis of post-transplant complications did not show significant differences. In the AHF transplants, there were no statistically significant differences in graft survival (56.5 days in ABOi vs. 3161.5 in ABOc) or patient survival (lethality 57.1% in ABOi vs. 16.7% in ABOc). Comparing the ABOc ReTRH with the ABOi ReTRH showed a difference in graft survival (2 days in ABOi vs. 835 in ABOc, with p=0.008). Although the lethality rate was higher in the ReTRH ABOi group, the comparison with the ReTRH ABOc did not show a statistically important difference (100% in ABOi vs. 16.7% in ABOc, with p=0.052). There were no significant differences in the incidence of complications.Discussion: In this analysis, we observed that the ABOi hepatic transplant is associated with a worse outcome, probably due to a more severe clinical status before the transplant in these critical scenarios. This aspect is supported by the fact that when comparing transplants with similar clinical status (the AHF comparison), graft and patient survival were not statistically different, despite the fact that they were lower in the ABOi group.Conclusion: Despite the worse outcome, the viability of the ABOi transplant as a live-saving measure is supported by these results. The development of rapidly efficient pre-transplant immunosuppressive protocols could improve outcomes in emergent scenarios, mimicking those obtained in the elective ABOi transplant.2020-06-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/97856http://hdl.handle.net/10316/97856TID:202714284porCordeiro, Beatriz Isabel Quitérioinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-05-25T09:55:04Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/97856Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:15:48.089244Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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